Ana Maria 12/06/2021Pra variar, eu vou ser a Advogada do DiaboO livro começa confuso, as histórias são desconexas, como se ela estivesse drogada quando iniciou. Obviamente, depois; os personagens são "devidamente" apresentados, inicia uma narrativa com fundamento, apesar de ter muitas bobagens que não fazem sentido ou necessidade.
Tem suicídio, tem relacionamento abusivo, tem estupro, aborto, tem família que parece que saiu de um filme de Wes Anderson, parece que ninguém vive a vida real, enfim.
O que eu busquei nesse livro, foi o relato de uma paciente com transtorno mental, bipolaridade, e como lidou com isso. Eu não sabia, nem tampouco me interessava, sobre o envolvimento com o ator de Hollywood. Pois bem, o transtorno em si, é narrado como algo que envolve a protagonista, mas que ela não se dá conta, ou; não quer ver, que possui. Os termos são descritos, mas só quem vive com isso sabe o que é. Tudo fica embotado, numa sensação de que estamos vendo uma pessoa que está se afundando por sua vontade.
Há uma longa demora na aceitação da doença; não a culpo, pois ela vem de uma família que vê a vida por um mundinho todo particular.
Na realidade, há a presença onipotente do seu psicólogo, que morre de forma abrupta, a qual demora muitos anos para superar, e para buscar ajuda de outro profissional. E temos o tal gostosão de Hollywood, que ela nomeia como MC, portanto, basicamente, temos uma autobiografia de uma MULHER QUE AMA DEMAIS, e meninas, por favor não caiam nessa, busquem ajuda, não percam suas vidas por causa de macho.
Tanto ela dá valor demasiado para homens, que o trabalho também é mencionado de forma sutil, nem parece que é uma roteirista de sucesso e que ganhou muito dinheiro e teve uma carreira consolidada.
Na realidade, TODO O TEMPO, pareceu-me estar lendo o diário de uma adolescente de 16 anos, não de uma mulher já adulta. O pai é o psicólogo, pois o biológico vive fora da realidade.
Portanto, eu não gostei do livro pelo intuito que eu fui buscar, não gostei da forma como foi escrito, mas é uma história de vida, um relato de uma sobrevivente de uma doença que ainda não tem cura, e tem muito estigma na sociedade.