O título em si já chama a atenção, mas foi quando li a sinopse do livro entre os lançamentos da Intrínseca é que fiquei intrigada com a história. Primeiro livro do francês Franck Thilliez a chegar ao Brasil, A Síndrome E nos apresenta uma trama intricada e misteriosa que mergulha nos mistérios do cérebro para construir uma das histórias mais intrigantes e complexas que li nos últimos tempos. Um thriller excepcionalmente inteligente que conduz um leitor fascinado pelos mistérios da neurociência e das conspirações.
Lucie Hennebelle estava no hospital visitando sua filha de oito anos internada quando recebeu o telefonema de um antigo namorado desesperado. Ludovic é um cinéfilo apaixonado e tinha acabado de adquirir um lote de filmes do filho de um colecionar belga que havia acabado de morrer. Filmes raros, antigos e muitos até sem nome. Ludovic estava na metade do filme quando ficou cego. Não enxergava nem um palmo adiante do nariz e por acidente ligou para Lucie, a ex-namorada policial. Nesse meio tempo no norte da França cinco cadáveres são desvendados e o caso encaminhado para Sharko, um dos mais bem-sucedidos investigadores e analista comportamental. Ele vive um pesadelo desde que sua esposa e filha morreram, mas resolve casos como ninguém mergulhando na podridão e na escuridão de cada crime. Sharko está intrigado com o caso. Por um lado parece cirúrgico e controlado, por outro uma matança sem sentido. Quando Lucie ao investigar a casa do colecionador belga em busca de pistas sobre o filme que cegou Ludovic recebe um misterioso telefonema do mesmo número que ligou para o colecionador minutos antes de este morrer o caso de Sharko cruza o caminho de Lucie. Pondo fim as férias e indo ao encontro do investigador em Paris Lucie precisa descobrir e rápido de que forma os dois crimes estão ligados antes que mais pessoas que tiveram contato com ele venha a morrer. Que segredo pode estar oculto entre as cenas daquela película? E quão escabrosos podem ser para valer a pena matar para manter o segredo?
A premissa básica é essa, mas o enredo é muito mais intricado e bem elaborado do que meu pequeno resumo. Franck Thilliez me surpreendeu com um dos melhores e mais instigantes thrillers policiais que já li em todo meu tempo como leitora. A narrativa é ágil, ao mesmo tempo que é penetrante e sutil. Audaciosa, repleta de voltas e reviravoltas e a cada minuto uma nova ponta e uma nova reviravolta sacode o leitor. Um conjunto harmonioso que desenvolve uma trama única e para lá de criativa. Cenas escondidas em um filme, pessoas mortas com o cérebro retirado, experimento em crianças, o efeito de imagens escondidas em filmes na mente humana. É fascinante a destreza com que o autor desenvolveu um assunto complexo e ainda manteve um ritmo ao mesmo tempo tenso e eletrizante.
Uma trama que passa da França ao Egito chegando ao Canadá, mas expande-se em uma surpreendente rede de crimes que sempre esteve associada aos segredos escondidos na fita. Um filme desconcertante e sem motivo aparente e que age na mente de quem assiste. Tanto Lucie quanto Sharko foram muito bem delineados, construídos com cuidado e casando de forma perfeita a trama do livro. Sem negligenciar os personagens em favor da trama Thilliez conseguiu desenvolver ambos de forma excelente. Uma história viciante, densa e assustadora que mantem o leitor preso até no fim tanto pela riqueza e inteligência da trama como pelos mistérios. Imprevisível e surpreendente.
Leitura rápida e deliciosa, uma escrita fluída e carregada de informação, um thriller harmonioso e inteligente. Ansiosa para o próximo livro com o detetive Sharko que a editora promete lançar ainda esse ano. Li a edição de prova da Intrínseca, mas não encontrei erros e a tradução é feliz em manter o ritmo sem travas. Uma história que (...)
Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/05/resenha-sindrome-e.html