O Menino Que Via Demônios

O Menino Que Via Demônios Carolyn Jess-Cooke




Resenhas - O Menino Que Via Demônios


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Juliana 06/12/2021

Essa história falou muito comigo. Talvez seja diferente do que o leitor esteja esperando mas é tão bem escrito, tão envolvente, com questões tão sensíveis e humanas que espero que seja lida por muitas e muitas pessoas. O protagonista me lembrou um outro Alex, personagem do livro "Vejo você no espaço" de Cheng Jack. Ambos garotinhos que além da ternura e sentido de responsabilidade, trazem consigo um pedido de ajuda ao mesmo tempo que não compreendem a sim mesmos nem a difícil realidade que os cercam. " O menino que via demônios" aborda assuntos delicados mas também acolhimento e esperança em uma narrativa que mantém o leitor em suspense sobre o que verdadeiramente está acontecendo. Leitura mais do que recomendada!
Carol 07/12/2021minha estante
Opa


Carol 07/12/2021minha estante
Adicionado à fila


Juliana 07/12/2021minha estante
Não vai se arrepender ?




Tiago Doreia 07/06/2021

Ótima leitura
Li esse livro em dupla com uma amiga, e como a escolha foi minha, a resenha ficou por conta dela. Espero que gostem.

?Minha terceira leitura em dupla ?

Como de praxe, segui com a leitura sem ler a sinopse, ou qualquer coisa relacionada ao desenrolar da história, gosto de seguir assim para não ter nenhuma ideia preconcebida.

Se pudesse descrever esse livro com uma palavra seria: instigante

A história gira em torno de um menino de 10 anos chamado Alex. Uma das coisas que mais me chamou atenção foi a sensibilidade da autora em fazer com que pudéssemos sentir um misto de emoções por todos (ou quase) todos os personagens. Foi muito duro ver o desenvolver de vida de uma criança de forma tão sofrida, porém, mesmo com todos os pesares, ele possuía a habilidade de ver a vida de uma forma doce e frágil.

Alex cresceu em um lar disfuncional, sua mãe teve uma vida trajetória de vida bem difícil, fazendo com que ela desenvolvesse alguns transtornos, vendo esse montante de sofrimento e após a ?perda? traumática de seu pai, ele assumiu o papel de protetor na relação.
É absurdo pensar que ele começou a agir assim aos 7 anos, idade a qual esperamos que uma criança só faça traquinagem e estude.

Por um segundo você consegue imaginar uma criança em formação de identidade, sem bagagem de vida tendo que socorrer várias e várias vezes quem, na teoria, deveria apenas exercer a função de cuidar e te amar? É estarrecedor.

Mesmo em meio ao caos, Alex sempre foi uma criança adorável, muito inteligente, com um humor e uma criatividade absurda para sua idade, seu diário sempre fora tão bem escrito e tão detalhado que não parecia ser obra de uma criança. Uma de suas maiores tristeza era o fato de não ter amigos, até que encontra (ou melhor, começa enxergar) Ruen ? o demônio, que acaba representando o que ele tanto queria, um amigo, uma companhia ? não necessariamente boa, afinal, após esse ?encontro? as coisas começam a desenrolar. A relação dos dois é muito duvidosa, Ruen não usava sua influência para boas coisas, era muito inteligente e persuasivo, chegando a colocar o Alex no limite, do que era certo ou não.

Outros dois personagens super importantes foram Anya e Michael.
Anya era uma psiquiatra infantil, que mais parecia uma psicóloga, a mesma teve um evento marcante em sua vida que a levou a escolher essa profissão. Seu papel de avaliação foi bem pontual, afinal, estamos falando de uma criança que via demônios. Preciso colocar um adendo, pois, me preocupei muito em como a influência de seu caso mal resolvido poderia afetar o de Alex. Mas também cabe a ressalva que, a crença descrente foi um fator muito importante no decorrer da história.

(Preciso de mais um adendo para incluir Ruen, pois, houveram momentos super marcantes entre ele x Anya x Alex, o que me fez questionar várias vezes: Ruen era real, ou não? Afinal, como ele conseguia ter tantas informações tão pessoais?)

Já Michael era um profissional de assistência que acompanhou o histórico do Alex por anos, foi um dos meus personagens favoritos.

O final foi muito empolgante e emocionante, então deixo um trecho que nos marcou:
?Com relação ao Alex, eu não estava tão certa de que suas chances haviam acabado. Eu tinha certeza que, apesar de tudo, Alex tinha todas as chances do mundo.?

Em todo decorrer da história o que ficou pontual para nós foi: Ruen era real ou apenas fruto de uma psicose desencadeada por um evento traumático? Vai saber... O fato da autora ter deixado essa questão em aberto foi o que mais gostamos, afinal, deu margem para uma ótima discussão.

OBS: Cooke, sua sensibilidade foi incrível, amei o fato de ter chamado a responsabilidade para si caso alguma informação sobre as questões mentais fosse descrita de forma errada. Te respeito.

Leitura e resenha em parceria com ??
bru 07/06/2021minha estante
Obrigada ?


Tiago Doreia 07/06/2021minha estante
Eu quem agradeço, volte sempre! Hahaha




bru 07/06/2021

Instigante
Minha terceira leitura em dupla ?

Como de praxe, segui com a leitura sem ler a sinopse, ou qualquer coisa relacionada ao desenrolar da história, gosto de seguir assim para não ter nenhuma ideia preconcebida.

Se pudesse descrever esse livro com uma palavra seria: instigante

A história gira em torno de um menino de 10 anos chamado Alex. Uma das coisas que mais me chamou atenção foi a sensibilidade da autora em fazer com que pudéssemos sentir um misto de emoções por todos (ou quase) todos os personagens. Foi muito duro ver o desenvolver de vida de uma criança de forma tão sofrida, porém, mesmo com todos os pesares, ele possuía a habilidade de ver a vida de uma forma doce e frágil.

Alex cresceu em um lar disfuncional, sua mãe teve uma vida trajetória de vida bem difícil, fazendo com que ela desenvolvesse alguns transtornos, vendo esse montante de sofrimento e após a ?perda? traumática de seu pai, ele assumiu o papel de protetor na relação.
É absurdo pensar que ele começou a agir assim aos 7 anos, idade a qual esperamos que uma criança só faça traquinagem e estude.

Por um segundo você consegue imaginar uma criança em formação de identidade, sem bagagem de vida tendo que socorrer várias e várias vezes quem, na teoria, deveria apenas exercer a função de cuidar e te amar? É estarrecedor.

Mesmo em meio ao caos, Alex sempre foi uma criança adorável, muito inteligente, com um humor e uma criatividade absurda para sua idade, seu diário sempre fora tão bem escrito e tão detalhado que não parecia ser obra de uma criança. Uma de suas maiores tristeza era o fato de não ter amigos, até que encontra (ou melhor, começa enxergar) Ruen ? o demônio, que acaba representando o que ele tanto queria, um amigo, uma companhia ? não necessariamente boa, afinal, após esse ?encontro? as coisas começam a desenrolar. A relação dos dois é muito duvidosa, Ruen não usava sua influência para boas coisas, era muito inteligente e persuasivo, chegando a colocar o Alex no limite, do que era certo ou não.

Outros dois personagens super importantes foram Anya e Michael.
Anya era uma psiquiatra infantil, que mais parecia uma psicóloga, a mesma teve um evento marcante em sua vida que a levou a escolher essa profissão. Seu papel de avaliação foi bem pontual, afinal, estamos falando de uma criança que via demônios. Preciso colocar um adendo, pois, me preocupei muito em como a influência de seu caso mal resolvido poderia afetar o de Alex. Mas também cabe a ressalva que, a crença descrente foi um fator muito importante no decorrer da história.

(Preciso de mais um adendo para incluir Ruen, pois, houveram momentos super marcantes entre ele x Anya x Alex, o que me fez questionar várias vezes: Ruen era real, ou não? Afinal, como ele conseguia ter tantas informações tão pessoais?)

Já Michael era um profissional de assistência que acompanhou o histórico do Alex por anos, foi um dos meus personagens favoritos.

O final foi muito empolgante e emocionante, então deixo um trecho que nos marcou:
?Com relação ao Alex, eu não estava tão certa de que suas chances haviam acabado. Eu tinha certeza que, apesar de tudo, Alex tinha todas as chances do mundo.?

Em todo decorrer da história o que ficou pontual para nós foi: Ruen era real ou apenas fruto de uma psicose desencadeada por um evento traumático? Vai saber... O fato da autora ter deixado essa questão em aberto foi o que mais gostamos, afinal, deu margem para uma ótima discussão.

OBS: Cooke, sua sensibilidade foi incrível, amei o fato de ter chamado a responsabilidade para si caso alguma informação sobre as questões mentais fosse descrita de forma errada. Te respeito.

Super recomendo.

Leitura e resenha em parceria com ?
Tiago Doreia 07/06/2021minha estante
Foi bom pra você?


bru 08/06/2021minha estante
tanto quanto pra você




Andreia Santana 22/06/2013

O pai de todos os males
Em 1942, no auge da II Guerra, C. S. Lewis (As crônicas de Nárnia) escreveu um livro soturno e irônico sobre a condição humana, em homenagem ao velho amigo J.R.R. Tolkien (O Senhor dos Anéis).

Cartas de um diabo a seu aprendiz conta a história do diabo Fitafuso, que escreve missivas ao sobrinho Vermebile para orientá-lo sobre os melhores truques para desencaminhar as almas humanas.

Inspirada no clássico de C. S. Lewis, a irlandesa Carolyn Jess-Cooke pensou em criar um roteiro de cinema, mas concebeu O menino que via demônios, unindo a ideia de um diabo que faz de tudo para tentar um garoto de boa índole, com o drama da esquizofrenia precoce.

O cenário da história é a cidade de Belfast, capital da Irlanda do Norte. E o contexto, os dramas familiares nascidos na esteira dos conflitos políticos e religiosos e os consequentes ataques terroristas -, no país, nas últimas décadas do século XX. Dramas que permanecem pintados nos muros da cidade, como lembrete do passado sangrento.

Alex, o protagonista, tem dez anos, é precocemente amadurecido e vive em um lar instável. Responsável por tomar conta da mãe, em depressão desde que o pai, integrante de um grupo terrorista, desapareceu; usa a imaginação como válvula de escape da violência.

Alex é bom desenhista, gosta de atuar, e tem muito afeto pela mãe depressiva e por um cão de estimação. Mas carrega segredos e dores acumuladas em uma vida de privação material e solidão. A psiquiatra infantil Anya Molokova, que possui um histórico familiar de loucura, é designada para avaliar o menino e está convencida de que ele sofre de esquizofrenia. Alex diz que seu melhor amigo é o demônio Ruen, de mais de nove mil anos, e que tem a missão de estudar e tentar os humanos.

O menino participa de um grupo de teatro que fará uma montagem moderna de Hamlet, de William Shakespeare. Outras crianças com famílias desajustadas e que vivem da assistência do governo integram o elenco. Ao longo dos ensaios, quanto mais se envolve com a história do príncipe dinamarquês em busca de vingança para apaziguar a alma do pai assassinado, mais coisas estranhas ocorrem ao redor de Alex.

O grande trunfo do livro é a dualidade entre realidade e fantasia, lucidez e loucura, mas sem maniqueísmos, fórmulas definidas ou soluções óbvias. A narrativa é rica em metáforas inteligentes, envolta em atmosfera aterrorizante e ao mesmo tempo dramática. Anya e Alex se revezam para contar a história a partir de seus diários pessoais.

O pragmatismo da psiquiatra não é destituído de humanidade. Por mais que tente, Anya não consegue o distanciamento profissional do caso. Já Alex, embora tenha momentos de grande credulidade, não deixa de ter autocrítica e questionar o mundo e as atitudes tanto dos adultos quanto de Ruen, que faz às vezes de alter-ego ou do lado obscuro da alma do menino.

O leitor nunca tem certeza se Alex possui mesmo um demônio de estimação ou se precisa de ajuda médica. O personagem equilibra-se em linha tênue prestes a se romper e vive em meio a adultos que ao invés de dar-lhe suporte, projetam nele as próprias fragilidades.

Descobrir se Ruen é ou não fruto da imaginação de Alex é o de menos e cada leitor tirará suas conclusões. Uma coisa no entanto, é consenso, o roteiro que virou romance daria um bom filme de suspense.

*Resenha escrita para o Caderno 2+, suplemento cultural do jornal A TARDE, em Salvador-BA, onde sou colaboradora na sessão de literatura, e publicada em 21-06-2013
Romildo15 08/10/2013minha estante
Sua resenha me convenceu a ler o livro. Muito obrigado e parabéns pelos textos - sim, olhei outras críticas suas).


Renata CCS 14/01/2014minha estante
Que resenha instigante! Gostei da proposta deste livro.




Esdras 24/08/2017

" - Há dias em que eu sinto que a mente humana é um quebra-cabeça que jamais vou conseguir resolver."
O livro conta a história de um garotinho de 10 anos chamado Alex Broccoli.
Depois da morte de seu pai, aos 5, ele passou a ver demônios. Em especial, Ruen, que acabou se tornando seu melhor amigo.

Alex provém de uma família um tanto problemática.
Seu pai tem/teve um histórico duvidoso.
A mãe dele já tentou se matar algumas vezes.
E, depois da última, entrou em cena uma psiquiátrica infantil para dar um auxílio ao Alex.
Anya teve motivos pessoais para querer seguir essa carreira e, no decorrer do caso, ela se sente fortemente ligada ao Alex porque a remete diretamente a um acontecimento X do seu passado.

O livro gira em torno de assuntos relacionados e distúrbios psicóticos infantis.
(Nos agradecimentos há referências a casos na Irlanda do Norte, Reino Unido. Bora pesquisar!)

A narrativa se alterna entre Alex descrevendo seu dia a dia (quase sempre perturbador) e Anya dissertando e refletindo sobre as impressões de seu atual trabalho(também perturbadoras).
É um livro muito interessante e envolvente (visto os temas) e, também, muito psicológico.

É um livro muito interessante e envolvente (visto os temas) e, também, muito psicológico.
A relação de Alex com o seu demônio nos deixa perdidos em relação ao verdadeiro problema que ele tem.
Ficamos no escuro nessa questão.
Isso se segue por toda a leitura. Ficamos a mercê das crenças dos personagens ou da nossa própria, se tivermos.
Em qual categoria encaixar esse garotinho?
É um trauma?
Ele tem um lance espiritual e vê mesmo um demônio?
Muitas foram as vezes em que me recusei a aceitá-lo como esquizofrênico(como fora sugerido pelos demais personagens) e afirmei que Ruen era mesmo real!.
A autora explora bem os conflitos nas mentes dos personagens e consegue mexer com as nossas certezas, já que os próprios personagens já não têm nenhuma.

Os problemas do passado de Anya são igualmente perturbadores e toda a sombra negra que paira sobre a relação Alex-Ruen-Anya mete medo.
Os verdadeiros planos de Ruen são perturbadores.
Gostei bastante de todos os personagens.
O Alex é muito inteligente. Muito dedicado a mãe, apesar de tudo. Inocente e esperançoso também.
Gostei de entrar na cabeça deles, mesmo que, quanto mais fundo, mais confuso era.
A narrativa permaneceu quase toda muito interessante. Eu descartaria algumas cenas/páginas entre Ruen e Alex, que poderiam ter sido mais “pesadas”, mesmo entendendo que o demônio estava plantando para colher depois.
Não gostei muito das revelações a respeito do pai do Alex, mas foi pouco incômodo.
Sobre o desfecho, esperei por uma tragédia maior, mas foi satisfatório.
Esperei mais ainda esclarecer minha grande dúvida a respeito de tudo sobre o Alex...mas ela ainda está aqui.rs.
É intencional por parte da autora, sem dúvidas.
Ótima leitura! =)
ROBERTO468 24/08/2017minha estante
Quero ler. Gostei da resenha


Esdras 24/08/2017minha estante
Espero que curta a leitura. ^^




milenita10 05/05/2023

Um ótimo livro!
Temos dois personagens principais narradores no livro: o Alex e a Anya; Alex é uma criança que vê demônios e Anya é uma psiquiatra infantil. Durante a narrativa acontecem várias coisas estranhas que nos fazem questionar se Alex sofre com esquizofrenia ou se de fato existem demônios e só ele os vê. No fim, não há uma resposta concreta. Acredito que isso possa frustrar algumas pessoas, mas particularmente não me incomoda, gosto que seja aberto para os leitores interpretarem da sua maneira. Outra coisa é a parte da psiquiatria, que, honestamente, não é muito explorada e é introduzida de maneira um pouco leiga. Novamente, não é algo que particularmente me incomoda, mas é importante saber disso antes de ler. No geral gostei bastante da narrativa e seus personagens!
milenita10 05/05/2023minha estante
Esqueci de marcar que tem spoiler :(




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Déia Madden 05/01/2022minha estante
Disse tudo o que eu queria saber antes de perder tempo lendo o livro. Obg ????????




Malu 04/06/2020

Esse livro narra de forma muito criativa o olhar de uma criança a vida depressiva que sua mãe leva. A obra é incrivel pela sensibilidade do autor, mas não gostei muito do final. Mas mesmo assim indico muito.
Malu 04/06/2020minha estante
autora*




Descontrolados 12/09/2013

Um olhar sobre as consequências do terrorismo na Irlanda do Norte
Meu nome é Alex e tenho dez anos de idade. Gosto de cebolas fritas com torradas e posso ver demônios. Meu melhor amigo, Ruen, é um deles. Minha mãe está muito doente e ele diz que pode ajudá-la se eu fizer algo por ele: matar uma pessoa!“

Belfast, Irlanda do Norte. Palco de uma guerra travada durante 30 anos, entre o Exército Republicano Irlandês (IRA) e o Governo irlandês. Esse é o cenário do tocante romance escrito pela autora irlandesa Carolyn Jess-Cooke, O Menino que via Demônios, lançamento da Editora Rocco

Na trama, conheceremos Alex, um garoto de 10 anos que, desde a morte do pai, tem como melhor amigo um demônio de nove mil anos. Após a tentativa de suicídio da mãe, Alex conhece Anya, uma psiquiatra infantil que volta à Belfast para fugir dos fantasmas de seu passado e logo de cara assume seu complexo caso. Ao longo do tratamento porém, Anya passa a questionar suas próprias certezas.

Diferentemente de outros livros voltados para o público jovem, neste temos uma dupla narrativa na primeira pessoa, onde, ao longo dos capítulos alternam-se Alex – transcrevendo suas experiências em seu Diário – e Anya, em suas percepções e conclusões a respeito do caso de Alex.

A construção dos personagens acontece capítulo após capítulo, mostrando uma densidade arrebatadora. Há também um detalhismo ímpar sobre a influência da violência, não somente na vida dos adultos, mas também nas novas gerações, que sequer presenciaram os anos de horror.

Deve ser ressaltado também que Carolyn Jess-Cooke se inspirou em uma das muitas grandes obras do autor C.S. Lewis (o autor de Crônicas de Nárnia), “As Cartas de um Diabo ao seu Aprendiz” para construir a atmosfera psicológica e sobrenatural presente nesta trama.

Certamente não é o tipo de literatura ao qual o público jovem literário está acostumado. O Menino que via Demônios não é o inicio de mais uma uma saga distópica de luta pela sobrevivência ou sobre um jovem que descobre ter poderes especias. Trata-se de um livro denso, sobre uma criança que possui um nebuloso passado e sofre com a influência da fragilidade familiar que o cerca e a falta de recursos com que foi criado.

O grande cerne da trama está no questão das visões de Alex. Anya é cética e acredita se tratar de um caso de esquizofrenia precoce. Entretanto, algo a intriga profundamente: Alex, através do demônio Ruen, passa a confrontá-la com informações sobre seu passado ao qual ele não teria meios de ter acesso. Ademais, a riqueza de detalhes que Alex traz sobre os demônios que ele afirma ver são tão precisos e elaborados que faz com que ela mesma se pergunte: será realmente uma ilusão de Alex ou existe fundo de verdade nestas visões?

Bom, isto eu deixo para vocês descobrirem. Intenso, dramático e repleto de questões morais e opiniões que os farão refletir. Isso é o que vocês encontrarão ao longo das 383 páginas desta incrível jornada literária.

Vocês acham que se trata de uma trama óbvia e já imaginam o desfecho desta história? Eu os desafio à esta leitura! O final pode ser mais surpreendente do que vocês pensam!

Por Diego Cardoso


Curiosidade

O trabalho gráfico realizado para a confecção da capa é de alto nível. Temos uma capa preta e branca com detalhes envernizados e em alto relevo. Mas um detalhe deve ser observado: notem que, no topo da capa, a imagem dos refletores, somado ao nome da autora e a frigideira logo abaixo criam (propositadamente ou não) a ilusão de um rosto sinistro.

Ficha Técnica

Nome original: The Boy who could see Demons
Capa: Anna Morrison
Tradução: Geni Hirata
Impressão: Editora JPA Ltda.
Páginas: 383
Publicação: Editora Rocco

site: http://programadescontrolados.com/resenha-o-menino-que-via-demonios/
Mel 09/10/2016minha estante
Amei a análise!




Dilalilac 14/09/2018

Lindo
Esse livro é totalmente em sua dosagem. Ele não vai ser feliz para agradar e nem triste para forçar sentimentalismo. Ele é o que é. Foi incrível ler enquanto ouvia a composição de piano que foi gravada por alguém no YouTube "A Love Song for Anya".
Minha única reclamação é a edição da Rocco, pois pus a mão em duas: uma desmoronou da lombada e a outra, se eu não fosse extremamente cuidadosa, sei que seguiria no mesmo destino. Rocco, melhore.
Ezeq 07/12/2018minha estante
Realmente, o que a Rocco fez com esse livro está entre as minhas maiores decepções da vida. Que bom ver que não fui o único a ficar incomodado.




Eveline 19/04/2013

O menino que via demônios
Antes de começar a resenha, gostaria de compartilhar como este livro inusitado chegou às minhas mãos.
Este livro chegou de repente em minha casa, minha primeira cortesia do Skoob, espero que seja a primeira de muitas! Mas quando li o título me senti um pouco decepcionada. Entre tantas cortesias, ganhei a que menos me atraía. Logo em seguida, comecei a leitura e para minha surpresa me vi várias vezes pensando na história de Alex.
Alex é um menino que vê demônios. Ele não vê anjos, apenas demônios. Ele mora com sua mãe Cindy que, após a morte do pai de Alex, entrou em um processo de depressão e autoflagelação, com três tentativas de suicídio no "currículo", todas elas na frente de Alex. Os dois moram em Belfast, capital da Irlanda do Norte. Também esta é a cidade de Annya, uma psiquiatra infantil que foi designada para acompanhar Alex, devido a mais uma tentiva de suicídio de Cindy.
Annya tem os seus próprios conflitos e traumas devido há uma infância marcada pela esquizofrência e um problema de saúde com sua filha, Poppy.
O livro alterna os capítulos de acordo com os pontos de vista de Annya e Alex, cada um narrando os fatos segundo o seu olhar. Será que Alex vê mesmo demônios? Ele têm alguma ligação com o mundo espiritual? Porque Annya se sente tão interessada no caso dele? Qual é o problema de saúde de Poppy? Como isso afeta a vida de Annya? Essas e outras perguntas são respondidas no livro.
Me senti fascinada por ler sobre um assunto que não tenho muito conhecimento: doenças mentais. Também fiquei curiosa por conhecer um pouco mais sobre a história da Irlanda do Norte e seus conflitos.
O livro é muito bom e foi um belo presente do Skoob para mim. Aprendi que não posso julgar um livro por seu titulo e que preciso rever alguns paradigmas, assim como Annya.
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Felipe Miranda 09/01/2014

O Menino Que Via Demônios - Carolyn Jess-Cooke por Oh My Dog estol com Bigods
Ansiava por uma leitura desse gênero há um tempo.

Cindy não é um exemplo de mãe a ser seguido, após a morte do marido ela já tentara suicídio algumas vezes, várias delas onde Alex, seu filho de 10 anos, presenciara. Cindy é aquele tipo de personagem que sinto ódio e ao mesmo tempo sinto pena, acho que a vida pode ser realmente mais difícil quando perdemos quem amamos mas num papel de mãe, eu esperava que ela se sustentasse pelo filho, Alex é um garoto incrível mas o ambiente familiar o fez amadurecer rapidamente. Ele está vivendo Horácio em uma adaptação para o teatro, de Hamlet e suas piadas são realmente péssimas como devem ser. Não foi apenas para sua mãe que as coisas mudaram após a morte de seu pai, desde então Alex é amigo de Ruen, um demônio de nove mil anos que fale mais de seis mil idiomas e se apresenta de formas diferentes, como um garoto, um velho ou um monstro. Ninguém além de Alex pode vê-lo, todos acham que Ruen se trata de um amigo imaginário pelo fato de Alex ser solitário, mas eu tive minhas dúvidas, mesmo ele sendo de fato sozinho.

Ruen quer que Alex mate alguém.
É o único jeito...
Talvez Alex não tenha valor algum e jamais seja alguém ou construa algo na vida...

Quando Cindy comete mais uma tentativa de suicídio, Alex é posto em observação e se iniciam uma série de consultas e tratamentos para tentar resolver a questão: Alex é capaz de ver demônios ou sofre de alguma doença mental, esquizofrenia? Os responsáveis por esse processo serão a psiquiatra infantil, Anya e o assistente social, Michael. É peculiar dizer que Michael tinha um amigo imaginário quando criança e que Anya, perdeu mãe e filha para a esquizofrenia. Ambos contém bagagem e conhecimento a respeito, mas acreditar que demônios existem e interferem tão diretamente na vida de uma criança...

Ruen é assustador, ele fará Alex ver, sentir e fazer coisas, até o desfecho do livro garanto que todos que lerem terão momentos angustiantes. Um dos capítulos mais esperados por mim é quando Ruen faz perguntas a Anya por intermédio de Alex, foi muito sombrio. Foram nesses momentos que percebi que por mais que a ciência explique centenas de coisas há horas em que exorcizar seus próprios demônios depende apenas de você. Superar, seguir em frente, aceitar, enxergar com outros olhos, encontrar todas as respostas. Para mim, Alex via sim demônios, Ruen era real e só existia por questões mal resolvidas, por pensamentos presos e ideias erradas.

Os capítulos são intercalados entre narrações de Alex e Anya. Foi uma leitura gostosa que me envolveu completamente. Um dos melhores livros do ano.

site: http://www.ohmydogestolcombigods.com/2013/06/resenha-o-menino-que-via-demonios.html
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Rittes 23/09/2014

Demônios interiores
Diferente, interessante e cativante seriam adjetivos bem adequados a esta obra de Carolyn Jess-Cooke. Passando longe do sobrenatural, o livro toca num assunto polêmico: a esquizofrenia infantil. Conta a história de Alex, um menino que vive na conturbada Belfast, na Irlanda do Norte, e que afirma ser amigo de um demônio chamado Ruen. Segundo Alex, Ruen gosta de pudim de pão, de Mozart e de aparecer em várias formas diferentes. Acompanhando seu caso está a psiquiatra Anya, que também tem um trauma relacionado à própria filha. Ao trabalhar a incerteza da existência ou não de Ruen, a autora desfila várias teorias sobre as doenças mentais infantis, ao mesmo tempo que discute a política na Irlanda. Bem escrito, sensível e interessante, "O menino que via demônios" pode ser uma ótima pedida para quem não aguenta mais o óbvio. Recomendo.
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Vanessa Bittencourt 02/12/2014

Alex Broccoli tem dez anos e ninguém além dele mesmo pode ver o seu único amigo. Seu nome é Ruen, um demônio de nove mil anos e quatro facetas: a Cabeça de Chifre, o Monstro, o Menino Fantasma e o Velho. Ruen assume uma faceta diferente de acordo com a situação. Quando a mãe de Alex tenta suicídio, a psiquiatra Anya é convocada para cuidar do menino. O encontro com Alex reacende diversos problemas pessoais de Anya, envolvendo sobretudo seu histórico familiar de casos de esquizofrenia. De modo geral, ela procura entender quem é Ruen e proteger Alex de si mesmo, ao mesmo tempo em que tenta lidar com seus próprios fantasmas (ou quem sabe demônios?).

A trama se passa na Irlanda Norte, terra natal da autora, e de certa maneira nos faz refletir sobre os possíveis efeitos psicológicos nas gerações mais novas após décadas de tensão política e religiosa e muita violência e repressão. Para quem não está familiarizado com o contexto, entre os anos 60 e 80 os conflitos entre a comunidade católica separatista e os protestantes que defendiam a permanência da Irlanda do Norte no Reino Unido resultaram em atentados e milhares de mortes. Infelizmente o Sunday, Bloody Sunday cantado pelo U2 foi um episódio bem real. O IRA, Exército Republicano Irlandês, é a primeira referência quando pensamos no conflito e ao longo do livro descobrimos que Alex não está tão distante deste quadro de tensão.

Alex tem uma relação complexa com Ruen, ora necessitando da sua companhia, ora sentindo temor diante dela. O demônio faz muitas promessas e exigências para manter a conexão com o menino e, em certa medida, o controle sobre ele.

Não posso deixar de mencionar duas coisas muito importantes presentes no livro: o teatro e a música clássica. Alex está envolvido com uma apresentação teatral. A peça em questão é Hamlet, justamente a obra que mais gosto de Shakespeare. Alex interpreta Horácio, um dos primeiros a ver o Fantasma na peça. Coincidência? Claro que não! Já a música tem muito destaque na vida de Anya, que além de psiquiatra é pianista. Esse também é o elo entre Anya e Ruen.

O Menino Que Via Demônios é um livro angustiante, emocionante e envolvente. Os capítulos se alternam entre o diário do menino e a narrativa de Anya. Essa construção é interessante porque permite que cada leitor se envolva profundamente com o caso de Alex e de duas maneiras diferentes. Minha promessa é: aguardem um excelente final de livro.

site: http://despindoestorias.com/2014/resenha-o-menino-que-via-demonios-carolyn-jess-cooke/
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