Marie Antoinette, Serial Killer

Marie Antoinette, Serial Killer Katie Alender




Resenhas - Marie Antoinette, Serial Killer


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Ivy (De repente, no último livro) 11/10/2018

Resenha do blog "De repente no último livro..."
Marie Antoinette, serial killer é um young adult divertido, com uma pegada de mistério e um toque sobrenatural que nos remete à encantadora Paris.
Colette Iselin é uma garota de dezesseis anos cuja maior preocupação na vida é andar na moda e agradar as amigas: a insegura Pilar e a mais que mesquinha Hanna. Colette passou por um ano cheio de altos e baixos quando o divórcio de seus pais atingiu a vida da familia, os colocando em uma tremenda dificuldade financeira. Quando surge a oportunidade de viajar à Paris junto com os estudantes de francês de seu curso, Colette quer aproveitar imensamente cada canto da cidade-luz. Algo ali a faz se sentir em casa, cômoda até. Mas, quando começam a ocorrer terríveis assassinatos, Colette descobre que nem mesmo a capital do amor está isenta de seus pecados e, no momento em que ela passa a ver um certo fantasma com ares de grandeza rondando por seu caminho, Colette crê que pode estar enlouquecendo. Afinal, a rainha Maria Antonieta, decapitada há séculos atrás não pode estar simplesmente aterrorizando vidas inocentes por nada, certo? Mas, quando Colette descobre que seus antepassados estiveram ligados à mesma rainha e que todas as vítimas também eram descendentes de velhos conhecidos de Antonieta, a situação se torna mais mórbida ainda. Agora, Colette deverá tentar escapar da rainha assassina até o fim da viagem e ainda assim estar pronta para as festas no Versalhes e as visitas ao Louvre e à Torre Eiffel, além da atenção constante de Jules, um charmoso garoto francês que entende muito de história antiga e de Armand, um dos descendentes dos velhos conhecidos de Antonieta que, junto à Colette, vai tentar escapar das garras da monarca vingativa.

Eu estranhei muito o começo de Marie Antoinette, Serial Killer. A escrita de Katie Alender é muito juvenil e Colette é uma personagem bem típica. Ela é uma adolescente em todas as suas atitudes e, como estamos tão acostumados à um novo perfil de personagem que são as garotas valentes e altruístas das fantasias, foi um pouco dificil e incômodo entender algumas das atitudes vazias de Colette. Ainda assim, com o passar das páginas a leitura foi me prendendo, e embora Colette não tenha conseguido me conquistar por completo, se tornou pelo menos um personagem verdadeiro aos meus olhos. Ela é uma jovem cheia de sonhos, que também carrega um fardo de vergonha por tantas coisas, e em muitos momentos o leitor entende, se compadece e até torce por Colette. Ela é uma adolescente bem comum e real, tentando agradar e ser bem quista, cheia de dúvidas e inseguranças, e expressa bem esse perído turbulento pelo qual todos nós já passamos.

O grande trunfo desta obra é com certeza a ambientação e o contexto histórico inserido. Eu pude entender mais sobre a história de Marie Antoinette e foi bem legal conhecer aspectos da rainha que não conhecia (Sabia que ela era austríaca e não francesa? E que se casou aos catorze anos com Luís XVI? E que diferente do que pregam, ela não era tola e egoísta, mas apenas um ser humano que se tornou realeza bem cedo e como qualquer um cometeu erros e pagou caro por eles?). A autora mescla bem esses aspectos históricos com a trama juvenil, deixando tudo bem leve, fresco e fácil de entender. O tal fantasma de Marie Antoinette é bem mais complexo do que imaginava e as motivações que o movem foram bem originais, interessantes com certeza.

A ambientação é requintada, reflete bem a gloriosa Paris. As descrições da autora são cheias de exuberância e bem específicas, me senti tão imersa naquele ambiente que por muitas vezes deu pra sentir a doçura da cidade-luz em cada linha. O Rio Sena, a Torre Eiffel, o Palácio de Versalhes, as cafeterias e o charme francês são palpáveis nesta trama adolescente.

Infelizmente não deu pra conectar com os personagens. Eu até queria me apegar à Colette, ela é tão humana! Mas a verdade é que tanto Colette quanto os outros personagens, todos, me deixaram fria e indiferente. Sabe quando você nem se importa com quem vai morrer? Sabe quando por mais fofo que sejam certas cenas elas não conseguem enternecer por completo o coração da gente? Foi assim que aconteceu comigo.
Eu achei Colette muito superficial e volúvel até a metade da história, e apesar de ser engraçadinha, certas atitudes suas me faziam enjoar. As amigas dela então são ainda piores. Hanna é uma bruxa e Pilar parece a princesa sem opinião presa na torre. Dois personagens bem caricatos, clichês ao extremo.
Os dois mocinhos, Armand e Jules, também são bem típicos. É o clássico mocinho gentil versus o bad boy sensual, e é aquele tipo de romance que a gente já intui como se desenrola e como termina sem nenhuma surpresa.

Mas em tudo, o que menos gostei foi o final. Tá que foi legalzino e fechou todas as pontas soltas mas... achei um pouco precipitado. Por todos os problemas que Antoinette criou, seu desfecho foi bem simplório. Achei que fosse ser mais sangrento, exigir mais dos personagens, mas não, a autora apenas encerra sua trama com muita simplicidade e pouca emoção.

Resumindo, Marie Antoinette, serial killer foi um livro bem mediano. Não figura entre meus favoritos, e provavelmente até o final dessa resenha já terá sido esquecido, mas... enquanto lia foi entretenimento garantido. É uma leitura modesta, pra desconectar a mente mesmo e distrair com a ambientação apaixonante. Senti por muitos momentos uma vibe meio Scooby Doo no livro, é uma história divertida, com personagens fofos, mas nada chocante ou cheio de tensão, apenas isso, um livro leve que permite ao leitor aprender algo da mórbida história da rainha Maria Antonieta enquanto se diverte um pouco com um mistério carregado de pitadas de romance e muito charme adolescente.

site: http://www.derepentenoultimolivro.com/2018/09/review-240-marie-antoinette-serial.html
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