Shakespeare and Company

Shakespeare and Company William Shakespeare




Resenhas - Shakespeare and Company


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Mariana Dal Chico 31/01/2020

“Shakespeare And Company: uma livraria na Paris entre-guerras” de Sylvia Beach publicado no Brasil pela @casadapalavra

Livro de memórias de Sylvia Beach, fundadora de uma das livrarias mais emblemáticas do mundo, ela publicou Ulysses, de seu amigo James Joyce, quando nenhuma outra editora ousou tal feito.

Ajudada por Adrienne Monnier, Sylvia abriu sua primeira livraria em 19 de novembro de 1919. Em julho de 1921, mudou-se para o nº 12 da rue l’Odéon onde manteve as portas abertas até 1941, quando um oficial alemão apareceu para adquirir um exemplar autografado de Finniegans Wake que estava na vitrine, mas não à venda. Ele ameaçou confiscar o estoque de Sylvia e assim que ele foi embora, ela e os amigos esvaziaram o local, fecharam as portas e pintaram a fachada. Após o fim da guerra, Sylvia não quis reabrir a Shakespeare and Company.

Sylvia começa o livro falando brevemente sobre sua infância e como foi morar em Paris, logo em seguida descreve a experiência de abrir uma livraria e segue relatando animadamente sobre as pessoas que passaram por ali, seus amigos, autores e clientes.

A princípio a Shakespeare and Company era parte biblioteca, com o acervo pessoal de sua proprietária, e parte loja de livros em inglês. André Gide, famoso escritor francês laureado pelo prêmio Nobel de Literatura em 1947, foi um dos primeiros membros da biblioteca de Sylvia.

James Joyce e Sylvia Beach foram grandes amigos, ela era sua editora, consultora, administradora financeira, ela prestava esses serviços gratuitamente para o autor que sempre estava em situação financeira delicada. Confesso que fiquei com vontade de ler Ulysses depois de saber sobre sua jornada de publicação.

Sylvia também fala sobre a amizade com Gertrude Stein e mais tarde seu afastamento.

Hemingway, Valéry, Pound, Fitzgerald, Lawrence eram frequentadores e fazem parte da história da Shakespeare and Company.

A livraria de mesmo nome que existe hoje em Paris foi fundada em 1951 por George Whitman que admirava Sylvia. Ela é charmosa, tem uma aura artística e continua a incentivar jovens escritores.

Leitura recomendada para quem é apaixonado pelos bastidores do mundo literário.

site: https://www.instagram.com/p/B7yVRO-jRuQ/
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CrisValmont 22/01/2010

Shakespeare and Company: Uma livraria na Paris do entre-guerras

Em 1919, a margem esquerda do rio Sena ganhava um ponto de encontro - e às vezes refúgio - para os escritores de língua inglesa que passavam por Paris. A jovem norte-americana Sylvia Beach mudara-se para a cidade e decidira montar a livraria que apresentaria aos franceses as obras da genial safra de escritores dos EUA na primeira metade do século XX.

Batizada de Shakespeare and Company, a livraria também foi responsável por publicar a obra prima de Joyce, Ulisses, que fora rejeitado e proibido no Reino Unido e nos Estados Unidos por ser considerado imoral.

Depois de viver seu auge no período entre-guerras, a Shakespeare and Company teve de fechar. A ocupação nazista em Paris ameaçava os livros, quadros e manuscritos guardados na loja. Anos depois, após a morte de Sylvia Beach, eles foram recolocados à disposição dos leitores, escritores, turistas e curiosos, desta vez em uma outra loja, pertencente a George Whitman, que rebatizou sua própria loja com o nome da Shakespeare, e deu à sua filha o nome da antiga proprietária.

Célebres clientes

As memórias dos anos de vida da Shakespeare and Company foram registradas pela sua proprietária em um livro. Nele, Beach conta histórias do tempo que dividiu com grandes escritores que passaram por sua loja.

Ezra Pound e sua esposa Dorothy foram os primeiros "visitantes vindos de ultramar" a visitar a livraria de Sylvia Beach. O casal mudava-se para Paris com a justificativa, segundo contaram à anfitriã, de que em seu país a "água estava subindo e eles podiam acabar acordando qualquer dia com pés-de-pato". Segundo o relato de Sylvia, Pound não era do tipo de escritor que fala sobre seus livros. Nem sobre os de qualquer outro autor. Preferia gabar-se de suas habilidades como carpinteiro.

Em um jantar na casa dos Pound, Beach conheceu aquele que seria o único autor publicado pela Shakespeare and Company. "Eu idolatrava James Joyce, e ao ouvir a notícia inesperada de sua presença, fiquei tão assustada que quis fugir", relata ela em suas memórias. No dia seguinte ao jantar, Joyce foi à livraria e deu-se início a uma grande amizade. Sylvia descreve momentos delicados da vida do escritor irlandês, como a gradual perda da visão e as operações nos olhos, até as dificuldades financeiras e os constantes empréstimos.

Desde o momento em que aceitou investir na publicação de Ulisses, Beach sabia que se tratava de uma obra grandiosa, de uma das maiores em língua inglesa. Por isso, e pelo carinho que nutria por Joyce, foi pouco ortodoxa e nada econômica, deixando que o escritor alterasse quantas provas do livro que quisesse. A princípio, Joyce acreditava que pouco mais de 12 cópias do livro bastariam. Foram impressas mil em uma edição rapidamente esgotada.

Pouco depois de inaugurada, a Shakespeare and Company recebeu duas de suas clientes mais assíduas: Gertrude Stein e sua companheira Alice B. Toklas. Não tardou para que elas se tornassem amigas de Sylvia Beach e a tornassem uma frequentadora de sua pavillon na rua dos Fleurus, uma espécie de ateliê com paredes cobertas de originais de Picasso e Matisse.

Não era difícil encontrar Ernest Hemingway na livraria. Ele se autodenominava "o melhor cliente" da Shakespeare and Company, conforme conta Beach. No início dos anos 1920, depois de lutar na Itália, Hemingway estabelecera-se em Paris como correspondente esportivo do jornal Star, de Toronto, e começava a se dedicar à ficção. Sylvia Beach disse ter escutado em primeira mão um dos contos que integraria No Nosso Tempo.

By anosloucos.blogspot.com
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jota 02/07/2014

Memórias memoráveis
As memórias de Sylvia Beach (1887–1962) - especialmente quando a autora se dedica a contar sobre sua livraria em Paris no entre guerras - fazem a delícia de todos aqueles que apreciam bons livros e autores, livrarias, sebos, etc.

Shakespeare and Company (continua existindo em outro endereço parisiense) era um estabelecimento singular, que vendia livros em inglês, especialmente de autores americanos e também os emprestava para certo número de associados, pois eram muito caros na época ou então difíceis de encontrar em livrarias e sebos franceses.

Neste volume de cerca de 280 páginas (ilustrado com algumas fotos em p&b) conhecemos a fundo a história da proprietária da livraria mais famosa não apenas de Paris mas do mundo, como também do surgimento do livro por muitos considerado o mais importante do século XX, Ulisses, de James Joyce.

A relação de Sylvia Beach com Joyce foi tão intensa (foi ela que publicou Ulisses pela primeira vez, em 1922), que inúmeros detalhes sobre o autor irlandês, certas passagens de seus livros e personagens são trazidos à tona através das saborosas histórias que ela vai contando, misturadas à sua biografia e muitos acontecimentos pontuais, desde um simples porém agradável passeio por Paris até a invasão da cidade pelos nazistas.

Somente a história da publicação de Ulisses já renderia um livro – e aqui temos muita informação curiosa a respeito da tarefa insana que foi isso, não apenas por conta da perseguição feita ao livro em diversos países, mas igualmente por conta das manias de seu autor, da dificuldade de se publicar uma obra tão complexa e volumosa nas décadas iniciais do século XX.

O irlandês Joyce ocupa muitas e muitas páginas das memórias de Beach, mas diversas passagens do livro fazem referência a outro monstro sagrado da literatura, no caso, americana – Ernest Hemingway. Também Gertrude Stein e outros que aparecem no livro dele – Paris é Uma Festa – estão presentes nas memórias de Beach.

Escritores, poetas, artistas e intelectuais do mundo todo convergiam para Paris naquele tempo e só deixaram a cidade quando os nazistas a invadiram, o que apressou o fechamento da Shakespeare and Company. Como isso se deu constitui uma das histórias mais curiosas do livro.

Lido entre 23/06 e 02/07/2014.
Nanci 02/07/2014minha estante
Parece ótimo, Jair - vou ler.
Abraço.


jota 02/07/2014minha estante
Acho que vale a pena, Nanci. Boa leitura, então. E um abraço também.


Daniel 03/07/2014minha estante
Parece bom mesmo!


jota 03/07/2014minha estante
Daniel: as histórias de Sylvia Beach são um prato cheio para quem gosta de ir além dos livros, conhecê-los mais e também seus autores.




Carolina Corrêa 22/08/2021

Magnífico
Uma deliciosa biografia da icônica livraria, escrita pela própria Sylvia Beach. Mais fiel, impossível.

A narrativa revela a efervescência literária da época, a amizade da proprietária com os grandes nomes da ?geração perdida? e todo o processo de transformação em editora com o lançamento de ?Ulisses?.
Há muitos detalhes sobre a amizade e relação profissional com James Joyce, revelando muitas características pessoais do autor.

Livro maravilhoso, que encanta amantes da literatura, arte e ambientação francesa.
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Carlos Aglio 16/09/2011

Detalhes íntimos da livraria que lançou o livro Ulisses, de James Joice!
Shakespeare and Company
Uma livraria na Paris do entre-guerras
Sylvia Beach - 277 páginas.
editora Casa da Palavra.

A autora e também proprietária da Shakespeare and Company, Sylvia Beach, descreve as memórias da livraria, entremeadas a detalhes, às vezes íntimos, de muitos escritores da época, com destaque para James Joice e Hemingways. O lançamento de um dos livros que dizem ser uma das maiores obras da literatura, Ulisses de James Joice, aconteceu por intermédio de Sylvia e da livraria.
A tradução brasileira de Ulisses, de Antônio Houaiss, mete medo. É um tijolo de 958 páginas e, segundo algumas pessoas, super difícil de ler. Eu comprei o livro e ainda não tive coragem para lê-lo, mas confesso que depois de ler em Shakespeare and Company tantos detalhes pessoais de James Joice e da "novela" que foi o lançamento do livro, fiquei muito motivado e interessado na sua leitura.
Enfim, as memórias de Sylvia traduzem-se num livro muito interessante que eu recomendo.
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Profe Ariely 08/09/2022

Leitura envolvente
Por muitos anos esperei pra ler essa obra. De certa forma me surpreendeu, pois tomou um rumo totalmente diferente do que imaginava. Uma americana em Paris, dona de uma livraria cujo símbolo principal era um inglês, amiga e editora de um dos autores irlandeses mais importantes e polêmicos da década de 20 (podendo resumir ser o centro principal da história). Me despertou o interesse numa infinidade de autores que sempre ouvi falar, mas nunca me interessei ler, talvez por falta de informação. Só tenho a dizer que minha lista de obras e autores novos para conhecer aumentou um pouco depois de tantos relatos tã profundos e reais.
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Allysson Falcon 29/06/2013

Comovente...
A autobiografia de Sylvia Beach é uma leitura deliciosa, que quando terminamos estamos ávidos por saber mais desta grande mulher.

A história da "Shakespeare And Company" se mistura à história de Paris, bem como de uma das mais importantes gerações de escritores e intelectuais de todos os tempos, aquela que Gertrude Stein chamou de "a geração perdida".

A parte que ela narra sobre seus anos de convívio com James Joyce e sua luta com "Ulysses" é absolutamente comovente.

Depois de ler o livro é impossível não ler, ou reler, mais obras do período, como por exemplo "Paris É Uma Festa", de Hemingway.

Sensacional.
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Juliana Ascoli 23/01/2024

Nesse livro, Sylvia Beach conta sobre seu tempo como livreira na Paris dos anos 20.
Aqui também você vai precisar de papel para anotar as referências de autores e obras (dá vontade de ler tudo que ela menciona).
Importante mencionar que grande parte do livro é sobre James Joyce e seu Ulisses, então siga em frente se for de seu interesse, pois parece-me que ela o conhecia bem.
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Mara 28/08/2016

Uma narrativa envolvente, que humaniza grandes escritores e endeusa grandes pessoas na Paris de 1920.

Sylvia Beach, americana, mas que sempre gostou de Paris, acaba se estabelecendo na cidade que na época reunia muitos intelectuais da Europa e dos Estados Unidos, abrindo uma livraria exclusivamente de títulos em inglês, que funcionava também como biblioteca.

É como amante de livros, literatura e escritores, que Sylvia (junto com Adrienne Monnier) enrosca-se com James Joyce, e acaba sendo a responsável pela publicação do grande romance "Ulisses" - seu único e exclusivo trabalho como editora (embora não tenham faltado ofertas).

Uma biografia deliciosa de se ler, onde Sylvia nos carrega para junto de toda movimentação literária da época de Gerturde Stein, Paul Valéry, Fitzgerald e Hemingway. nos fazendo compreender a sua contribuição para a literatura mundial com muita modéstia.
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Licre 13/02/2023

Uma biografia com sensação de prosa?
Ja estou com saudades de ler sobre a Sylvia, Adrianne, James Joyce e todo o restante.
Sylvia conta a história da sua vida e interliga com a história da sua famosa livraria ?Shakespeare and Co.?, e parece que eu estava numa mesa de bar escutando uma amiga minha contar os perrengues que ela passou.
Serio, que livro legal.
Minha indicação para deixar a leitura ainda mais interessante é procurar sobre as pessoas citadas, e andar pelo google maps nas ruas citadas no livro. Enriqueceu demais a minha leitura.
Antes desse livro eu tinha uma vaga ideia sobre James Joyce, e agora uma das minhas metas de vida é ler Ulysses. (Mesmo sabendo da dificuldade do livro kkkk).
Amei saber que ela foi casada por mais 30 anos com a Adrianne Monier, e que mesmo sendo Sec XX, os amigos e seu círculo social as amavam e as aceitavam ? Ela não fala do casamento explicitamente, mas deixa claro isso pelas conquistas das duas juntas e pelo cotidiano contado no livro.
Enfim, amei, lerei novamente um dia, e estou recomendando para todos.
Minha nota só não é 5 pq ela fala demais do Joyce e as vezes fica chato.
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