spoiler visualizarMiCandeloro 19/09/2013
Fraquíssimo!
Oi meus queridos, sei que tenho estado ausente dos blogs que costumo visitar sempre e os comentários por aqui têm andado sem respostas. Peço desculpas, mas minha vida está de pernas para o ar. Logo vocês saberão o motivo e espero colocar tudo em dia em breve.
Enquanto isso, trago para vocês a resenha do livro que acabei de ler: Uma Prova de Amor, da autora Emily Giffin, recentemente lançado no Brasil pela Editora Novo Conceito. Infelizmente essa resenha está longe de ser positiva, e ela CONTÉM SPOILERS da história, porque existem assuntos que eu precisava debater com vocês e expor a minha opinião. Para explicar porque eu não gostei do livro eu precisava esmiuçar os motivos. Então leiam por conta e risco, ok! Os spoilers encontram-se nos meus comentários pessoais sobre a obra, após os "asteriscos".
Em Uma Prova de Amor conhecemos o casal Cláudia e Ben. Ambos foram feitos um para o outro e se completam em tudo, até no desejo de não quererem ter filhos! Cláudia simplesmente nasceu sem instinto materno e desde o primeiro encontro com Ben deixou essa condição clara. Ben aceitou prontamente e eles viveram felizes para sempre, ops, quer dizer, por 3 anos. Um belo dia, Ben decidiu que queria ser pai e impôs essa condição goela abaixo em Cláudia. Totalmente assustada, Cláudia deixou claro que sua decisão era irrevogável. Ambos entram num impasse e nenhum dos dois cedeu. Resultado: Ben e Cláudia se divorciaram.
Cláudia e Ben tinham certeza de que essa fora a decisão certa a ser tomada. Cláudia não se imaginava mãe e Ben não concebia a ideia de viver sem um filho. Cada um resolveu tocar a vida adiante da maneira que conseguiu, mas nesse caminho vários percalços apareceram. Na véspera de completar seus 35 anos, Cláudia se viu numa posição extremamente delicada, cercada pelo assunto maternidade: sua melhor amiga estava grávida de um homem casado, sua irmã Maura mantinha um casamento infeliz por causa dos filhos e sua irmã Daphne entrou em crise por não conseguir engravidar e pediu a Cláudia para ser doadora de óvulos para uma inseminação artificial.
Se tudo isso não bastasse, Cláudia percebeu que cometeu o maior erro de sua vida ao se separar de Ben, e terá que correr contra o tempo para reconquistá-lo. E não será uma tarefa fácil, levando em consideração que ele se separou dela para encontrar outra mulher disponível que quisesse lhe dar filhos, a fila já devia ter andado.
O que Cláudia deve fazer? Até onde ela deveria ir por amor? E vocês? O que fariam pelo amor das suas vidas? Leiam e descubram!
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Uma Prova de Amor foi para mim uma leitura decepcionante, principalmente por se tratar de um livro da Emily Giffin, uma autora que adoro. Logo que o livro foi lançado não pensei duas vezes em começar a lê-lo, em especial pela temática abordada. Imaginei que fosse encontrar uma linda lição de vida, misturada com cenas muito engraçadas e descontraídas, mas não. Ao lê-lo, me senti enfadada e muitas vezes irritada com a repetição exaustiva dos assuntos explorados e da infantilidade e imaturidade dos personagens. Simplesmente não me convenceu.
O livro é enorme. Não havia necessidade da autora encher tanta linguiça e arrastar a história por páginas sem fim. Além disso, diversos acontecimentos que poderiam ter sido mais elaborados e que eram interessantes acabaram passando despercebidos, ficando com pontas soltas.
Infelizmente, não consegui criar empatia com NENHUM dos personagens. Ok, minto, talvez com apenas uma: a Zoe, a sobrinha de seis anos da Cláudia, que foi a personagem mais inteligente e bem-humorada da trama. Para começo de conversa, Cláudia é uma mulher com mais de 30 anos, super inteligente, "madura" e bem sucedida na sua carreira, sem falar no casamento perfeito que tinha com o Ben.
Na primeira crise enfrentada pelo casal, ambos têm um faniquito e se divorciam num piscar de olhos. Ademais, diversas cenas ridículas se sucedem de um querendo impressionar e fazer ciúmes no outro, magoando-se e soltando farpas mutuamente. Me desculpem, mas na minha opinião isso não é comportamento de um casal de adultos e casamento não é uma brincadeira de criança. Casamento é algo sério. No momento em que a gente se compromete a ficar ao lado de uma pessoa, deve ser nos bons e maus momentos, e são nas crises que temos a oportunidade de melhorar as coisas.
Ok, existem situações incontornáveis em que a separação é o único remédio, mas tudo deve ser analisado com muita calma até essa decisão ser tomada, justamente para evitar o famoso arrependimento, algo que justamente acontece no livro. E isso torna a leitura ainda mais irritante, porque a Cláudia fica praticamente mais de 300 páginas só lamentando sua separação e constatando a infelicidade de sua vida, detalhe, sem fazer nada a respeito, ou melhor, fazendo sim, só afundando os pés na lama ainda mais.
Cláudia é uma personagem muito covarde. Ela não só desiste do seu casamento "mais do que perfeito" na primeira adversidade, como não tem coragem de ir atrás do "amor da sua vida" quando percebe a borrada que fez. Por favor, pessoal, não sigam o exemplo de Cláudia. Além disso, simplesmente fiquei revoltada com as "escolhas" que ela resolve tomar para ter Ben de volta. Entendam, Cláudia é uma mulher que NUNCA quis ter filhos, em hipótese alguma. Isto nunca foi uma opção e foi justamente por isso que ela e Ben se separaram. Ela não nasceu com o instinto materno e só de pensar em ter filhos já era um martírio para ela. E lá pelas tantas ela resolve abrir mão disso só para ter Ben ao seu lado.
Me perdoem, mas isso não é uma coisa que se pode ceder. Ou se tem vontade de ser mãe ou não tem. É inadmissível ceder à vontade de ter filhos por causa do outro. Como uma mulher é capaz de sustentar uma gestação de 9 meses e para o resto da vida ser responsável por um ser que nunca quis ter e que tinha ojeriza só de pensar? Isso para mim não é prova de amor, é infantilidade, irresponsabilidade, imaturidade, inconsequência. Isso é quase que um golpe da barriga, no sentido de "faço tudo para ter você ao meu lado, não meço as consequências e se tiver que ter um filho para isso, terei". Pobre da criança que não tem culpa de ter uma futura mãe que talvez não consiga nem saber lidar com ela.
Existem mulheres que nascem para serem mães, outras não, e isso deveria ser "respeitado". É quase como um processo seletivo natural. E no início eu respeitei a nobreza da decisão da Cláudia em não querer ter filhos por ela justamente dizer que seria egoísta se fosse mãe sendo que não tinha condições para isso. E como assim ao final ela simplesmente abandona toda essa filosofia? Ok, eu acho que quando temos ao nosso lado o amor da nossa vida, nossa alma gêmea, é natural que a gente queira fazer de um tudo para agradá-lo, para vê-lo feliz, mas, por favor, ter um filho não é a mesma coisa que concordar em viajar para uma cidade que a gente não goste, ou assistir a um filme chato, ou então a aturar aquele programa a dois que você não gosta só para ver o sorriso nos lábios do seu amado. Não é!
Outrossim, os dramas familiares paralelos vividos pelos personagens secundários, para mim, também foram cansativos. Cláudia tem um pai amargurado que nunca contornou a traição de ex-esposa. Maura, uma de suas irmãs, é mãe de 3 filhos e vive um casamento infeliz justamente por causa deles, pois não tem coragem de se separar do marido que a destrata e vive traindo-a com outras mulheres. Daphne, outra irmã de Cláudia, é aficionada pela ideia de ser mãe e há anos que só vive para isso, chegando ao ponto de extrapolar valores morais ou quaisquer circunstâncias para atingir seu objetivo se fosse preciso. E Jess é a mais desajustada de todas. A melhor amiga de Cláudia é uma workaholic durona e bem sucedida, porém, totalmente frágil e sem rumo no que diz respeito aos homens. As únicas coisas que ela quer e que não têm são um marido e um filho, e para isso ela é capaz de tudo, como, por exemplo ter um caso com um homem casado e tentar engravidar dele propositalmente para roubá-lo de vez da esposa. Eu sou uma mulher bem moderninha e super mente aberta. Consigo tolerar todos esses assuntos, até de uma única vez como foi o caso desse livro, sem problemas, desde que sejam bem escritos.
Enquanto lia Uma Prova de Amor tive a impressão de ler um livro que não foi escrito pela Emily. A Emily Giffin não pode ter escrito um livro tão fraco, chato e raso como esse. Gente, eu estou chocada até agora. Foi para mim um martírio terminá-lo e o tempo todo, até a última página eu sinceramente fiquei esperando por uma virada, por aquele tapa com luva de pelica que a autora daria na minha cara e eu diria "Ahá, tu me pegou direitinho hein Emily". Mas isso NÃO aconteceu!
Que fique novamente claro! Não me canso de repetir! Esses foram os meus motivos por não ter gostado do livro, cada um tem sua visão particular de mundo e ninguém é obrigado a concordar comigo e muito provavelmente vários vão adorar a história. A mim, sei lá, me afetou de um modo particular que meio que me agrediu. O problema é que não foi só a história que não gostei, o texto em si achei fraquíssimo também.
Falando de uma questão mais técnica que não tenho nada a criticar, a narrativa da história é em primeira pessoa, algo que sempre gosto, no presente e possui uma linearidade. Novamente o texto praticamente não tem diálogos, o que aparentemente é uma marca da autora. O livro é longo, tive que lê-lo em doses homeopáticas e tive impressão de que não terminaria nunca. O final foi muito broxante para mim e fiquei com aquela cara pasmada de tipo "Não acredito que acabou. Sério? Foi isso? Cadê o resto?". Mas, quem quiser se arriscar, leia!
Resenha publicada originalmente em: http://www.recantodami.com/2013/09/resenha-uma-prova-de-amor.html