Camille.Pezzino 18/09/2019
VOANDO POR UM LUGAR AO SOL
O título dessa resenha pode parecer extremamente poético, na verdade, ele não somente parece como, na minha concepção, é. Ele é pura poesia e essa é a poesia que inspira a obra de Haruichi Furudate, Haikyuu.
Voando por um lugar ao sol não é somente o objetivo de Hinata Shouyou, mas exatamente o que significa o seu nome. O protagonista da história – como todos os outros personagens -, cada um a sua maneira, busca exatamente um lugar para chamar de seu e todos eles, não somente os integrantes da escola que acompanhamos, acreditam que ele está no vôlei.
Haikyuu (排球), para quem não sabe, é a forma de dizer voleibol em japonês, embora existam as formas ocidentais que usam o recurso dos katakanas na hora da grafia (inclusive, até mesmo haikyuu quando não escrito em kanji, também é representado por katakanas), por serem palavras estrangeiras, mais especificamente, uma variação do inglês, pois foi nos Estados Unidos que o esporte surgiu pela primeira vez, antes de encantar o mundo todo.
Graças a Haikyuu, confesso que pude ver duas de grandes paixões minhas reunidas: o ato de contar histórias, como já deve ter se tornado óbvio para todos que nos seguem, e o esporte, pelo qual possuo uma paixão desde pequena, em ação. Contudo, o mais interessante é que ambos os pontos, o esporte e a história, são tão bem trabalhados que só podemos admirar o trabalho do mangaká.
Exímio trabalho, devo ressaltar.
Quantos animes e mangás de esportes conhecemos e ficaram famosos nesses últimos anos? Muitos. Mas quantos deles dão ênfase absoluta para as práticas esportivas em desenvolvimento? Poucos, pois, geralmente, o romance ou o fanservice toma mais parte e espaço, dentro da narrativa, do que o desenvolvimento físico e mental dos personagens que o praticam, amam e se esforçam.
Contudo, na obra de Furudate, definitivamente, isso não ocorre em hipótese alguma. A ênfase é realmente a melhora pessoal e profissional – ainda que alguns pareçam que vão seguir a carreira enquanto outros não – de todos, literalmente todos, os personagens em relação ao vôlei. Cada um deles possui sonhos, expectativas, experiências que são narradas e desenhadas para o leitor que, de uma maneira ou outra, acaba se encantando com o que é demonstrado.
Dessa forma, confrontamos a minha segunda paixão: o ato de contar histórias. O mangá não nos narra a trajetória somente de Hinata, somente de Kageyama – seu rival e melhor amigo, no famoso clichê de shounen – ou da Karasuno; ele narra sobre todos os personagens aliados e inimigos – no dado momento da narrativa, claro – e te faz se apaixonar por eles.
Se nos apaixonamos pelo time do Hinata e por seus esforços tanto quanto pela forma com que se doam para conseguir alcançar os seus objetivos como jogadores, vamos com toda certeza fazer o mesmo por pelo menos um dos times que vão disputar contra as figuras que nos marcam, justamente porque todos os personagens são tão complexos e tão humanos que é impossível não nos apegarmos a eles.
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