letscia 30/01/2024
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Quando terminei a leitura de "A Esperança de Uma Mãe", a trama do próximo livro já estava clara para mim: uma continuação onde Marta reconquistaria Hildemara, faria parte da vida dos netos e contaria suas histórias. Qualquer pessoa que tenha lido a sinopse antes de iniciar a leitura sabe que eu estava equivocada, como frequentemente ocorre - pelo menos acerca das primeiras 400 páginas.
Histórias que abordam dramas familiares nunca foram as minhas favoritas, mas Francine Rivers tem o talento de esculpir enredos e tornar todas as tramas interessantes, trazendo ensinamentos para a vida. A jornada de Carolyn foi dolorosa, e desde o início, tive um vislumbre do rumo que a história tomaria.
Marta, agora Oma, amadureceu e tornou-se um pilar na família. Seu legado, mesmo com suas imperfeições, foi tocante. Conheço muitas mulheres mais velhas com ensino superior incompleto, e foi emocionante ver o reconhecimento de May Flower Dawn diante dessa realidade. Todos os leitores aprenderam muito com Oma, assim como com outras mulheres que, mesmo longe de uma universidade, graduaram-se na escola da vida. Marta não foi uma mãe perfeita nem a avó ideal, mas deixou uma marca duradoura entre gerações de mulheres.
Hildemara criticou Marta a vida inteira pela sua dureza, e, no final, a maçã não caiu tão longe da árvore. Apesar de suas ações detestáveis em certos momentos, ela nunca deixou de ser a menina que tentava agradar a todos. A posição da Hildemara era triste, mas ela não lidou com tudo isso da melhor forma, infelizmente. Em todos os sentidos, foi muito errado colocar May entre as questões mal resolvidas que tinha com Carolyn. Foi um equívoco deixar a criança ouvir as críticas declaradas à mãe, influenciar seus pensamentos e excluir Carolyn. Não esperava que Hildemara se tornasse uma mãe e avó manipuladora, mas sinto que o contexto limitava suas escolhas, ela estava apenas repetindo um ciclo. Depois de muitos anos, era difícil ter esperança de uma aproximação entre mãe e filha - seja com Marta ou com Caro.
Carolyn partiu meu coração desde o início, que história sofrida! Ela perdeu muitas pessoas e suturou as cicatrizes sozinha para não precisar compartilhar com ninguém. Tudo o que enfrentou afundou ainda mais suas esperanças de um recomeço. Então, ela parou de sonhar, de acreditar que as coisas poderiam ser diferentes. Mas Deus já vinha reerguendo algumas questões de sua vida. - Um momento para agradecer Francine Rivers por trazer Boots novamente ao enredo - Aí, Mitch chegou, e tudo que construiu com ele refletiu os cuidados de Deus em sua vida. Apesar de todos os infortúnios, Carolyn reconstruiu sua vida e foi uma boa mãe, dentro de suas limitações.
May Flower Dawn, inicialmente autocentrada e ingênua, teve uma jornada complicada e confusa. Ela foi mais uma em uma geração de muitas mulheres que cresceram em um lar recheado de amor e carinho, mas em todo momento não sentia que era querida. A vida foi dura com ela, mas foi possível vê-la amadurecer e tornar-se mais sábia com o tempo. May teve fé até o final; quando as coisas estavam muito assustadoras, foi muito corajosa, e Faith é a prova viva disso.
O livro é excelente, emocionante e esclarecedor. Mais um livro extremamente edificante da autora. Gostaria que fosse menos difícil ter acesso às obras da FR aqui no Brasil, li oito livros dela, - todos ótimos, por sinal - mas infelizmente os mais recentes estão indisponíveis.