Luh 13/04/2013Mesmo que você não goste muito de romances, você precisa ler este livro.Resenha retirada do blog Fome de Livros: http://www.fomedelivros.com/2012/07/resenha-pushing-limits.html
A Trama: Vou começar aqui admitindo que eu chorei lendo esse livro e é muito raro isso acontecer. No Limite da Atração é uma história linda sobre dois adolescentes que começaram suas vidas de uma maneira completamente normal e, após acontecimentos terríveis, acabaram cheios de problemas.
A trama inicia com Echo e Noah sendo escolhidos para fazer parte de um novo projeto de sua escola e eles acabam se conhecendo no primeiro dia com a nova assistente social, Mrs. Collins. A primeira interação entre os dois não é nada amigável, o garoto acaba fazendo uma brincadeira idiota e deixando a sensível Echo um pouco brava. É claro que, por uma força do destino (chamada Mrs. Collins), Echo acaba sendo tutora de Noah e é exatamente assim que começa
um dos romances mais bonitos que eu já vi. Não vou mentir e dizer que a trama não tem suas falhas, é claro que tem algumas, mas para ser sincera eu não consigo me lembrar de nenhuma, pois o que me marcou foram as emoções fortes que senti durante a leitura. Recomento o livro a todos, vai valer cada segundo do seu tempo!
Os Protagonistas: No Limite da Atração gira em torno dos dois protagonistas, então é impossível falar pouco sobre eles. Echo é uma jovem e bonita que costumava ser normal e até popular no início do ensino médio. A vida inteira da garota muda quando ela acorda em um hospital com os braços enfaixados, sem ter memória alguma de como chegou lá. Echo passa então a ser excluída pela sociedade e usa luvas compridas todos os dias (inclusive no verão) para esconder as marcas deixadas pelo ataque que sofreu. A garota tem sérios problemas, mas é justamente isso que eu gostei nela.
Echo é uma pessoa de carne e osso e não uma daquelas heroínas poderosas que não tem medo de nada. Na verdade, eu diria que Echo tem mais defeitos que as pessoas normais, mas cada um destes revela um pedacinho da garota por trás das luvas e tudo o que aconteceu com ela até chegar àquele ponto. A protagonista é insegura, carente, levemente paranoica e influenciável. Parece clichê, mas o que ela mais deseja é ser aceita e amada.
Noah é, se é que é possível, ainda mais problemático que Echo. O garoto costumava jogar no time de basquete e ser popular até que seus pais morrem, deixando ele e os dois irmãos órfãos e sozinhos. Noah entra para o sistema de adoção e acaba se transformando em um delinquente. Ele usa drogas, arromba portas e não parece ter respeito algum por autoridades, mas
é impossível não se apaixonar por esse personagem cativante. Tudo na vida de Noah gira em torno de seus irmãos mais novos e ele faz todo o possível para passar mais tempo com os pequenos, mas a cada decisão que ele toma, os irmãos parecem se afastar mais e mais. Noah, mais que qualquer coisa, me parece perdido, como se não soubesse mais qual seu propósito na vida.
Os Personagens Secundários: Os outros personagens me surpreenderam muito, com protagonistas tão envolventes eu pensei que eles roubariam toda a cena e os outros mal seriam notados, mas não foi o que aconteceu. Cada um deles era cativante por mérito próprio e Katie McGarry mostra todo o seu talento ao descrever suas personalidades de maneiras surpreendentes e completamente inusitadas.
Mrs. Collins aparece nos momentos em que mais precisamos, com seu jeito enigmático e métodos nada tradicionais, e ajuda muito o casal de protagonistas durante a fase mais difícil de suas vidas. Acredito que ela foi uma das personagens mais importantes do livro, mantendo um clima mais leve ou intenso sempre que necessário. Apesar de Echo considerá-la extremamente malvada, eu nunca vi nada nos olhos de Ashley além de amor e compreensão. Claro que ela dizia as coisas erradas às vezes e era bastante egocêntrica, mas sempre parecia ter a melhor das intenções.
Beth e Isaiah, os amigos drogados de Noah, me assustaram um pouco e não me agradaram no início, mas
conforme eu conhecia melhor o passado deles, compreendia cada vez mais a mensagem do livro: todos são humanos e erram repetidamente até acertarem aqui e ali.
Entretanto, o prêmio de "personagens secundários mais encantadores" vai para os irmãos mais novos de Noah, Jacob e Tyler. Com oito e quato anos, respectivamente, os meninos me deixavam, no mínimo, à beira das lágrimas sempre que apareciam nas cenas. Divididos entre a relação com seus "novos pais" e o irmão da família "antiga", os meninos era tão doces e ao mesmo tempo tão tristes que foi completamente impossível não me apaixonar pelos personagens desde o início e torcer com todas as minhas forças para que, não importa o que acontecesse, aqueles meninos ficassem felizes no fim da história.
Capa, Diagramação e Escrita: Acho essa capa muito bonita, ela retrata perfeitamente minha imagem de Echo (Noah não está tão rebelde assim nessa imagem) sem revelar demais o rosto da garota, deixando espaço para a imaginação. A escrita alterna entre o ponto de vista de Echo e Noah em cada capítulo, permitindo ao leitor conhecer a fundo cada um dos protagonistas, e não consigo imaginar o livro de outra maneira.
Concluindo: Entrou para a minha lista de "melhores do ano" sem dúvida. Eu não sou fã de romances porque tudo sempre parece um pouco perfeito e forçado demais, então amei o livro por ser completamente diferente do que eu espero quando ouço a palavra "romance". Os personagens eram cativantes, a trama era simples e ao mesmo tempo repleta de pequenos detalhes escondidos, a escrita da Katie McGarry é maravilhosa e minha única reclamação é que não terá uma sequência (o próximo livro da autora será sobre a Beth).
No Limite da Atração, na minha opinião, foi feito para leitores mais velhos maduros, considerando que menciona drogas, sexo e outras coisas pesadas.
Quotes:
O pior tipo de choro não é aquele que todos podem ver - a lamúria nas esquinas, o rasgar de roupas. Não, o pior tipo acontece quando sua alma derrama lágrimas e não importa o que você faça, não há maneira de confortá-la. Uma parte murcha e se torna uma cicatriz na parte da sua alma que sobreviveu. Para pessoas como eu e Echo, nossas almas contém mais cicatrizes que vida.
Normal. Ela queria ser normal e eu também.