Kennia Santos | @LendoDePijamas 07/06/2021Encare a corda bamba sem rede de segurança, piloto. Porque, mesmo daqui de longe, eu estou na cobertura.Jolene é uma mulher na casa dos 40 anos que teve uma infância difícil, o que a fez ter uma outra perspectiva para o seu futuro, e a tornou corajosa e independente. Ela também é militar, piloto de black-hawks que transportam suprimentos e armas para o exército.
Lá ela conheceu Tammy, de quem logo se tornou muito próxima, uma vez que mulheres no exército não são muito comuns de se encontrar. Tammy é sua vizinha, casada com alguém que se orgulha dela e de sua carreira e tem um filho chamado Seth.
Seu marido, Michael, nunca aprovou a sua profissão. Ele, um advogado bem-sucedido, jamais conseguiu entender a importância e o papel do exército na vida de Jolene. Eles são casados há anos e tem duas filhas, Betsy e Lulu, e o casamento estar cada vez mais em corda bamba.
Até que Michael diz que não a ama mais.
Até que, Jolene é convocada pra guerra.
Até que, ela se vê obrigada a deixar suas filhas, seu maior tesouro, aos cuidados de alguém que ela já não confia mais, para cumprir um papel com sua nação.
Então Jolene e Tammy partem para a guerra.
Elas são a única fonte de apoio uma da outra ali no meio de tanto caos e destruição, e então...
Uma tragédia acontece.
E nada mais será o mesmo.
“Você vai ter muitas montanhas para escalar quando eu não estiver aqui e não vai ser fácil. Eu sei que vai ser difícil. Mas você vai se sair bem.” (p.86)
Em ‘Quando você voltar’, Kristin Hannah apresenta uma história sobre amor, família, amizade e lealdade, sobre quem vai estar lá por você quando precisar, sobre confiança e perdão.
Há 7 anos eu tenho os livros dessa mulher na minha estante e nunca tive coragem pra ler.
Hoje, me pergunto porque demorei tanto. BAITA LIVRO SENSACIONAL.
Simplesmente, não tenho defeitos pra colocar. Kristin merece todo reconhecimento que tem, porque ela é MAESTRA no que faz. Sem mais.
Esse livro é construído sobre três pilares: casamento, família (filhos) e amizade. E é incrível ver como os temas são perfeitamente desenvolvidos ao decorrer da história, de forma interligada e sensata com os acontecimentos.
Começando por Jolene que precisa ser enaltecida, porque fala sério, é uma das personagens mais incríveis com que eu me deparei. Forte, independente, leal, sensata... me faltam palavras para descrever essa personagem. Ela é ESPLÊNDIDA.
Também conseguimos perceber a importância do papel dos pais no desenvolvimento das crianças, a diferença que uma mãe faz. É incrível acompanhar a jornada de Michael se ‘reencontrando’ como pai, e percebendo então que nem tudo é trabalho e carreira.
A forma como a relação do Michael e da Jolene é destrinchada com o decorrer da história, SEM PALAVRAS. MINHA NOSSA, SEM PALAVRAS.
Você vê de forma clara os dois personagens na sua forma mais crua, todas suas inseguranças, medos, anseios e necessidades. E você vê as coisas andarem. Não fica aquela síndrome de Gabriela do tipo ‘eu nasci assim, vou morrer assim’. Não, AQUI A GENTE VÊ EVOLUÇÃO, MATURIDADE.
E o final é de desmontar qualquer um. Nossa, não consigo nem escrever sem ficar com aperto no coração. Kristin encaixou cada coisinha nos pontos devidos, e no final dá uma cartada DE ACABAR COM A GENTE. E sensacional.
Esse livro têm uma carga de drama muito, mas muito densa. Vejam bem: eu não tenho melhor amiga, não quero casar e não quero ter filho. Ou seja, em aspecto pessoal eu não me identifiquei com os pilares principais da história, não.
Mas isso de forma alguma me impediu de me conectar com tudo que estava acontecendo e de entender os personagens.
Tô aqui me perguntando: PORQUE RAIOS LEVEI 7 ANOS PRA LER LIVROS DESSA MULHER?
LEIAM, LEIAM, LEIAM ESSE LIVRO.
Vai te destruir, depois vai destruir mais um pouquinho. Mas vale MUITO a leitura!
“Eles são heróis, os nossos soldados, os homens e as mulheres que enfrentam o perigo para proteger a nós e o nosso estilo de vida. Não interessa o que pensamos sobre a guerra; temos que agradecer aos guerreiros, de quem exigimos tanto. A quem às vezes damos tão pouco.” (p.287)