Ray Cunha 30/11/2016Primeiro livro da série Os Hathaways, Desejo à meia noite começa a história desta família. Claro que como todo bom romance de época, o foco é o envolvimento e confusões do casal principal mas, mais do que isso, encontrei nesse livro a história de uma familia diferenciada.
Logo no início já me chamou a atenção as dificuldades enfrentadas pelos 5 irmãos após a morte dos pais e, apesar delas, eles possuem uma ligação encantadora e envolvente. Impossível não se apaixonar por todas as peculiaridades da família, que inclui o cigano Merripen, vítima de uma caçada aos ciganos quando criança, foi cuidado pelos patriarcas, mesmo contra toda a cultura londrina que os considera a escória da sociedade.
Amélia, a mais velha entre as irmãs, tomou toda a responsabilidade da família para si. O irmão mais velho sofreu um grande trauma no passado e passou a viver para beber e bastar as poucas economias que sobraram. Em uma busca pelo irmão, Amélia conhece Cam Rohan, um mestiço meio cigano meio irlandês que a provoca de forma desconcertante.
Quando se mudam para Hampshire, ela tem uma infeliz surpresa, pelo menos a princípio, de reencontrar o cigano que tanto mexeu com ela. E desta vez os encontros são quase sempre com ele salvando ela de situações inusitadas.
Amélia é extremamente controladora e pé no chão. Sofreu uma grande decepção amorosa no passado e decidiu ser sempre uma solteirona. Cam viveu a maior parte da vida na cidade mas não se sente parte daquilo. Calmo e centrado, sonha em reencontrar seu povo e a liberdade.
No entanto, com personalidades tão diferentes, a intensa atração acaba por se transformar em um jogo interessante entre eles.
Nem preciso dizer que me apaixonei. Apesar do foco no casal, a história é da família e o que acontece com cada um deles, inclusive em consequência do romance que surge. Abordar os ciganos foi bem interessante também, principalmente porque foge da regra de mocinhos e mocinhas com pele de porcelana e olhos claros e ainda aborda o preconceito. Junto ao mundo cigano, em várias partes encontramos o misticismo.
Com narrativa em terceira pessoa e linguagem simples, me via pegando para ler todo intervalo que tinha!
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