Morte em Pemberley

Morte em Pemberley P. D. James
P. D. James




Resenhas - Morte em Pemberley


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Claire Scorzi 21/10/2015

Uma revisita feliz e quase perfeita
Neste romance policial a autora revisita os personagens do clássico "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen. A surpresa é tratar-se de uma trama policial envolvendo Elizabeth, Darcy, enfim, todos os personagens já conhecidos pelos leitores de Austen.

6 anos após a ação de "Orgulho..." com Elizabeth e Darcy casados e pais de duas crianças, a propriedade dos Darcy, Pemberley, prepara-se um grande baile. Eis que às vésperas do evento a irmã mais nova de Elizabeth, Lydia, chega de surpresa histérica, afirmando que seu marido, Wickham, foi assassinado...

P.D. James conseguiu:
- Recuperar o ritmo dos romances clássicos;
- Recapturar a personalidade da maioria dos personagens originais de Austen ( o sr. Bennet é um dos melhores exemplos), imitando inclusive certo fraseado de JA;
- Realizar um bom romance policial histórico, com referências às guerras napoleônicas, leis inglesas, etc.;
- "amarrar" a trama do romance a personagens de outros romances de Austen, como "Persuasão" e "Emma".

Não dei 5 estrelas porque:
- Numa cena, acompanhando os pensamentos de Elizabeth, a autora não foi justa com a personagem, atribuindo a ela temores que a heroína original de Austen deixa bem claro não possuir - coisa que "Orgulho e preconceito " prova mais de uma vez sobre o seu caráter;

- O ritmo "clássico" funciona até certo ponto; para os acostumados à escola inglesa do romance policial clássico, a 1ª parte é fácil de ler, obedece às suas características - porém, o ritmo mais lento para um romance policial, aqui, talvez só seja bem aceito para os leitores que tem extrema familiaridade com os personagens originais de Jane Austen.
Daiane Amanda 22/10/2015minha estante
Que resenha adorável =)
É muito bom saber que P. D. James foi tão feliz na escrita desse livro, vou procurá-lo para ler =)


Claire Scorzi 22/10/2015minha estante
Obrigada pelo "adorável" ^^


Helena 22/10/2015minha estante
Claire!!!! Preciso mostrar este livro para minha filha!!! Ela é apaixonada por Orgulho e Preconceito!!!!


Claire Scorzi 22/10/2015minha estante
Mostra sim!! :D


Cassiane 29/10/2015minha estante
eu vi a adaptação que a bbc fez desse livro e me empolguei para lê-lo


Ana Saka 22/05/2016minha estante
Gostei da tentativa de reproduzir a escrita de Jane Austen e da menção a outros romances da autora, mas achei que ela cometeu injustiças com algumas personagens, sobretudo Charlotte, ao desvirtuar sua amizade com Elizabeth. Achei que não precisava ter feito isso.




Leticia 13/04/2013

Volta ao um magnifico livro
Morte em Pemberley é um bom livro. Devo dizer que de todos os livros que voltam a falar sobre Orgulho e Preconceito, este é o melhor ( só falo dos lançados no Brasil).
Morte em Pemberley é um ótimo mistério.Quem matou o Capitão Denny? O livro dá vários suspeitos e você por hora acha que é um, por hora acha que é outro. PD James desenrola o mistério muito bem, e o desfecho do caso é muito bom, surpreendente.
A única coisa que faria o livro melhor ainda seria mais cenas com a família Bingley e Darcy. Muito pouco se fala como essas pessoas se relacionam no dia a dia, e quase não se fala nada sobre seus filhos. Apesar de ser um mistério, e o livro focar no crime cometido, PD James poderia ter focado mais na vida domestica de Lizzie e Jane.
Outra coisa que não foi culpa da autora com toda a certeza, é em relação ao nome de Wickham. Em vez de Wickham eu vi em algumas partes do livro, e na sinopse o nome Wickermam. Eu sei que isso não afeta a história, porém eu amo Orgulho e Preconceito e foi meio que uma ofensa a mim. Os editores deveriam prestar mais atenção na hora de editar o livro.
Entretanto o livro é muito bom, e eu recomendo.
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Sara277 17/10/2020

Muito bom, amo ler essas continuações propostas para o amado clássico da diva Jane Austen, Orgulho e Preconceito. Recomendo a leitura.
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Sueli 18/12/2013

Só Deu Para Matar a Minha Saudade...
Pois é leitores, por causa da sinopse deste livro, não descansei enquanto não comprei Morte em Pemberley. Mas, por pouco não perco esse lançamento... Não vi nem fogos de artifícios, e nem muita divulgação em torno desse livro. Foi através de meu marido, que sabe da minha admiração por Jane Austen, que tomei conhecimento do livro.
E, quase sempre me perco em considerações sobre o livro em si, e deixo de comentar sobre a edição. Porém no caso de Morte em Pemberley, se eu descuidasse desse assunto estaria cometendo um erro gravíssimo, pois a edição do livro está perfeita! A revisão impecável, e imagino que a tradução de Sonia Moreira esteja irretocável, pois não senti nenhuma dificuldade em acompanhar o texto e a cena descrita pela autora. Parabéns Companhia das Letras pelo cuidado e carinho com que esta obra foi editada.
É impossível para os amantes de Austen perderem a chance de conhecer o que aconteceu com seus amados personagens através da imaginação de P. D. James, já que esta é considerada uma especialista em Jane Austen, fato que fica muito óbvio já na primeira metade de Morte em Pemberley.
Foi com grande entusiasmo que cheguei a pensar que seria um caso de possessão espiritual quando percebi que James descrevia as cenas e ações com a mesma fluência verbal e no mesmo estilo literário daquela que mudou a forma dos romances em sua época.
James tratou todos os personagens de Orgulho e Preconceito com imenso respeito, mantendo todas as características e diretrizes impressas por Austen há duzentos anos. Temos o mesmo Sr. Darcy, tão tímido, recluso e muitas vezes inseguro, casado e feliz com a sua Elizabeth, que continua muito atenta, apesar de menos irônica, talvez, um pouco mais pacificada devido à maternidade. Além de James não ter esquecido todos os personagens secundários e que tanto carinho despertou em todos nós que lemos e adoramos o livro que originou o suspense atual.
E, para meu imenso desconforto, fui obrigada a conviver com a insuportável Lydia e seu marido, o sempre mau caráter, Wickham. Confesso que torci para que ambos tivessem um desfecho trágico. Contudo, correndo o risco de um spoiler, entendi que apesar de James se apropriar dos personagens de Austen, ela jamais poderia modificar o caráter, nem dar um fim definitivo a cada um deles.
Minha impressão sofreu um forte abalo quando o livro entrou na parte investigativa e jurídica propriamente dita. Mas, adorei ter mais detalhes sobre como os inquéritos eram conduzidos no início do século XIX. Já que a própria James faz parte da nobreza inglesa, porém não chego a dizer que me senti eletrizada com o livro, muito longe disso...
Talvez, por ser uma dama altamente comprometida com o universo policial, senti falta de um pouco de romantismo no livro, inclusive Darcy e Elizabeth só terão uma conversa pessoal, apenas no epílogo. Acho que devo ter começado a ler Morte em Pemberley contaminada pela memória de Orgulho e Preconceito e apesar de James desconstruir as ações dos personagens do romance original, tentando justificar suas ações, eu não consegui me emocionar, nem senti que eles estivessem presentes.
Foi doloroso ler que Darcy, à luz dos presentes acontecimentos, racionalizasse que grande parte de sua inquietação era devida ao fato dele ter casado com Elizabeth Bennet. Que seu amor por ela havia sido capaz de fazê-lo esquecer o desnível social de ambas as famílias.
Um livro para os amantes de Jane Austen, mas que deverá ser lido sem grandes expectativas de encontrarmos a mesma atmosfera irônica criada por Austen para descrever a sociedade do final do século XVIII e princípio do XIX. E, muito menos um Sr. Darcy que povoou a memória afetiva de todas nós.
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bella.routine 29/04/2021

bom demais!
se vc gosta de suspense com um ponta de romance vc vai AMAR esse livro! é uma continuação de Orgulho e Preconceito, e vc não precisa ter lido ele para entender Morte em Pemberley, mas é importante ter um conhecimento prévio da história e dos personagens (;

??um pequeno spoiler??e o que eu mais amei é que a P. D. James brinca e faz analogias com os outros livros da Jane Austen, incluindo personagens de Persuasão e Emma por exemplo!

enfim, maravilhoso para quem gosta de romance policial ?
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Caroline Vital 27/08/2022

Manteve o espírito de Orgulho e Preconceito
Sensacional revisitar o universo de orgulho e preconceito. E foi escrito como se fosse pela própria Jane Austen! Cheio de floreios do século 18 e sarcasmo afiado. Adorei!
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Julinho 22/01/2021

Um bom livro
"Morte em Pemberley" é um livro legal, com leitura fluida (capítulos curtos e rápidos), um estilo de escrita que lembra os escritos de Jane Austen, e um enredo interessante - ainda que não seja um livro que você vá "devorar", é um bom passatempo; existe uma atmosfera de tensão narrativo, mas o livro não se desenvolve em torno de um grande mistério e de certa forma é uma leitura "leve", mas sim foca nos pensamentos, dúvidas e angústias de Darcy em torno de uma situação complicada (*regados a muitos white people problems também*).

O livro em alguns momentos tem um gostinho de fanfic, ao tentar explicar alguns pontos meio obscuros de "Orgulho e Preconceito" e em momentos pontuais costura ao seu enredo uma espécie de universo compartilhado da obra Austeana, trazendo elementos de outros livros da autora.

No entanto sinto que não aproveitaram muito bem os personagens do cânone além de Darcy - o Mr. Bennet aparece numa ceninha apenas, ele é um personagem tão querido, queria um pouco mais de fanservice *_*; Lizzie Bennet não ter qualquer papel atuante no enredo e só aparece como mãe e esposa devotada, apesar de ser legal ver a relação do casal anos depois do que aconteceu no livro canônico, foi meio frustante...

O livro também é meio injusto com um punhado de personagens, incluindo Lizzie (*acho que ela nunca pensaria mal de um amigo, e muito menos esse amigo em questão faria o que foi sugerido pelo livro*), e o Coronel Fitzwilliam (*ai já forçaram toda uma situação de herança e título pra justificar uma mudança no perfil da personagem e privilegiar um shipp de um personagem criado pela autora*).

Num geral prefiro que criem personagens totalmente novos à desvirtuarem personagens canônicos. Assisti a Minissérie da BBC e tendo a achar o material ali melhor, os roteiristas conseguiram fazer com que a trama funcionasse melhor como mistério e deram mais espaço para Lizzie deixar de ser apenas mera telespectadora dos acontecimentos.

Ps: acho que todo mundo achava que pelo título o assassinato iria ocorrer na mansão de Pemberley, em não em outro lugar da propriedade...
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Catarina 04/09/2013

Não considero este livro um policial, mas sim um romance, em que a autora, também fã de Jane Austen, pretendeu, através da sua imaginação, continuar a história, com a evolução das personagens já conhecidas.

E, como tal, gostei muito de sentir a evolução dessas personagens e de ler sobre elas, como se fossem uns parentes afastados, dos quais já há muito não tinha notícias.

Assim, se gostou de "Orgulho e Preconceito", sugiro que leia este livro e que transmita também a sua opinião.
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Loly Camilo 30/04/2022

Apaixonada ?
Meus parabéns a autora, que livro maravilhoso! Já fui pega pela ideia de juntar um mistério com o universo de Orgulho e Preconceito. Morte em Pemberley é muito bem escrito e casa com a narrativa criada por Jane Austen. A autora conseguiu captar a essência de cada personagem e trouxe um tom clássico para história, mesmo sendo um livro escrito no século XXI. Só tenho isso à dizer, é uma obra-prima!!!???
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Vanessa Vieira 01/05/2014

Morte em Pemberley_P. D. James
O livro Morte em Pemberley, da inglesa P. D. James, se passa em 1803 e revisita a história de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy já estão casados há seis anos e são pais de dois filhos, vivendo na mais absoluta felicidade na imponente mansão de Pemberley. Porém, o ambiente de paz em que vivem logo é ameaçado quando na véspera do baile anual, Lydia, uma das irmãs Bennet, chega gritando histericamente no local, alegando que seu marido, George Wickham, foi brutalmente assassinado na floresta. A partir daí, um forte clima de suspense e mistério envolve a trama, revelando segredos ocultos e provando que todos podem ser suspeitos em potencial.

Morte em Pemberley pode ser considerado não só um livro policial e de suspense, como também um romance, visto que manteve todas as características presentes na obra de Jane Austen. P. D. James soube nos envolver em uma trama de mistério eletrizante, ao mesmo tempo em que preservou a essência de Orgulho e Preconceito, fazendo com que tal combinação ficasse impecavelmente perfeita. As características dos personagens foram mantidas, assim como suas diretrizes e os diálogos entre os mesmos são refinados e elegantes, seguindo todos os padrões presentes na aristocracia inglesa. Narrado em terceira pessoa, de forma descritiva e envolvente, é um livro que com certeza será bem apreciado pelos fãs de Austen, e claro, por quem também curte um bom suspense policial.



"Aqui estamos nós, no início de um novo século, cidadãos do país mais civilizado da Europa, cercados do esplendor que é fruto do engenho e da arte da nação e dos livros que são o relicário de sua literatura, enquanto lá fora existe outro mundo do qual a riqueza, a educação e o privilégio podem nos resguardar, um mundo em que os homens são tão violentos e destrutivos quanto no mundo animal. Mas talvez nem mesmo o mais afortunado de nós consiga ignorá-lo e mantê-lo à distância para sempre".

Elizabeth e Darcy tiveram as suas facetas mantidas e achei isso absolutamente interessante, visto que preservou e tratou com respeito a obra de Austen. Lizzie está um pouco mais ponderada apenas, e creio que seja pela sua nova situação como mãe. Darcy continua o mesmo homem imponente e refinado de sempre, e consegue lidar com o crime que choca Pemberley de forma robusta e séria, mostrando todo empenho para solucioná-lo.

Os personagens secundários também merecem destaque, principalmente Lydia, Wickham e a sra. Bennet, que continuam ainda mais irritantes e interesseiros. Georgiana também dá o ar da graça na trama e consegue viver um lindo e belo romance nas entrelinhas.

Em síntese, Morte em Pemberley nos traz uma visão repaginada de Orgulho e Preconceito, incrementada com um suspense de primeira, onde nada é o que parece. P. D. James é conhecida como a "Dama do Crime" por suas obras policiais e soube conferir todo seu talento e arte à trama de Jane Austen, resultando em um livro impactante e majestoso. Em 2013, a BBC produziu uma minissérie da obra que soube retratar com afinco sua essência, apesar de ter pecado na escolha de alguns atores. Os intérpretes de Lizzie e Darcy, Anna Maxwell Martin e Matthew Rhys, ficaram muito velhos para os respectivos papéis, visto que se passaram apenas seis anos desde os últimos fatos ocorridos em O&P. Porém, o elenco escolhido para representar Lydia, Wickham e a sra. Bennet ficaram perfeitos e conseguiram transmitir com exatidão as diretrizes de tais personagens. Voltando ao livro, a capa é simples e acredito que poderia ter sido um pouquinho mais elaborada e a diagramação está ótima, com fonte em tamanho adequado e revisão de qualidade. Recomendo, com certeza!

site: http://www.newsnessa.com/2014/05/resenha-morte-em-pemberley-p-d-james.html
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_bbrcam 06/07/2021

Como dizer?
Eu tenho algumas ressalvas nesse livro. Embora eu não esperasse que fosse igual, a autora se perdeu totalmente do espírito da Elizabeth, talvez seja por isso que sua participação seja tão mínima. Darcy foi melhor retratado, mas se tivesse uma atuação mais presente na investigação, talvez eu tivesse gostado mais. No fim, temos uma história bem escrita, uma narrativa que te envolve no mistério para tudo ser solucionado nas últimas páginas sem uma atuação mais presente nos detalhes. Eu criei tantas teorias mirabulantes que acabei me decepcionando no final, mas não é ruim. Um bom livro.
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CisoS 09/11/2015

Nem P.D. james, nem Jane Austen
Os livros de Jane Austen conseguiam ser profundos mesmo tratando de eventos leves, quase futeis. Os livros de P.D.James tratam de assuntos bem mais densos.
Revisitar Orgulho e Preconceito foi ousado, mas o resultado não foi tão bem sucedido. O fútil pareceu mais fútil, o lado criminal não casou tão bem o século XIX. O epílogo em que a autora tenta explicar alguns pontos pouco críveis da trama de Jane Austen, soa artificial.
Ainda assim, um bom livro, mesmo não estando entre os melhores, nem de Jane Austen, nem de P.D.James.
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Michelle.Motta 24/01/2016

Quase uma Agatha Christie
Phyllis Dorothy James White mostou mais uma vez porque tem fama de "a dama do crime". Com uma narrativa que nada deixa a desejar a Agatha Christie, P.D James adentra num território que não é seu, levando uma tragédia para Pemberley, território natural de Jane Austen.
O livro aborda uma temática a qual Jane Austen se abstém, chamando de "assuntos odiosos"; mas com relação a preocupação de James quanto a receptividade que o livro teria por Austen, devo dizer que está ficaria feliz de ver uma autora livra-la de tais assuntos com tal mestria.
Como fã, James fez seu trabalho de casa, pesquisando a respeito de Pemberley e arredores, dos personagens incluídos na história, dos costumes da época, da lei que regia a Inglaterra no ano em questão, 1803. Como autora, demonstrou grande habilidade ao criar um suspense muito bem enraizado e fechado, que não deixa pontas soltas nem perguntas não respondidas.
Uma das coisas que mais gostei foram as referencias e "participações especiais" de outras histórias de Austen. A família Eliott, de Persuasão, e a família Knightley, de Emma, também entraram como coadjuvantes na história de James.
Com um desfecho emocionante, forte e surpreendente, devo dizer que recomendo o livro tanto quanto posso! Para quem conhece as obras de Jane, James oferece um novo olhar sobre alguns acontecimentos descritos no livro original. Para quem não conhece, o livro pode muito bem ser lido como um bom suspense investigativo!
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Rayanne48 24/01/2020

Uma narrativa vazia
Sabe aquela sensação de quando você está lendo uma fanfic e os personagens simplesmente não parecem eles mesmos? É o que acontece aqui. Trabalhar em cima de qualquer obra pronta e aclamada, seja para fazer uma adaptação ou criar continuações não canônicas, como é o caso, é um desafio e tanto. Se for um clássico então, nem se fala. Por isso admiro a coragem da autora por se enveredar por essa caminho, mas lamento dizer que o resultado final não poderia ser chamado de um sucesso.

O acontecimento de um assassinato, na vida desses queridos personagens no que seria sua vida pós Orgulho e Preconceito era uma boa ideia, mas mau executada. Meu primeiro pensamento era que a história seria algo à lá Agatha Christie, com um envenenamento em um jantar chique em Pemberley pouco tempo depois do casamento de Darcy com Elizabeth. Assim a autora poderia se apropriar completamente dos personagens com suas personalidades já prontas e somente incluí-los numa narrativa diferente. Mas Morte Em Pemberley se passa seis anos depois do casamentos deles. Quem são Elizabeth e Darcy seis anos depois da história original? Eu não sei. E a autora também não! Num universo tão comum, feito por Austen à imagem e à semelhança do nosso no séc. XIX - para poder criticar inteligentemente sua realidade na época - com protagonistas também comuns, sem nenhuma característica que os destaque após as resoluções do livro, esse distanciamento de tempo matou a relação que deveria existir entre o original e essa "continuação". Com a diferença evidente de escrita o universo não parecia o mesmo e, embora as mudanças que seis anos devem trazer aos personagens não tenham sido muito grandes, tampouco foi nos dado o suficiente do original para reconhecê-los.

A parte policial do livro, que é mais a especialidade de James, também foi infrutífera. A narrativa não gerou tensão, suspense ou mesmo curiosidade, ao contrário, foi enfadonha do início ao fim. James não foi capaz de apreender e/ou transmitir a complexidade e profundidade humana das pessoas e suas vidas comuns presente nas obras de Austen. E em várias partes ela usa dos próprios personagens para tecer comentários e justificativas sobre a história de Orgulho e Preconceito que, aparentemente, ela achava que não fazia sentido. O que foi bizarro, como um grande furo narrativo, pois aqueles discursos não soavam como algo que Elizabeth ou Darcy diriam, nem que essas eram suas opiniões. Senti o tempo todo que as palavras eram vazias, não possuíam alma. Os nomes estavam lá. Os personagens não.

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