Viagens e aventuras do Capitão Hatteras - II

Viagens e aventuras do Capitão Hatteras - II Júlio Verne




Resenhas - Capitão Hatteras


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z..... 01/08/2017

Edição Rideel (Coleção Júlio Verne, 2001)
Aventura empolgante sobre a conquista do Polo Norte, façanha ainda não alcançada no contexto de publicação da obra. Certamente muitos aventureiros desejavam esse marco, seja em sonhos ou em fracassos expedicionários, e Verne idealizou essa conquista para os ingleses através do Capitão Hatteras.

A história tem elementos que considero atrativos em uma aventura, expressos em ambiente hostil e desconhecido, luta pela sobrevivência, encontro com animais até então pouco conhecidos, o dilema em escolhas que colocam em choque o racionalismo com a emotividade, diferentes percepções entre os homens levando a embate de vontades, atitudes sacrificiais, conquistas inusitadas, sobrevivência na base da resiliência, reviravoltas, descobertas chocantes de forma positiva ou não, e ainda uma disputa pelo objetivo.

Ah, gostaria muito de ler também no texto integral, porque essa versão adaptada é só um quebra-galho para satisfazer minha curiosidade pela aventura. Na real, Verne tem mais de cem viagens fantásticas e é difícil encontra-las à disposição na forma como gostaria de ler. O texto é resumido, mesmo assim fiquei instigado.

Essa obra tem algo inusitado que mostra um embate entre o autor e o editor que o patrocinava. Verne queria um desfecho épico, daqueles de heroísmo sacrificial em busca do objetivo, algo que impacta de forma legendária, mas o editor pediu o retorno de Hatteras, talvez para enaltecer mais sua pátria ou, quem sabe, supor novas aventuras para alguém emblemático. Estou só imaginando... Olha, esse embate aí acabou foi estragando o final. Não gostei do desfecho. Verne retornou o conquistador para o lar, porém, completamente matusquela. Eita! E pensar que o Capitão Hatteras emana carisma e imponência... Af! Não querendo comparar, mas imagina o Nemo ficando maluco no final do Vinte Mil Léguas... Esquisito, né! Tirando boa parte de seu brilho.

Em linhas gerais, o Hatteras esquematiza uma expedição em segredo, sem se revelar de início à tripulação devido à má fama de frustradas e trágicas expedições anteriores. No Polo, tem embates com a tripulação naquele lance de racionalismo versus emotividade, ocorrem episódios dramáticos em relação à natureza e entre os homens, espaço ainda para uma velada disputa com expedicionário americano, objetivo alcançando-se no encorajamento que apenas loucos teriam e, enfim, o sonho realizado. Destaque também para o Duck, cachorro do capitão.

Gostei.
Ah, a conquista do Polo Norte foi coisa para o século XX, mas não com ingleses.
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