Graça infinita

Graça infinita David Foster Wallace




Resenhas - Graça Infinita


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Filipe 16/03/2024

DFW era para mim um profeta de uma geração dominada pelo entretenimento e diversão audiovisual incessante, a tal geração inserida na cultura das telas, dos impulsos dopaminérgicos fáceis. Ele unia erudição com uma postura despojada que também estava presente em sua escrita, muitos gostam, eu, lendo nos últimos anos, afastado do "frisson" da crítica especializada e dos fãs, fiquei mortalmente enfastiado. É aquele tom imbuído de uma ironia mal dosada que contamina a escrita do DeLillo com experimentalismos estéticos que, ainda nas mãos de um péssimo tradutor, se tornou indigesta. Entendo quando o Harold Bloom dizia que DFW escrevia muito mal.

Admiro em certo sentido Infinite Jest, é mesmo uma obra-testemunho que radiografou o fim do século e até mesmo antecipou tendências do próximo. Mesmo que, ao fim e ao cabo, seja apenas uma sátira mal equilibrada com seu humanismo, fazendo dela mais próxima de um episódio da série Black Mirror do que um Pynchon
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Maiara 02/07/2023

Atônita
Foram 7 longos meses de relacionamento com Graça Infinita. Iniciei a leitura despretensiosamente, sem entender direito do que se tratava. Passados poucos meses de leitura, cheguei até a sentir falta dos personagens e da escrita de Wallace. Mesmo que a obra seja tão real a ponto de incomodar, você se vicia (assim como os personagens) tanto nas histórias e nos pensamentos dessas figuras que quer acabar logo, quer chegar no final. Final esse que é incompleto, sem fechamento algum, e revela mais dos horrores que a humanidade é capaz de cometer.
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Italo139 02/06/2023

Se você ama alguém e quer ela ent n traia a ame n a perca a cative pos ela também sente o mesmo
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@wesleisalgado 19/05/2023

A frustração também vai ser infinita
A primeira vez em que ouvi falar de GRAÇA INFINITA e DAVID FOSTER WALLACE foi lá por 2016 ou 2017 quando assisti pela primeira vez o ótimo filme O FIM DA TURNÊ. Onde é encenada a última semana de divulgação do referido livro, com um repórter e o escritor.

A partir daí uma inundação sobre a obra em séries, livros e filmes ocorre em todo lugar, quando você passa a saber do que está sendo tratado. E lá fui eu esse ano me arriscar com esse livro, porque eu AMO calhamaços e NUNCA deixo um livro sem terminá-lo. Mas se eu conseguisse cometer tamanha heresia, com certeza teria sido aqui.

É um livro que te consome e não existe recompensa no final. Foram quase cinco meses de leitura, e eu só consegui ir adiante munido de uma infinidade de material suplementar, diagramas, podcasts. E mesmo assim eu muitas vezes me esquecia da “trama” e dos próprios personagens.

Absolutamente nada é explicado, e não de um jeito elegante, tipo não subestimando o leitor. O autor não faz questão nenhuma, é como se tivesse sido escrito só pra ele e tá tudo certo. O livro não está sequer na ordem cronológica e o final acontece fora das páginas. (Quê??) Não me acho pouco inteligente, mas realmente não consegui enxergar o brilhantismo no qual a obra é enviesada. Eu não entendi nem a referência a Hamlet na tradução do título, quem me mostrou foram os podcasts.

COMO EU LI: como me propus a consumir muito material sobre o livro durante a minha leitura, eu ignorei as 380 notas de rodapé, e as li somente no final. Se você se arriscar na leitura, NÃO FAÇA ISSO, existem linhas narrativas importantes inteiras nas notas de rodapé.

MATERIAL SUPLEMENTAR: a maioria do material está em inglês, o que é uma pena para quem não entende. Indico o podcast sobre o livro do canal OVERDUE e um canal exclusivo para quem vai se arriscar a ler o livro, que acompanha e desmistifica a história junto com você em 20 episódios, chamado JEST FRIENDS. Existe também um episódio no canal da Companhia das Letras com o Daniel Galera e o Caetano W. Galindo, o próprio tradutor do livro em português, falando sobre a importância do livro e do trabalho hercúleo que foi traduzi-lo. Todos citados acima eu encontrei no SPOTFY.

QUAL LIÇÃO EU TIREI: em tempo a deixar a leitura de O ARCO-IRIS DA GRAVIDADE para o próximo ano, um calhamaço que dizem ser incompressível perto de GRAÇA INFINITA, esse último beirando ao didatismo em comparação ao outro.

Gigante, desafiador, frustrante, cansativo, uma fonte minúscula, 1140 páginas, 380 notas de rodapé, notas de rodapé que continham notas de rodapé...Fico feliz de como leitor ter me aventurado e persistido, mas é um livro ao qual eu nunca mais pretendo retornar sequer para pensar sobre ele e o qual não vejo nenhuma razão para recomendar para alguém. Se você, como eu, é do tipo começou vai terminar, pelo amor de Deus, passe longe de se arriscar. As três estrelas são pela minha persistência.
Patricia 19/05/2023minha estante
Já sei que é um livro que nem chegarei perto rs


Helder 19/06/2023minha estante
Nossa, sou persistente igual você, mas fiquei com medo. Acho melhor passar longe mesmo. Valeu pela sinceridade.




Bruninho_ 11/02/2023

Continuei lendo esse livro pela fama que ele tem. Você está na metade e não entende sobre o que o livro é. Essa sensação de estar perdido me incomoda. Isso até entender o que o autor queria, que é bater um papo maluco com você numa noite de nevasca em uma cabana onde vocês dois pararam quando seus carros quebraram.

É um livro sobre a Comédia da Vida, você tem que entender isso antes de começar a ler para poder aproveitar a sua viagem.
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EduardoCDias 16/12/2022

Desgraça infinita
Ô livrinho difícil de acabar! Apesar de a estória em si ser bem interessante e haver algumas passagens hilárias e absurdas, a escrita é tediosa demais. Neologismos, grafias erradas, linguagem experimental, longos parágrafos, poucos diálogos e letra pequena, divididos em quase 1200 páginas, fazem um estrago no interesse? uma família disfuncional, com o pai cineasta (filmes alternativos), filhos drogados e um deficiente físico, além de uma mãe deslocada, vivem numa academia de tênis criada por eles. A estória gira em torno dessa academia e do uso e vício em drogas. Seria muito melhor numa linguagem mais acessível e menos cansativa.
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Evy 14/10/2022

Já é a quarta vez que paro essa leitura!
Não consigo continuar, não sei se não é o momento, mas vou dar mais um tempo e tentar mais para frente! Vou ler numa LC, pra ver se ajuda!
Vinicius 14/10/2022minha estante
Em um momento tive que ignorar as notas de rodapé ou abandonaria tudo tb rs




T.N.T.Rock 28/02/2022

Uma relação de ódio e amor.
A leitura de um bom livro nos uma traz uma relação leitor e obra que são únicas, uma boa leitura pode lhe causar as mais diversas sensações e emoções, podemos odiar um personagem ou um livro desde o seu início ou com um final abrupto ficarmos decepcionados, ou ainda nos assustar em frases que vão nos horrorizar ou até nos fazer passar mal, é difícil saber o que um livro vai nos causar até aceitarmos viajar junto com ele. Graça Infinita vai nos trazer tamanha instabilidade nessa viagem que mesmo uma semana após a conclusão do romance ainda me sinto zonzo.

Minha relação com esse livro foi de um verdadeiro amor e ódio, empolgação e abatimento, não vou mentir, por uma meia dúzia de vezes pensei em largar esse livro e mandar tudo a merda, a tensão que o livro nos causa e a “indiferença” que o autor transmite para o leitor em determinados momentos do livro me irritavam de uma maneira única, muitas foram as vezes que após horas de leitura você percebia que não sabia o que o livro queria te dar, como não se abater com isso? Em algum momento temos que nos conformar, esse era o jogo que DFW queria jogar conosco, esse foi o objetivo dele, e quando você entende isso a leitura flui e você vai pensar em mandar esse livro a merda apenas a cada cem páginas.

A história é um misto de drama, críticas política, social, consumismo, drogas, e mais uma centena de coisas que você pode encontrar sobre camadas e neologismos, o ambiente em que tudo se desenrola é dos mais confusos e diferentes, vamos de uma casa de ajuda a dependentes químicos a uma escola de tênis para jovens atletas, e não para por aí, a entrada e saída de personagens é algo que em algum momento vai te confundir e se perguntar se em algum momento eles vão se entrelaçar realmente, mas mesmo com todo esse aparato complexo em diversos momentos nos pegamos encantados com a inocência pueril de Mário (meu personagem preferido), o intelectualismo de seu irmão Hal, os mistérios da Madame Psicose, entre muitas outras tantas tramas de fundo que vão te causar repulsa ou assombro.

Não cara amigo, não é um livro para qualquer leitor e eu não estou me colocando em nenhum pedestal, talvez eu também não tenha sido o melhor companheiro de viagem desse livro, mas fui teimoso e em vários momento compreendi (pelo menos eu acho) onde DFW queria desaguar seu texto, e como em qualquer livro é impossível você sair dele da mesma forma que entrou, então tome cuidade Graça Infinita pode te levar a lugares nunca antes pensado em sua vida.
Diego 09/07/2022minha estante
Eu tenho medo desse livro, conheço pessoas que não entenderam a obra e por isso não criei coragem ainda. É um livro difícil mesmo?


T.N.T.Rock 29/07/2022minha estante
Olá Diego desculpa a demora, vi somente hoje seu comentário, realmente é uma leitura bastante difícil e desafiadora, é um livro pra um leitor que tenha uma boa quilometragem. Abraço.




Mariana Dal Chico 09/11/2020

4.5 estrelas

“Graça Infinita” de David Foster Wallace foi traduzido por Caetano Galindo e publicado no Brasil pela @companhiadasletras

Não falarei do enredo desse calhamaço; ou sobre suas mais de trezentas notas de rodapé e suas centenas de personagens onde os secundários têm tanta voz quanto os principais e entre os principais não existe protagonismo.

No início da leitura, li em voz alta por causa do excesso de informação que estava sendo despejada e a estrutura de construção das frases, senti que isso me ajudou na compreensão e comprei o ebook para usar o recurso de leitura feita pela Alexa (farei post sobre) e passei a acompanhar a leitura do livro físico com ouvir a Alexa e senti que minha concentração e compreensão aumentaram.

Engraçado, bizarro e triste.

O engraçado é do tipo que faz questionar “mas por que eu ri disso?” É trágico, humano, verdadeiro e palpável. O riso logo fica nervoso, perde a graça. É como se fosse alguém rindo da própria desgraça numa tentativa de amenizar a vergonha e humilhação.

A bizarrice é caprichada, imagens psicodélicas e surreais preenchem as páginas dando tons oníricos absurdos.

Puta que pariu, como esse livro é triste! Principalmente quando chega na página 708, sobre Kate Gompert, e descreve suas crises depressivas, também fala sobre suicídio e a sensação de estar encurralado em um prédio em chamas. A leitura aqui fica pesada, são aproximadamente 6 páginas que pesam muito mais que os 1,5Kg das mais de mil páginas do livro todo.

Você também vai se entediar, vai por mim, é inevitável. Esses momentos para mim foram nas descrições detalhadas do funcionamento das quadras de tênis da academia de tênis Enfield.

Gostei muito da leitura, foi uma jornada e tanto! O final é construído propositalmente para você voltar a ler o começo, já que elementos chaves estão ali para responder algumas perguntas. É um livro que exige releituras, mas não farei uma completa imediatamente, só voltei para minhas anotações do “Ano Feliz”.

Sentirei saudades de Don Gately, Joelle, Mario e Hal. Até de Marathe e suas reflexões sobre o que é liberdade.


site: https://www.instagram.com/p/CGuyZq4De1D/
Carlos 12/11/2020minha estante
Mari... esperei ansioso por sua impressão dessa obra....e, confesso, fiquei com medo de tamanho desafio.... muito bom ?




André Vedder 30/05/2020

Infinita genialidade
Graça Infinita é um mosaico de personagens e histórias sobre os mais diversos temas, escrito de forma genial pelo autor.
Não é uma leitura muito fácil, linear, daquelas que lemos com frequência, mas sim um pouco complexa, onde as coisas vão se encaixando aos poucos. Por isso exige um pouco mais de comprometimento do leitor com o livro.
Mas uma coisa é certa: você irá se viciar nele.

"Se você faz uma coisa legal para alguém em segredo, anonimamente, sem deixar a pessoa para quem você fez aquilo saber que foi você que fez e sem de maneira alguma tentar levar o crédito pela coisa feita, isso é quase um tipo novo de barato químico."

"Todo mundo é idêntico na sua tácita crença secreta de que bem lá no fundo é diferente de todo mundo."

"A verdade liberta, mas só depois de acabar com você."

"Você vai ficar bem menos preocupado com o que as outras pessoas pensam de você quando perceber como elas pensam pouco em você."
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Clube Tripas 22/03/2020

[Resenha #TBT]
Conteúdo: Adulto
Livro: Graça infinita
Autor: David Foster Wallace
Editora: @companhiadasletras
Páginas: 1144
Avaliação: Adorei (5/5)
Mês: Dezembro/19
Bibliotecária: Lúcia Mesquita/Indaiatuba-SP

A história é principalmente sobre a disfuncional família Incandenza, o patriarca James Incandenza um cientista, empreendedor e cineasta, cometeu suicídio usando um forno microondas, os filhos Orin, meio babaca já foi tenista e depois mudou para o futebol americano, Hal estuda e joga tênis na ATE academia de tênis Enfield fundada pelo pai, tem um problema com a maconha e Mário o caçula que possui vários problemas físicos.Eles chamam a mãe de Mães e o pai de Sipróprio.

O mundo mudou, Estados Unidos e Canadá juntaram se na poderosa organização da América do Norte com uma parte do Canadá insatisfeita e com um forte movimento separatista formado por cadeirantes. A produção cinematográfica de Incandenza é um capítulo a parte e deve ter umas duzentas notas. Durante a leitura, ficamos conhecendo vários dos seus filmes que após sua morte, têm sido objeto de estudo. Uma das produções é Graça infinita, um filme que pelo seu alto grau de entretenimento leva as pessoas à loucura , pois elas não conseguem parar de assistir.

O movimento separatista do Canadá está em busca do filme e toda a família está sendo investigada, inclusive a atriz que “supostamente” fez o filme . Ela foi namorada de Orin, tem problemas com drogas que eles chamam de substâncias e faz parte da OFIDE: organização dos feios e incrivelmente deformados . Os membros desta organização cobrem com um véu.

Além disso há uma clínica de reabilitação para viciados em “substâncias”, vizinha da academia de tênis . As histórias dos diversos personagens em alguns momentos se cruzam.
Os anos são subsidiados por grandes marcas, a maior parte do livro se passa no Ano da fralda geriátrica Depend.

O livro começa com Hal fazendo uma entrevista para uma Universidade e parece estar tendo um colapso . A narrativa prossegue em flashback tentando explicar como isso aconteceu...

site: https://www.instagram.com/p/B9uDZ5sDBXc/
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Gabriela Dunham 07/05/2019

É bastante complicado escrever sobre esse livrão - em todos os sentidos - que me acompanhou durante um mês inteiro. Na resenha da Tatiana Feltrin sobre "Graça Infinita" ela o comparou a "Pulp Fiction", um dos meus filmes favoritos do Tarantino, e, se essa comparação tempos atrás me fez aumentar a vontade de lê-lo, depois de ler só enfatizo o quanto faz sentido. Aqui, nós acompanhamos diversos personagens em tempo não linear - embora grande parte da história se passe no Ano da Fralda Geriátrica Depend, especificamente no mês de Novembro - e as histórias vão se interligando aos poucos. Existem três núcleos principais: a Academia de Tênis Enfield e a família Incandenza (fundadora da referida Academia), a Casa Ennet (centro de reabilitação e recuperação para viciados, deprimidos e com outros transtornos) e os "Les Assassins des Fauteuils Rollents", um grupo separatista do Québec.
Os EUA, Canadá e México se reuniram num único “bloco”, dando origem à ONAN (Organização das Nações da América do Norte) – daí a existência do(s) grupo(s) separatista(s). O livro é uma distopia, escrita na década de noventa e passada mais ou menos nos tempos atuais, só que agora os anos não são mais contados numericamente. Com o fim da tv aberta como conhecemos e substituição por uma espécie de Netflix, as empresas de propaganda quase chegam à falência e a saída encontrada é subsidiar os anos!! Dessa forma, todos os anos é feita uma grande licitação e a empresa vencedora batiza o ano seguinte, dando origem ao: The Year of Tryal-Size Dove Bar, Ano do Emplastro Medicinal Tucks, o já citado AFGD, etc.
Ao longo das mais de 1.000 páginas e mais de 380 notas de rodapé, nos deparamos com muitos personagens e histórias, tudo isso atrelado a descrições bastante técnicas sobre a composição e efeitos de substâncias psicoativas, jogos e regras de tênis, idas e vindas no tempo. Tudo isso poderia deixar o livro cansativo – e alguns capítulos são um pouco, confesso – mas a escrita de DFW é muito envolvente e ele consegue criar personagens muito reais, apesar do exagero ser algo que permeia a história, nos mais diversos âmbitos. Existe o personagem assombrosamente inteligente, a obsessiva compulsiva, o exageradamente compreensivo e otimista, o conquistador sem limites, os viciados nas mais variadas substâncias, inclusive entretenimento.
A necessidade de consumir entretenimento a todo tempo, não permitindo espaço para o ócio e o bom e velho “não fazer nada” é, além de uma crítica muito pertinente aos tempos atuais – e aí destaco, mais uma vez, que esse livro foi escrito na década de 90 – um dos temas centrais da obra, ao lado da tristeza inerente ao ser humano, excessos e abusos dos mais variados tipos e relações familiares conflituosas.
Como disse no início, é complicado falar de um livro que nos diz tanto e que, certamente, não se esgota com uma única leitura; mais difícil ainda tentar falar sem revelar muito da história. O que posso dizer é: Graça Infinita vale a pena. Vale o tamanho, valem as longas descrições técnicas, os parágrafos que se estendem às vezes até por páginas. Não é que seja um livro subjetivo, os temas são mais ou menos claros pra todos que o leem, mas cada um vai aprender algo de único, vai ser tocado de uma forma diferente por essa história e seus personagens.
Cleuzita 07/05/2019minha estante
Parabéns pela leitura é pela resenha. Um dia lerei esse livro.


Gabriela Dunham 07/05/2019minha estante
Obrigada ;)
Leia mesmo!! Vale a pena


Cleuzita 07/05/2019minha estante
=)


Gorette 16/09/2019minha estante
Tá na lista do livros pra ler antes de morrer. Excelente resenha.




Thiago 22/01/2019

A história se passa num futuro/mundo alternativo em que EUA, Canadá e México se ?Reconfiguraram? formando a poderosa Organização das Nações Norte-Americanas (ONAN).

O temível e extremamente violento grupo separatista quebequense Les Assassins des Fauteuils Rollents (Assassinos Cadeirantes), formado por impiedosos assassinos em cadeiras de rodas que não tem nada a temer (exceto encostas íngremes e altas) e contrários à Reconfiguração, estão à procura de uma cópia do filme Graça Infinita, produzido pelo finado e perturbado cineasta James Incandenza, cujo poder de entretenimento é tão insanamente intenso que as pessoas expostas a ele não querem e não conseguem fazer mais nada, a não ser assisti-lo infinitamente, morrendo de inanição. O plano da AFR é disseminar o filme num ataque terrorista contra os EUA, culpados de imporem a Reconfiguração.

São basicamente dois núcleos narrativos: a Academia de Tênis Enfield, em que acompanhamos os 3 filhos de James Inc.: Hal, Mario e Orin (apesar de que o último não estuda na Academia) e a Casa Ennet de Recuperação de Drogas e Álcool, onde acompanhamos o grandalhão Don Gately e a belíssima Joelle Van Dyne. Obviamente, há muitos outros personagens, mas esses são, digamos, os principais.

O livro é hilário em alguns momentos, MAS, nas mais de 1000 páginas em que a trama se enrola e desenrola, David Foster Wallace descreve visceralmente a condição humana caída: vício, depressão, violência, solidão.

Em certo momento, um membro da AFR conversa o seguinte com um agente secreto do Escritório de Serviços Aleatórios da ONAN. Um diálogo que, a meu ver, resume a mensagem do livro:

?Faça diversão quanto quiser. Mas escolha com cuidado. Você é o que você ama. Não? Você é, completa e unicamente, as coisas pelas quais você morreria sem, como vocês dizem, o pensar duas vezes. [...] Essa, não é essa a escolha da mais suprema importância? Quem ensina às suas crianças EUAs como escolher seu templo? O que amar a ponto de não pensar duas vezes? [...] Pois essa escolha determina todo o resto. Não? Todas outras nossas escolhas que vocês dizem livres-escolhas decorrem disto: qual é seu templo.?

Penso que a mensagem central do livro é que o ser humano busca incessantemente amar ou adorar alguma coisa (tema que Wallace também abordou no discurso ?Isto é água?) que lhe traga satisfação, algo que nos ?entretenha?, sejam drogas, sexo, carreira de sucesso (temas abordados na história). Mas, tendo em vista que essas coisas não nos satisfazem, no fim, nos tornamos escravos das nossas escolhas, sozinhos, sem nada: ?nada de chão ou de pedra sob os pés. Você cai; você voa daqui para lá. Como se diz: tragicamente, involuntariamente, perdido??, como continua o diálogo.

O livro de Eclesiastes ficou na minha mente durante esses 3 meses que passei lendo Graça Infinita: buscamos satisfazer o desejo pela eternidade que Deus colocou em nosso coração com as coisas ?debaixo do sol?, mas o que encontramos é somente ?vaidade?. Nossos esforços equivalem a ?correr atrás do vento?. Se não nos voltarmos para Aquele que está ?acima do sol?, continuaremos espremendo e, consequentemente, destruindo as coisas finitas e temporais daqui debaixo esperando que elas nos deem o infinito e o eterno.

Por fim, não é uma leitura fácil. A história não é totalmente linear. Alguns pontos da trama são desenvolvidos de forma não explícita. É difícil acompanhar o raciocínio das enormes sentenças (muitas vezes sem nem uma vírgula), especialmente quando há digressões no meio delas. As notas de rodapé - e as notas de rodapé das notas de rodapé! - às vezes também quebram a narrativa (apesar de serem fundamentais pro entendimento da história!). O texto é uma mistura de um linguajar bem cotidiano - inclusive alguns personagens ?falam? palavras erradas - e também de palavras difíceis (o dicionário do Kindle foi usado inúmeras vezes!). Isso, na verdade, não é uma crítica, mas mostra o estilo do autor, sua intenção, o ambiente no qual a história é contada, a ?voz? de cada personagem, ?coisa e tal e tal e coisa?. Vale o esforço e com certeza terminei essa leitura enriquecido.
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Raony 02/12/2018

É tetra
Eu nem acredito que terminei esse livro. Foram literalmente anos de leitura. Sério, comecei ele em 2015 acho, logo depois que lançaram. Não sou um leitor tão lerdo assim, é que no meio teve meu mestrado e fui lendo outros livros, esse ficava meio abandonado, mas nunca em definitivo.
Dou glória por ter resistido à bela cópia física e ter lido pelo kindle. Se eu parasse a leitura em toda nota de rodapé, fosse lá pro final encontrar a maldita nota e tivesse um textinho tipo "pois é" ou então "supostamente" ou ainda uma nota de rodapé dentro da própria nota de rodapé eu jogaria esse tijolo pela janela perigando ferir alguém gravemente. E não dá nem pra ignorar as notas, pq tem umas enormes e importantíssimas para a história. Enfim, com o kindle em dois cliques eu tava na nota e na página certa de novo. Obviamente eu li errado. É um livro pra ler dedidacadamente. Não só pelo tamanho assustador, mas por sua estrutura. Fazer o quê? É o que deu. Mesmo lendo errado eu adorei. É exigente, mas recompensa seu esforço com muito humor e sagacidade. É um livro extremamente engraçado e melancólico. Ao mesmo tempo. Sempre. Dei gostosas e sonoras risadas. Me desesperei com descrições dolorosas de sofrimentos físicos e mentais. Dá vontade de reler. Mas não tenho mais fôlego. Não agora. Enfim, recomendo, pra quem tem tempo, perseverança e leva a vida com o sarcasmo que ela merece.
Frederico.Villela 03/03/2022minha estante
Teu comentário me representa. Estou desde 2017 tentando terminá-lo e não consigo também por uma série de fatores, entre outras leituras e o fato de primeiro tentar ler o livro físico antes de adquirir no Kindle. Carregar aquele tijolo de um lado pra outro e as quase sádicas notas de rodapé me exigiam um esforço que eu não estava preparado.
Enfim. Creio que agora estou na metade da leitura total. E ainda tentando convencer minha companheira que, mesmo sendo uma leitura no geral cansativa - e ela terminando vários outros livros enquanto travei neste - ainda assim cada capítulo traz uma recompensa.




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