A Vida Privada das Árvores

A Vida Privada das Árvores Alejandro Zambra




Resenhas - A Vida Privada das Árvores


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Sun 30/01/2024

Esperava mais...
Este é o segundo livro que leio do autor e eu gostei muito do "Formas de voltar para casa". Este, no entanto, não curti muito.
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Pedro Daldegan 26/02/2015

"La pondré bajo la almohada, Para dormirme tranquila "
Li este livro em uma sentada. Após sair do turbilhão de emoções fortes e escaldantes que foi As Brasas (Sándor Márai), a sensação ao ler este livro foi parecida com acordar num dia chuvoso, mas sem ter minha mãe/avó para preparar-me bolinhos de chuva. Pois acima de tudo, este livro fala de ausência e espera, e do que se passa com aqueles que esperam, e da responsabilidade que recai sobre os que ficam. Há tempos que não lia um escritor que me fizesse sentir como uma criança, ao ouvir um conto. Assim como Daniela, uma das personagens, ouvindo histórias sobre árvores, contadas pelo seu padrasto, Julián. E aqui também o leitor recebe esta tarefa, de inventar histórias e preencher lacunas. Interessante a divisão do livro: muito mais que frio e chuvas e neve, aqui, o inverno, é feito de espera.
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Gabriel.Araripe 02/03/2017

Sabe aquela coisa estranha lá no fundo do peito?
Engraçado falar de um livro que me marcou de maneira estranha. Se eu falar como eu o li e como me senti lendo (e depois quando acabou) talvez você possa entender como ele é forte.
Por recomendação (e ela ter me emprestado o livro) de uma grande amiga minha eu tive esse livro em minhas mãos e a primeira vez que comecei a ler (e parei exatamente no mesmo lugar) foi embaixo de um toldo de um bar fechado do lado de uma parada de ônibus esperando meu ônibus de manhã para ir para a faculdade. Aqui onde moro é raro chover e eu sou apaixonado pela chuva; e estava chovendo especialmente forte nesse dia.

Me lembro de ter pego uma das cadeiras do bar e sentado logo atrás do toldo, de forma que a chuva molhava um pouco minha calça mas o livro estava completamente seguro. A ideia era começar a ler e quando o ônibus chegasse embarcar nele e ler lá e finalizar outra hora. Mas eu comecei a ler e o tempo foi passando e continuei lendo, a chuva sempre caíndo, e eu acho que escutava algo nos fones de ouvido mas não me lembro o quê. Meu ônibus chegou, foi, e assim seguiu-se várias e várias vezes.

Eu realmente liguei o 'fôda-se' pra aula nesse dia e continuei sentado com a chuva interminável lendo um livro que a cada página só me prendia mais e mais e mais.

Tem um forte Q de angústia no livro, que deixa o leitor realmente apreensivo durante a trama toda. Por saber que o mundo não é um campo de rosas eu imaginava: Será que ela voltará ou não?

Difícil dizer se foi isso ou as memórias ou as conversas com a pequena que mais me marcaram. Provavelmente foi a sempre angústia e a pergunta que nunca calava:

Será que ela voltará?
Alice 25/06/2017minha estante
tava te stalkeando e achei essa resenha :')
amo quando você lê os livros que te empresto e a gente conversa sobre eles, gabs


Debora 04/05/2019minha estante
Q resenha mais linda?
Esse livro Tb exerceu um certo poder sobre mim... A espera pode ser um exercício de paciência mas para mim é sempre um tempo suspenso que me prende em lugar algum


Jefferson Vianna 15/08/2019minha estante
Resenha linda, adorei o seu relato... ? incrível como um simples livro pode nos conduzir para uma realidade (muitas vezes) só nossa... Maravilhoso!


Alice 06/01/2022minha estante
amigo, vim te stalkear aqui e dei de cara com essa resenha linda. que saudade das nossas conversas! e que bom compartilhar contigo esse livro que evoca tantas coisas!




nathaliart 26/07/2020

Lindo e delicado
Este é o meu segundo contato com Alejandro Zambra, e me perguntei por qual motivo adio tanto as leituras de seus livros. A vida privada das árvores é uma história completamente diferente do que eu imaginava. É bonita, triste, de grande sensibilidade, com alguns momentos divertidos e outros que causam certa angústia.

Julián é um professor de literatura e aspirante a escritor - só nisso já me conquistou. Ele está no apartamento em que mora com a esposa, Verónica, e a enteada, Daniela. Junto com a menina, ele aguarda o retorno da mulher, que está atrasada.

A princípio, fazemos companhia a Julián em sua espera por Verónica. Nos divertimos com suas historietas inventadas para fazer Dani dormir, recordamos suas experiências de vida com Karla (a ex-namorada sempre ausente) e sua família de não mortos.

Conforme o tempo passa, a angústia toma conta da narrativa e é impossível não se compadecer da circunstância vivida pelo personagem. No entanto, Zambra contorna a situação com maestria, nos fazendo distrair conforme a imaginação fértil de Julián trabalha. Afinal, como o narrador mesmo diz: "O livro segue em frente até ela [Verónica] voltar ou até Julián ter a certeza de que ela não voltará mais".

Lindo, tocante, para se ler, literalmente, numa sentada, e te tirar daquela ressaca literária que tanto te incomoda.
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Gabi 28/03/2014

A Vida Privada das Ávores
Assim como as capas de Bonsai e A vida privada das árvores são parecidas, seus protagonistas também o são. Julián, protagonista de A vida privada das árvores, que é professor universitário e escritor, resumiria seu livro dizendo que "se trata de um homem que cuida de um bonsai". Enquanto espera pelo retorno de sua esposa, Verónica, ele conta histórias para sua enteada, Daniela, sempre protagonizadas por um baobá e um álamo, que trocam confidências entre si.

O romance é pequeno, segundo o narrador, "o livro segue em frente até ela voltar ou até Julián ter certeza de que ela não voltará mais". Verónica não volta no horário que costumava chegar de sua aula de desenho, fazendo com que Julián tenha que entreter a enteada com as suas histórias. Entre uma história e outra, ele se lembra do passado, de como se aproximou de Verónica. Também relembra seu antigo relacionamento com Karla, que foi morrendo com a distância. Comparando as duas, ele diz que Veronica é 'aquela que não chega", Karla, "aquela que não estava". Não é só no passado que Julián busca refúgio do presente, ele também o busca o futuro: para evitar pensar no que Verónica pode estar fazendo, se vai voltar ou não, ele pensa também no futuro, distrai-se pensando em como seria o futuro de Daniela, sua enteada. Entre passado e futuro e as histórias inventadas das árvores, resta o silêncio e a espera angustiante do presente, que Zambra sabe retratar tão bem em apenas 96 páginas.


site: http://www.gabi-alkmin.blogspot.com.br/2014/03/dl-do-tigre-fevereiro-vida-privada-das.html
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Steph.Mostav 14/06/2020

O livro acaba quando Daniela chegar
Alejandro Zambra nos conquista com seus temas, sua escrita e sua brevidade. É um legítimo contador de histórias e, ainda que "A vida privada das árvores" não seja tão metalinguístico quanto Bonsai, também trata desse artifício nas entrelinhas, como se viesse pelas beiradas. Esse é um livro sobre ausência e sobre espera, sobre preencher vazios com histórias para não pensar no presente, apenas no passado ou num futuro inventado. O protagonista é Júlian e ele aguarda o retorno da esposa enquanto inventa histórias para Daniela, a filha de Verônica. Como bem diz o narrador, o romance acaba quando ela chegar ou quando ficar evidente que ela nunca mais vai voltar. Enquanto espera, Júlian tenta estabelecer relações entre acontecimentos passados, traçando as diferenças entre o relacionamento com Verônica e com Karla, como se a partida de uma pudesse explicar a ausência da outra de alguma forma. Também elabora alternativas para a demora de Verônica e um futuro para Daniela, tudo para preencher a espera que se estende por toda a história. O que mais me impressionou e me impressiona sempre na obra do Zambra é o domínio que ele tem da ficção, a consciência total que seus narradores tem do que é inventado por eles e diferenciam a imaginação deles da imaginação dos protagonistas, que também não é a mesma que a imaginação do próprio autor. Zambra conta histórias inventadas e nos deixa sempre atentos ao fato de que aquilo não é real e, portanto, pode ser manipulado como ele bem entender para transmitir uma impressão uma ideia ou um sentimento, com apenas o básico para que aquela história funcione.
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Monique @librioteca 31/08/2023

Um mergulho nas complexidades das relações humanas...
Em poucas páginas, "A Vida Privada das Árvores" se mostra uma obra notável que mergulha profundamente na psicologia dos personagens e nas complexidades das relações humanas.

Em uma atmosfera rica e envolvente, com uma narrativa poética, Zambra brinca com a mente humana e sua capacidade de imaginação diante da incerteza, capturando os momentos de espera e reflexão na vida de Julián, criando também uma tensão constante e uma dúvida latente que permeia toda a história.

O suspense habilmente construído ao redor da espera por Verônica me manteve ansiosa (e levemente neurótica) até o final. Por isso, penso que esta é, sem dúvida, uma história que merece ser explorada. De fato, uma leitura que não vai agradar a todos, mas aqueles a quem ela fisgar, com certeza ficarão com o livro na mente algum tempo depois de ter virado a última página.
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Kesio.Rodrigues 18/10/2022

A Vida Privada da Solidão
Resenha solitária do livro A Vida Privada das Árvores - Alejandro Zambra

Esse livro fala, do início até o fim continuo, sobre um Júlian que conta histórias sobre "A Vida Privadas das Árvores" para Daniela, sua afilhada, enquanto Verónica, sua esposa, está na aula de desenho... Em certo momento o Zambra escreve "Verónica ainda não chegou. Quando ela chegar o romance acaba. Mas ela pode não chegar, mas quando ela chegar o romance acabará". É isso, uma madrugada em ansiedade esperando a volta de alguém, lembrando de coisas que possam fazer paralelos com a situação atual, frases que podem ser interpretadas como premonição de tragédia e invenções de um futuro que prescinde o passado.

Não tem muito o que falar. É um livro curto, sensível, forte e solitário.
Joao.Gabriel 19/10/2022minha estante
Lembrou do skoob amigo




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camila 07/10/2013

Lido no digital
Amei. Foi uma agradável surpresa. Alejandro me levou numa narrativa leva, porém densa...louco, né?! O livro se passa numa noite, mas com muitas lembranças e futuras cenas. Relacionamento e sentimentos instantâneos brilhantemente descritos.
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cáu 02/02/2014

É assim e pronto.
Leitura densa, crua, realista. Mas é fluida, natural e permite uma viagem no tempo e no livro. O autor faz com que você entre no presente, no passado, no futuro da história e fora do livro, em todas as dimensões do tempo. Angustiante em alguns momentos, mas terno e resiliente. Quase resignado.
"O livro continua mesmo que o fechem."
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Aléxia 04/09/2022

Prêmios de consolação pós Poeta Chileno
Estou na saga de ler tudinho do Zambra. É uma comparação meio esdrúxula, mas sabe como depois de terminar a tetralogia napolitana você vai atrás de ler tudo da Ferrante em busca de um prêmio de consolação, e que apesar de serem muito bons os romances não são a mesma experiência de antes? Me sinto meio assim com Poeta Chileno. A mágica do jeito como o Zambra escreve está ali, mas A Vida Privada das Árvores não conseguiu me impactar tanto - menos que Bonsai.
Outra livre associação com a Ferrante são as camadas de semelhança que as protagonistas dela compartilham em todos os livros. Se todas elas trazem um pedaço da experiência de ser mulher, todos os protagonistas do Zambra também me dão uma vibe de “pedaços diferentes da mesma pessoa”.
Sempre um cara meio coitado escritor xonis love por uma mina com questões que vão atravessar esses dois pilares. O que é divertido, mas nesse caso nem tanto.
O que se sobressaiu nessa leitura foi que eventualmente ele entra numa narrativa dentro da narrativa, um livro dentro da própria história (mise en abyme). Foi o ponto alto, mas achei meio médio.
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meriam lazaro 24/07/2016

Terceiro livro do autor chileno que eu li e amei ter lido. Um álamo e um baobá, de noite, quando ninguém está vendo, conversam sobre assuntos diversos: fotossíntese, esquilos, tatuagem na casca (pelos vândalos) e da alegria de não serem pessoas, animais ou blocos de cimento. Assim começa a história curta que um pai, ou melhor, o padrasto Julián, conta para Daniela dormir enquanto aguarda a mãe, Verónica. A espera angustiante faz com que aquele escritor de domingo desenvolva hipóteses para a ausência da mulher e as explicações que dará à menina no dia seguinte. O estilo dinâmico, não linear, tão peculiar de Alejandro Zambra, faz com que desejemos ler toda sua obra. Em menos de cem dias o primeiro casamento de Verónica com Fernando, pai de Daniela, chegou ao fim. Em menos de cem páginas o escritor encerra a narrativa e o desfecho fica a cargo do leitor. Senti-me num dos contos de Cortázar, em o Bestiário, sem bem entender qual seria o melhor final, com uma diferença: ausência de frustração.
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