Sorte

Sorte Alice Sebold




Resenhas - Sorte


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Sr.Matsui 29/03/2010

Honesto, gentil e difícil
Como seu interessante "Vida interrompida" (The lovely bones) - que eu deixei para ler depois deste, "Sorte" é um livro perturbador sobre a pior coisa que possivelmente pode acontecer a uma mulher. E não deveria acontecer com ninguém.

Que ela tenha sobrevivido é impressionante. Mas o fato dela ter encontrado uma voz para descrever sua experiência com clareza, com incrível discernimento e com calor humano é quase inacreditável. Mas é isso aí: é o que a autora consegue oferecer neste livro.

Alice Sebold nos conta com honestidade e carinho a história crua de seu estupro e sua subseqüente luta para se recuperar. "Sorte" é tão bem-escrito que até consegui ler às vezes como um romance, com momentos de suspense e tal. Particularmente nas páginas do tribunal.

Na época em que era aluna da universidade de Syracuse em 1980, Alice foi vítima de um estupro brutal ao sair da casa de uma amiga. A experiência evidentemente despedaçou sua alma, mas ela mesmo não percebeu a gravidade de seus sentimentos, nem o efeito disso em sua vida e em seu comportamento.

Ela nunca pede dó ou pena do leitor nessas páginas bem-escritas. Ela ganha nosso respeito e admiração pela maneira corajosa que nos conta como os eventos traumáticos mudaram e moldaram sua vida; como a ingênua estudante de faculdade eventualmente se tornou a predadora agressiva em sua valente luta por justiça contra seu atacante.

A autora permite que entremos em sua cabeça, não nos escondendo nada: a interação dolorosa com sua família e amigos enquanto eles tentam fazer o melhor para ela; enquanto nós vemos o quão machucada ela ainda está - mesmo quando tenta se convencer que não está mais. Eu me via torcendo por essa heroína enquanto a acompanhava, esperando que ela encontrasse (seja lá qual fosse) justiça e conseguisse juntar os pedaços da sua vida.

Este não é um conto romanceado, ou suavizado, ou açucarado. O que pode torná-lo difícil para algumas pessoas. Mas eu li porque fiquei intrigado com o que me era oferecido, que alguém estava compartilhando uma experiência pessoal desse tipo, algo que afeta mais mulheres do que as pessoas imaginam.

*Eu* me considero sortudo em não conhecer ninguém que tenha passado por isso. Se bem que agora eu acho que tenho uma percepção muito limitada do que uma pessoa experimenta.

Tiro meu chapéu pela coragem de Alice Sebold em colocar no papel sua história, e acho que esse é um livro importante.

Não é leitura leve, nem casual. Mas acredito que aprendi alguma coisa com ele.
E o fato de que o livro representa a vitória da Alice, torna-o mais gratificante ainda.
Márcia Naur 29/03/2010minha estante
Adorei a sua resenha, estou lendo Uma vida interrompida e posso perceber como esta mulher é forte e como escreve bem, sem ficar dando voltas.

Parabéns por suas belas palavras


Klesiane 15/01/2015minha estante
Sua Resenha foi sincera e retrata muito bem o contexto do livro, quando eu li "SORTE", isso em 2009, faz um bom tempo, as imagens que consegui recriar enquanto lia nunca esqueci.
Foi de verdade o primeiro livro que me fez sentir cada linha de dor, sofrimento e principalmente coragem de uma mulher que teve sua vida rompida e manchada eternamente.
Parabéns pelas palavras, com certeza retratou a de muitos que um dia leu ou iram ler este livro.




Taryne 16/09/2010

Alice Sebold é brava. Não existe palavra que expresse melhor a autora deste "Sorte", mesmo que fique um pouco estranha em português. Sua bravura está realmente em cada página: suas dores, seus medos, sua coragem, tudo escancarado. Sem mencionar todas as reações que a história causa ao leitor. O julgamento é o clímax da história, mas as primeiras páginas são aterradoras e absurdamente marcantes, pra quem tem estômago forte.
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Goldenlion85 04/02/2009

Esse livro é bem interessante, as pessoas fracas de espirito
não aguentam, porém é uma leitura agradavel e bem sincera.
recomendo
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Andre_Sch 09/07/2009

Alice nos leva para seu interior mais secreto e conta-nos o que até hoje atordoa.
Frio, nojento mas real.
Favorito Tb!
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Marina 02/08/2009

Logo no primeiro capítulo, o estupro de Alice é narrado em detalhes. A partir daí, a autora nos conta como sua vida, as relações, seu comportamento, e sua saúde mental, foram moldados a partir desse acontecimento traumático.

É impossível não se emocionar, odiar, entristecer, sentir medo, angustiar-se junto com a autora. Nesta autobiografia, ela conta como tantos detalhes, como a roupa que estava usando no dia do estupro ( e aqui me refiro à roupa ser ou não provocante), podem influenciar no processo, mostrando que a lei ainda é muito falha e machista na defesa das mulheres em casos de agressões sexuais. Este, aliás, é o ponto alto do livro: o julgamento.

Impressionante como Alice Sebold nos transmite todo o tipo de sentimento ao narrar a luta que foi vencer esse pesadelo, e nos faz sentir admiração pela coragem de expor desde o ínicio esta terrível experiência de modo tão transparente ( o que causa aliás, todo tipo de olhares voltados para ela: curiosos, assustados, penalizados, acusadores, enfim...).

Não recomendo, porém, às pessoas muito sensíveis, pois ele nos deixa com um nó na garganta.
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Pudima 23/05/2022

Triste.
Só consigo pensar em uma palavra quando penso nesse livro: triste.
Triste pelo que aconteceu com a autora. Triste por existirem tantos monstros nesse mundo. Triste por existirem tantas falhas no sistema e pelas torturas psicológicas às quais as vítimas muitas vezes são submetidas.
Falando sobre escrita e gramática, achei o livro bem falho em alguns trechos. Mas interpretei a leitura mais como um desabafo e uma tentativa de libertação da autora, do que uma escrita para atrair leitores.
Não posso dizer que gostei ou que considerei um bom livro, mas não consigo avaliá-lo negativamente pois o vejo como um ato de muita força e coragem.

Decidi, por impulso, pesquisar sobre o livro e descobri que, graças a ele, uma grande injustiça foi corrigida. Mas corrigida até que ponto?
O mundo, subitamente, torna-se desesperançador (se me permitem o uso desse "verbo").

Paz, amor e bem.
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Paula 04/04/2024

Acusado declarado inocente anos depois desta história real
Li o livro mesmo sabendo que o acusado foi declarado inocente ,li para tirar minhas próprias conclusões
Já tinha lido uma vida interrompida da mesma autora e me surpreendi e vendo a própria história dela meu veredito é não sei no que acreditar, ela sofreu violência isso é claro mas fiquei muito em dúvida com pulga atrás da orelha
Se foi um erro é muito triste pois uma pessoa negra foi acusado injustamente e perdeu anos na cadeia não devendo nada
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Renata 04/03/2019

A anatomia de um estupro - GATILHO
"Minha vida havia terminado; minha vida acabava de começar."

Talvez você já tenha assistido ao filme “Um Olhar do Paraíso”, esse filme é a adaptação de um livro de Alice Sebold chamado “Lovely Bones" (Uma Vida Interrompida, Ediouro - 2003). No livro em questão, Alice conta a história de Susie Salmon que é violentada e brutalmente assassinada por um vizinho e ao longo da narrativa a garota que está no “paraíso” pode ver como a família e o seu assassino seguem suas vidas sem ela por perto.

Essa história que foi adaptada para o cinema é fictícia, mas enquanto Alice escrevia o livro a realidade falou mais alto e então ela resolveu contar a sua própria história escrevendo Lucky (Sorte), que eu decidi que não deve levar esse título apenas mas sim: F-362, o código do caso de estupro de Alice.

Alice Sebold tinha 18 anos quando em uma noite ao sair da casa de um amigo e caminhar pelo Thorden Park próximo da Universidade de Syracuse onde estudava, foi perseguida e estuprada brutalmente. A autora relata tudo de uma forma crua, utilizando-se de elementos da poesia e é difícil não chorar por ela enquanto ela segura as suas lágrimas ao longo do livro, mas a história de Alice não acaba aqui, ela só começa.

Depois de chorarmos com Alice, nós também queremos justiça! E é atrás dela que seguimos até o final. Naquela mesma noite do dia 8 de maio de 1981, Alice faz exames para recolher amostras da violência e comprovar o seu estupro para que a polícia possa dar início à investigações, ali ela não fazia ideia de tudo o que ainda estava por vir e o quanto seria difícil ter a justiça que desejava e que era dela por direito. Enquanto muitos achavam que ela podia desistir a qualquer momento, como sempre acontecia com os casos de estupro que conseguiam chegar até o júri, ela não desistiu.

Durante o tempo que aguardou, ela decidiu também que não deixaria de viver. Voltou para a faculdade onde achavam e esperavam que ela não retornaria, deu continuidade ao seu segundo ano de curso e seguiu.

Ao longo de cinco meses, Alice tinha pesadelos com um único rosto e revivia cada detalhe da violência que lhe fora afligida, mas não sabia ainda o nome de seu estuprador. Em 5 de outubro ao sair da Universidade para comprar seu almoço fora do campus, Alice esbarra com ele na rua e ao levar esse fato para a polícia finalmente descobre que seu estuprador tem um nome: Gregory Madison.

Gregory é detido e Alice tem que passar por vários processos, o de identificação (que ela falha porque estava muito assustada), o de testemunha (onde ela é desacreditada), e o seu caso finalmente vai para o grande júri, onde depois de muita humilhação, lembranças, descrença e paciência, ela consegue fazer com que Gregory seja sentenciado e receba a pena máxima.

Esse é só um resumo da história contada por Alice, nos detalhes dela se escondem muito mais coisas, coisas que nos fazem entender porque nem toda mulher conta sobre o seu estupro ou demora para revelar para parentes e para a polícia sobre a violência que sofreu, coisas que nos fazem entender que Alice deu "sorte", porque como ela mesmo constata, era “uma vítima de estupro excelente”, coisas que nos faz refletir sobre o conceito de justiça, sobre preconceitos sociais, o modo como uma família lida com uma mudança abrupta causada por uma violência como essa, e sobre o que acontece quando diferente de Susie Salmon, a vítima fica viva e tem que escolher seguir adiante, buscar justiça e “superar” o insuperável.

"“A intimidade daquilo fere. Desde então sempre pensei que a definição de estupro no dicionário deveria dizer verdade. Não se trata apenas de coito forçado; estuprar significa habitar e destruir tudo.”"
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Leninha Sempre Romântica 30/09/2009

AMEI O LIVRO, um livro completamente profundo, forte e envolvente. É no minimo assustador o modo como a autora nos transporta para seu mundo completamente desmoronado e triste e como depois de milhares de anos a dor ainda continua a atormentar seu coração. Lindo e emocionante, um livro sobre a vida, sobre os vales escuros que percorremos e sobre os traumas que carregamos. A autora demonstra claramente suas emoções e suas angustias no livro, levando o leitor a refletir sobre como é dificil, porém possível, enfrentar nossos problemas, ainda que seja uma tarefa árdua. O livro transmite muitas sensações que só lendo para senti-las.
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Pati 26/05/2010

Ameii
Um dos melhores livros que já li na vida, uma garota normal que vai a faculdade, sofre um estupro e chega qndo a delegacia ouve o delegado dizer que ela "Tem Sorte". É um livro ótimo, intenso e marcnte.
Alice fez da sua triste historia uma lição de vida.
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Lourena2 18/09/2015

Sorte!
Primeiro livro que li da Alice foi uma vida interrompida, e me apaixonei pela sua originalidade. Mas fiquei sabendo de Sorte o livro onde ela conta seu estupro e como tentou seguir sua vida depois desse ocorrido. Alice sem sombra de dúvidas é uma das minhas autoras preferidas não só pela sua originalidade, mas também pela sua sinceridade com as palavras. Sorte nos mostra a realidade e tudo o que Alice passou em detalhes sobre seu estupro é tudo o que veio depois disso.
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Carla Martins 10/06/2013

Impressionante
Antes de falar sobre o livro, preciso expressar aqui o quanto me identifiquei com a escrita de Alice. Como essa mulher escreve bem! Sem rodeios, sem marasmo, de maneira direta mas, ao mesmo tempo, fazendo carinho com as palavras. Ao ler seu livro autobiográfico, a sensação que tenho é de que cada frase foi refeita várias vezes, até ficar perfeita. O livro é muito bom e é leitura obrigatória! Vou explicar porquê:

Apesar de ser uma história real, vivida pela prórpia autora, às vezes eu me via no meio de um romance, de tão impressionante que é a narrativa da autora. Eu já admirei Sebold nas primeiras páginas, porque não é fácil escrever um livro e eternizar momentos tão horrível e traumatizantes como um estupro. E ela narra dos acontecimentows de maneira honesta, sincera e objetiva.

Ela conta tudo: desde detalhes do ato do estupro até o que acontece depois. Como foi a reação dela nos dias que se seguiram, a relação coma sua família e amigos, seus sentimentos e pensamentos.

Eu sentia um monte de coisas conforme a leitura fluia: emoção, compaixão, ódio, raiva, pena e por aí vai. A leitura é forte, mas eu AMEI e recomendo muito!

Sobre a autora

Alice Sebold cresceu no subúrbio de Filadélfia e estudou na Great Valley High School, na Pennsylvania.
Em seguida, matriculou-se na Universidade de Syracuse e quando estava terminando seu primeiro ano, foi estuprada enquanto voltava para casa, em um parque perto do campus. (Esta história foi relatada em seu primeiro livro: de memórias, estilo autobiográfico, intitulado "Sorte", lançado originalmente em 1999).

Após a formatura de Syracuse, Sebold foi para a Universidade de Houston, no Texas para o ensino de pós-graduação, o qual ela não completou, devido ao seu envolvimento com drogas. Então, ela se mudou para Manhattan e lá viveu por 10 anos, onde realizou diversos trabalhos, inclusive como garçonete e tentou prosseguir a sua carreira de escritora. Sebold queria escrever a sua história através da poesia, mas as tentativas fracassavam.

Sebold deixou a cidade e se mudou para o sul da Califórnia, onde se tornou zeladora de uma colônia de artes, vivendo em uma cabana na floresta, sem eletricidade. Ela escrevia com o auxílio de uma lâmpada a gás. Novamente Sebold iniciou nova pós-graduação, desta vez na Universidade da Califórnia. Lá ela começou a escrever sua história, ao fazer um trabalho de 40 páginas para a sua classe, o qual mais tarde serviria de base para seu primeiro livro ("Sorte").

Depois de "Sorte", Sebold publicou, em 2002, o best-seller "Uma vida interrompida". O livro é um romance sobre uma menina de 14 anos que é assassinada pelo vizinho. O personagem principal conta sua história do Céu, olhando para baixo quando sua família tenta lidar com a morte dela e enquanto seu assassino escapa da polícia. Este romance foi adaptado para um filme de 2009, de Peter Jackson, chamado "Um olhar do Paraíso". Enquanto Alice trabalhava em "Uma vida interrompida", ela conheceu o marido Glen David Gold, na faculdade.

O segundo romance de Sebold, "Quase noite", foi lançado em 2007. Sebold ganhou o American Book Associação de Livreiros do Ano de Ficção Adultos em 2003 e o Prêmio Bram Stoker pelo primeiro romance em 2002. Ela também foi indicada na categoria romance naquele ano.

Fonte: Skoob
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Fernanda 12/08/2009

Como eu Li "Sorte" depois de ter lido "Uma Vida Interrompida" a expectativa que eu criei sobre o livro foi muito grande e acabei ficando frustrada..
Mas o livro é bom.. Já que é a história de vida dela (Alice).. A visão de como ela passou por tudo e tal..
Por mais que eu tentasse, eu sempre ficava comparando a história dela com a de Susie (Uma Vida Interrompida).
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Tais 25/03/2010

Impactante e pesado.
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