Rosangela Max 19/03/2022
Essa história merece um textão.
É o tipo de drama que conta o ocorrido de diferentes perspectivas: atirador, vitimas, familiares, polícia, advogados etc. Adoro isso porque nos leva a analisar e tirar nossas próprias conclusões.
Temas como adolescência conturbada, depressão, bullying, ineficiência das escolas no combate ao bullying, irresponsabilidade dos adultos em relação ao porte de armas e a incapacidade da sociedade encarar o bullying como problema sério são o que compõe a história.
O que mais entristece é saber que esta história foi publicada em 2013 e, desde então, pouco evoluiu em relação a tratativa desses assuntos.
São problemáticas antigas e que devem, cada vez mais, serem representadas nos livros para ver se algo muda.
Fico chocada o quanto as crianças e os adolescentes podem ser cruéis. De onde vem tanta maldade, tanta vontade de humilhar e de fazer os outros sofrerem?
Não existe isso de ?não ter a intenção? ou de ?foi só uma brincadeira?. Se colabora e ri da desgraça alheia é porque faz de forma intencional, e isso vale para qualquer pessoa que já tenha desenvolvido consciência moral. Como um adolescente (ou um adulto, em defesa do adolescente) pode alegar desconhecimento que certas atitudes causam dor e sofrimento aos outros? .
A escrita da autora é ótima! Clara, fluída e vai direto ao ponto.
As únicas coisas que não gostei foram: a história ter sido estruturada de forma corrida, sem quebra de capítulos. Isso atrapalha um pouco a leitura, mas logo vamos nos adaptando e identificando mais facilmente as pausas. E a segunda coisa que não gostei é do final.
Alguns encerramentos foram inevitáveis, já outros poderiam ser diferentes. Acabou afetando a minha expectativa e a esperança de melhoras em relação ao tema tratado no livro.
A autora perdeu a oportunidade de reavivar a chama da esperança e não enfraquecê-la. .Me fez chorar. ?
Somente pelo final, classifiquei como 4 estrelas.
Recomendo que todos leiam. Hi