Isolda 03/11/2016
Gullar para consumo rápido
O texto é curto e teatral, precisa de pegada e, definitivamente, tem. Para quem está acostumado a ler o poeta Ferreira Gullar e sabe de sua graça áspera, de suas convicções não-manobráveis, vai entender "O homem como invenção de si mesmo" como uma narrativa adequada, fechadinha, correta. Talvez, se o autor pudesse estender um pouco mais o dilema do computador travado - que foi se avolumando no decorrer do texto, saltando do pano de fundo - a história enriquecesse. Um segundo ato... quem sabe? De qualquer forma é um bom livreto para ocupar o tempo de uma espera. As reflexões que ele propõe não são novas, mas Deus, o Diabo e os sentimentos humanos são assuntos que jamais se esgotarão e exigem de nós um eterno discutir.