Jan Luc 06/11/2017
Minha experiência com o livro
Caro leitor, vim fazer uma resenha um pouco diferente, pois demorei muito para terminar o livro e não consigo opinar a fundo sobre o conteúdo. Comecei em setembro de 2016 e finalizei em outubro de 2017. Por isso vou falar mais dos sentimentos que o livro me evocou do que do assunto.
O Início do livro me inspirou muito e foi ao encontro de opiniões e ideias que eu já nutria, essencialmente sobre possibilidades e o futuro da Internet, a ferramenta técnica para construção da inteligência coletiva.
No capítulo três fala-se sobre a transição do macro para o micro, o refinamento das artes da biologia, da vida, da comunicação e dos materiais que passa de uma era "molar" para uma "molecular". A proposta é que se passe, através da engenharia do laço social, para uma era molecular no tratamento das pessoas, no laço social.
Demorei muito para finalizar essa leitura. Estava desmotivado para lê-lo depois do capítulo 5, que é bastante enfadonho. A parte dois do livro (a partir do cap. 6) também é um tanto cansativa, na qual o autor define os quatro espaços antropológicos: a Terra, o Território, o espaço das Mercadorias e, o que ainda não está tão consolidado, espaço do Saber. Durante os capítulos da segunda parte o autor esclarece e diferencia as diversas características desses espaços. A partir do capítulo 5, é uma leitura pesada, que pede pela leitura de outros livros do autor e seria bem acompanhada por conhecimentos de autores como Deleuze e Guattari.
Apesar disso, o livro é repleto de observações muito nítidas e iluminadoras sobre diversos aspectos da tecnologia. Escrito no início dos anos 90, percebe-se mais claramente hoje em dia o que o autor já dissera naquela época, mostrando a clareza na percepção do autor. O fim do livro é mais animador (como o começo) e retoma a defesa do projeto da Inteligência coletiva, fazendo considerações sobre o quão utópico ou factível ele pode ser.