Carla Verçoza 23/05/2021
Foi meu primeiro contato com o teatro russo, e gostei.
O jardim das cerejeiras achei um pouco sem graça, mas Tio Vânia me ganhou, muito boa a peça, com bons personagens e ótimos diálogos.
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"Quer dizer, 25 anos arrombando portas abertas. Vinte e cinco anos exauridos entre o nada e a coisa nenhuma. E ao mesmo tempo, que autoestima!, que magnífica opinião de si próprio! Que pretensão! Agora está aposentado e não há um ser vivente que lhe dê a mínima importância: é um absoluto desconhecido. E, no entanto, repare só! Anda por aí com a soberba ôla de um deus de lata."
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"Qualquer pessoa bastante insensível pra queimar tanta beleza num fogão doméstico, capaz de consumir uma coisa que não pode ser substituída, deve ser considerada bárbara, indigna de nosso respeito. O ser humano foi dotado de razão e força criativa pra multiplicar o legado da terra em que vive, mas até agora não criou coisa alguma– só destruiu. Cada dia é menor o número de florestas, há enchentes e secas em toda parte, espécies animais são exterminadas, o clima se torna hostil ao homem, e a terra mais triste, pobre, feia."