Coruja 02/11/2011Acho que esse é o livro mais curto da série Discworld – você não chega a passar uma tarde para devorá-lo do início ao fim. Embora curto, é bastante divertido – especialmente se você tem algum prévio conhecimento da lenda de Fausto, mais amplamente conhecida na versão do Goethe.
Eric é um adolescente cheio de espinhas com talento incomum para a demonologia. Infelizmente (ou felizmente, a depender do ponto de vista), quando ele tenta invocar um demônio para exigir três desejos em troca de sua alma (sinto que a coisa teria sido mais fácil se ele tivesse começado com lâmpadas mágicas...), em lugar de algum duque infernal, lhe aparece... Rincewind.
Aqui é necessário voltar um pouco nos livros até O Oitavo Mago para entender o que raios aconteceu para Eric ter de se virar com o mago mais covarde de todo o Disco. Ao final de toda a confusão que Coin causou naquele livro, Rincewind acabou por ir parar numa outra dimensão – mas não em qualquer dimensão e sim o próprio Calabouço das Dimensões.
Não é o melhor lugar do mundo para tirar férias, vá por mim...
Em todo caso, apesar de não ser um demônio, a magia utilizada para invocá-lo faz com que Rincewind ‘funcione’ como um – inclusive, para seu horror, sendo capaz de realizar os pedidos de Eric com um simples estalar de dedos.
E é assim que eles vão parar primeiro nas florestas de Klatch, diante de um império muito semelhante ao asteca, onde Eric consegue realizar seu desejo de tornar-se senhor do mundo e receber homenagens como tal – o único problema é que os tezumanos, que são os habitantes dessa floresta têm planos bastante desagradáveis para o governante do mundo...
O segundo desejo foi conhecer a mulher mais bonita do mundo... o que rendeu uma passagem para dentro de um cavalo de madeira no meio da guerra entre Tsort e os ephebianos.
O terceiro desejo foi, claro, viver para sempre. O problema é que ‘viver para sempre’ é interpretado de forma algo literal e Eric e Rincewind (com a Bagagem) vão parar, literalmente, no início do mundo, de onde devem começar sua ‘vida’ até o final do mesmo.
Para conseguir escapar desse destino, Rincewind ensina a Eric aquilo que faz de melhor: fugir. O único problema da equação é que eles não calcularam exatamente para onde seria a fuga – e, considerando o detalhe de que Eric teve seus três desejos atendidos, é hora de cumprir sua parte da barganha.
E os demônios da cobrança na linha direta infernal não estão nada satisfeitos...
Como Rincewind fará para escapar de mais essa? Bem... leia o livro. E depois discutiremos de novo acerca da fascinação que Pratchett tem com explodir o mundo...
(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)