Adriana 13/05/2012Poético, misterioso e bem escrito. Conheçam hoje Lis no Peito: um livro que pede perdão, de Jorge Miguel Marinho, publicado pela Editora Biruta.
Este livro me chamou a atenção logo na primeira vez que folheei o catálogo da editora. O subtítulo e a sinopse me pareceram promissores, além da capa ser linda e muito instigante. Porém, a obra é muito diferente do que eu esperava e acabou sendo uma leitura interessante justamente por fugir dos padrões a que estou acostumada.
Jorge Miguel Marinho escreveu uma ode ao trabalho de Clarice Lispector, todo o livro é uma homenagem a autora e isso talvez tenha me atrapalhado um pouquinho porque nunca li nada dela e não sou do tipo fã alucinada, hehe!
Lembro-me que no Ensino Médio minha professora de literatura recomendou A Hora da Estrela para que a turma lesse, mas eu ainda não estava de volta a minha vibe de leitora compulsiva e não dei muita atenção. Uma pena, mas também foi uma das obras citadas que mais entendi, porque conhecia Macabéia e seu perfil mesmo não tendo lido o livro, de tanto discutirmos a questão em aula.
O autor nos convida a conhecer a história de Marco Aurélio e a perdoá-lo, como ela pede a todo o momento. O jovem, de cara, nos passa a idéia de alguém perdido na vida, e o narrador, que é muito presente na história, nos conta como ficou amigo no protagonista e reforça bastante a busca de Marco Aurélio por alguém que ele ainda nem conhece.
Este alguém é Clarice, uma jovem da sua escola que um dia chamou a atenção do rapaz. Clarice abriu as portas do mundo de Marco Aurélio tanto para sentimentos desconhecidos quanto para a obra de Clarice Lispector, autora da qual ele não era grande apreciador.
O livro é bastante abstrato e ao mesmo tempo ultra direto. Com uma escrita simples, ele conduz o leitor por meio de pensamentos, mais do que ações. Se você não é grande fã de grandes divagações ou parágrafos extensos sem muita ação, provavelmente o livro não lhe agradará tanto. Mas para jovens ele é surpreendente no quesito dizer muito escrevendo pouco.
Talvez o que tenha feito com que minha avaliação final da obra fosse apenas boa, e não ótima, seja a falta de um final adequado. Sou do tipo preto no branco e finais que deixam as situações muito em suspenso tendem a não me agradar.
Por tudo isso, no fim dou três estrelinhas, mas deixo a minha recomendação ao público infanto-juvenil de uma obra rica em poesia e romance e ainda muito original.
Resenha em: http://mundodaleitura.net/?p=3678