Galápagos

Galápagos Kurt Vonnegut




Resenhas - Galápagos


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Sorrent 21/02/2014

Gostei...
Sob a perspectiva de Leon, um fantasma que está na Terra há um milhão de anos, o livro mostra uma série de acontecimentos que moldou o futuro da humanidade.
Com uma mistura de humor e críticas sérias ao comportamento da sociedade, percebemos que nosso cérebro gigante não é tão evoluído quanto pensamos ser e que nossas vidas não passam de uma série de eventos aleatórios que em determinado momento se cruzam.

Interessante como somos tão previsíveis que a ideia do dispositivo Mandarax no livro coincide exatamente com o que vemos hoje em dia.
Leia e entenderá.
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Andre Fiks 02/07/2023

Muito engraçado e a melhor aula de Seleção Natural
Este é um dos melhores livros que eu já li, mas definitivamente não é para todo mundo.

A sinopse é interessante e, ao mesmo tempo, não o faz jus: Um cruzeiro de luxo naufraga nas ilhas Galápagos com apenas 10 pessoas aleatórias. Após um evento de extinção em massa da raça humana, essa colônia se torna o berço da nossa próxima etapa evolutiva, narrada pelo fantasma de um veterano do Vietnã que ajudou a construir o navio.

O autor tem uma ideia genial: aplicar o humor inerente na evolução das espécies aos dramas humanos. Vonnegut brinca com a diferença entre as perspectivas da vida humana e da raça humana. Algo fundamental para uma pessoa, como se casar às pressas com um golpista após a morte trágica do seu marido, acaba sendo inconsequente para a nossa sobrevivência como espécie. Algo totalmente inexpressivo, como deixar a porta de uma loja aberta, acaba sendo uma das chaves para a nossa sobrevivência.

Ao final de toda essa comédia está uma reflexão: de que servem os nossos cérebros tão complexos? Para escrever a 9a sinfonia de Beethoven? Para nos preocupar com morte, infidelidade, realização, vergonha, glória, felicidade (questões inconsequentes para a nossa sobrevivência até a reprodução dos nossos genes)? Para criar guerras e armas capazes de violência mil vezes maior do que os maiores predadores naturais? Será que seria melhor ser nada mais do que uma foca?

É nessa relação paradoxal que temos, os humanos, em pertencer inteiramente à Natureza e também se enxergar tão separado dela, que está o brilho filosófico do livro. Fiquei pensando.

E depois vi que cai eu mesmo na armadilha do meu grande cérebro. Talvez seja melhor apenas aproveitar a comédia.

Um elogio: o autor faz um uso muito original de spoiler. Ele entrega todos! A questão não é o que acontece, mas como. Desse jeito é a narrativa é igual a uma investigação biológica sobre evolução. Também é uma estratégia inovadora hoje, época em que, influenciados pelos filmes e séries, ligamos tanto para spoiler, talvez demais.

Recomendo para todo mundo, mas reconheço que este livro talvez seja estranho ou cínico demais para alguns.
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Tito 06/12/2011

Sobre cérebros gigantes e sua evolução.
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Vitor Dilly 19/05/2021

"Meu garoto....
.... você descende de uma longa linhagem de determinados, resolutos e microscópicos girinos - cada um deles, um campeão."

"A evolução da raça humana poderia ter levado bem menos tempo que um milhão de anos. Bem, afinal, qual o motivo de tanta pressa?"

"Um milhão de anos. Realmente, um período insignificante de tempo."

Eis! Algumas poucas frases recortadas soltas no espaço-tempo, que dão o clima da escrita do Vonnegut neste livro envolvente! Obrigado tio Kurt! :)
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bardo 08/03/2023

Eis um livro de impressões agridoces, se por um lado é um dos livros mais divertidos de Vonnegut com um humor bem acessível por outro é visível o pessimismo e o cinismo do autor para com a espécie. O triste é perceber que essencialmente um livro escrito quase quarenta anos atrás continua atual, certo de que essa é quase uma máxima na obra de Vonnegut. Tirando as situações nonsense seus personagens são dolorosamente atuais e críveis, a ponto de podermos apontar conhecidos que se enquadram neles.
Aqui somos guiados por um curioso narrador, que para os leitores do autor trará no mínimo um sorriso por sua ligação com um personagem recorrente. Bem humorado, mas ligeiramente sarcástico esse narrador nos guiará pelos últimos dias da humanidade como a conhecemos e nos proporá explicar qual afinal é o nosso problema.
Essa explicação e posterior solução, inicialmente não será de todo explicitada, mas aos poucos vamos nos dando conta onde o narrador quer chegar, rende talvez os melhores momentos do livro e uma visão uma tanto debochada, mas certeira. Inclusive espanta o quanto o autor sarcasticamente é preciso ao apontar nossa tendência a autoilusão e ao autoengano.
Paralela a ideia de que a inteligência em si é inútil, sutilmente o autor nos apresenta a ideia de que a tecnologia também é em si mesmo inútil e mesmo nociva na figura do “incrível” Mandarax, pode-se mesmo pensar que esse persoangem antecipa a atual Internet; um imenso poço de informações, descontextualizadas que se tornam inúteis nas mãos dos incautos.
Um adendo, temos aqui, para além da quantidade imensa de citações algumas curiosidades sobre a expedição de Darwin a Galápagos, existe um paralelismo e pode-se inclusive se pensar que o narrador e Darwin compartilham a mesma boa vontade para com a humanidade. Por mais que o narrador seja irônico e sarcástico, sente certa simpatia por esses “macacos de cérebro hipertrofiado”.
Novamente um livro divertido e irônico de Vonnegut que após a leitura ecoa paralelos e interpretações que podem passar batido na leitura e que talvez nem tenham sido intencionais do autor, mas tornam-se evidentes em sua escrita quase profética.
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