Monica Monte 01/03/2016
Eu estava quase dando 4 estrelas por causa do final que não foi justo. Esse livro merecia um epílogo, com o final feliz da Caroline e do Dodge e da Berry e do Ski, mas realmente seria esperar demais por causa do estilo da autora que não é de enfeitar as histórias dela com finais absurdamente felizes, mas depois de 30 anos de espera para resolver a história da Caroline e do Dodge, ela poderia ter dado essa colher de chá.
Mas mesmo assim, não teria como eu não dar 5 estrelas, porque apesar do final meio que frustrante, esse livro não merecia menos.
O Dodge, desde já, está entre meus personagens prediletos, apesar das mancadas que cometeu na vida, o que custou, inclusive o relacionamento dele com a Caroline no passado. Mas o legal é que ele sabe exatamente o quanto errou e se penitencia até hoje pelo erro, talvez exageradamente, pois como apontou o Ski, o Dodge se dispõe perdoar todo mundo, menos a ele mesmo.
Não que o erro dele não tenha sido grande. Foi e dá pra entender a atitude da Caroline, mas ele preferiu deixar quieto do que tentar o perdão, porque achava que não merecia ser amado.
Quanto ao livro em si, mantém o padrão desse tipo de livro da autora e acontecem várias reviravoltas. De novo, não é um suspense onde existe um indeterminado vilão, todos sabem de quem se trata, o problema é conseguir botar as mãos no sujeito, ainda mais com o elemento-surpresa no final.
A história se passa em dois tempos: o presente, mostrando o reencontro da Caroline e do Dodge e do pedido de ajuda dela acompanhar o caso da Berry e no tempo passado, mostrando como foi o envolvimento deles e eu achei uma fofura. Apesar da pisada de bola dele, dá pra notar que ele se apaixonou pela Caroline desde o começo e ainda continua caidinho por ela.
Para quem não está acostumada a esse estilo nos livros da autora, normalmente acontecem mil reviravoltas, onde o romance é deixado um pouco de lado e não possui nenhum alívio cômico, mas pra mim, esse conseguiu reunir esses três itens de maneira eficaz. Gostei da parte policial, adorei a parte do romance, principalmente no caso do Dodge e da Caroline e apesar de não ser intencional, porque o Dodge não era um personagem cômico, as coisas que ele falava ou pensava, eu morria de rir.
Alguns exemplos: "Fez aquele negócio com os cílios de novo. Juro por Deus, eles são duros e pretos como as pernas de uma barata morta" (p. 195), "Ele morreu protegendo aquela bicha-louca de cabelo cor-de-rosa e calça de cetim verde, cuja voz cantando, francamente, soa para mim como um gato sendo enrabado" (p. 294), "Ele não sabia bem como um cara fazia para tirar a roupa de uma mulher decente. Não tinha experiência com isso" (p. 298).