A infância de Jesus

A infância de Jesus J. M. Coetzee




Resenhas - A infância de Jesus


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Tiago600 29/10/2021

Direto ao Ponto

Não vou florear muito, serei objetivo, obviamente isso não significa ser claro. Para mim a mensagem central do livro se coloca da seguinte maneira: Tudo flui. As águas do Oceano fluem e ao fluir mudam. Não se pode sulcar duas vezes a mesma água. Tal como os peixes vivem no mar, também nós vivemos no tempo e temos de mudar com o tempo. Por mais firmemente que nos compremetamos a seguir as tradições, acabaremos por ser ultrapassados pela mudança. Somos como peixes do tempo esperando o veredito da história.
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Paty 14/11/2013

Alegoria filosófica, moral, política, religiosa, metalinguística, “A infância de Jesus” pode ser tudo ou nada disso, dependendo do leitor.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 21/06/2013

J.M. Coetzee - A infância de Jesus
Editora Companhia das Letras - 304 páginas - Lançamento 10/04/2013 - Tradução de José Rubens Siqueira.

O mais novo romance de Coetzee é uma obra desafiadora e que só mesmo um autor consagrado como ele teria coragem de lançar. Não por ser um livro de contestação religiosa como o título pode sugerir, algo no estilo de O Evangelho segundo Jesus Cristo de José Saramago. Na verdade, nada pode ser tão simples na ficção de Coetzee, as comparações com passagens famosas do Evangelho são tão sutilmente insinuadas que, caso não soubéssemos o título, dificilmente perceberíamos estas conexões. O que mais impressiona é a forma com que o autor trabalha a indefinição narrativa, deixando o leitor angustiado ao perseguir um sentido para o romance que lhe escapa capítulo após capítulo.

Um homem desembarca, juntamente com um menino, em um continente não identificado e em uma época não definida, juntos descobrem uma sociedade distópica e estatal, uma espécie de campo de refugiados no qual, diferente de outros cenários semelhantes da literatura, como o universo totalitário de Orwel em 1984, o que impera é a ingenuidade e apatia dos moradores, a boa vontade de uns com os outros. Neste mundo, representado pela cidade de Novilla, onde o idioma oficial é o espanhol, a falta de emoções mais fortes e, até mesmo o impulso sexual, é exasperante para o recém-chegado que questiona os valores da sociedade local e se recusa a abandonar seus hábitos e memórias em troca da lógica do sistema.

Ambos os personagens recebem novos nomes na recepção de cadastramento, o homem passa a se chamar Simon e a criança David. Eles buscam encontrar a mãe de David, uma tarefa praticamente impossível considerando as condições existentes. No entanto, esta mãe acaba sendo escolhida por eles e, surpreendentemente aceita a responsabilidade pela educação do menino. Os três passam a formar uma estranha família e aprendem a conviver com o espírito questionador do pequeno David que se revela extremamente sensível e inteligente, aprendendo a ler sozinho em uma versão ilustrada de Dom Quixote. No entanto, as habilidades de David não significam que ele tenha facilidades em se entrosar com as outras crianças e o professor da escola. Ele precisará fingir que é "normal" como os outros para não ser afastado e internado em uma escola especial para crianças excepcionais.
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Marcela Pires 14/05/2013

Recomendo

"Por que a gente está aqui?
Não sei o que dizer. Estamos aqui pela mesma razão que todo mundo está. Nos deram uma chance de viver e nós aceitamos essa chance.
É uma grande coisa, viver. É a coisa mais importante de todas". p. 25

São tantas coisas para escrever sobre esse livro que até me perco.
Precisei de um tempo depois de ter lido para pensar e refletir sobre ele, porque é um livro com muitas temáticas, muitos questionamentos, e fazer uma resenha sobre ele não é fácil, por que com certeza algum ponto importante ficará faltando, e ele é tão bom, que eu queria que não faltasse nada.
Eu amo livros que me fazem pensar e rever conceitos, e é isso que "A infância de Jesus" faz. Não é um livro biblíco, e se não tivesse esse título você só se "tocaria" no final.

Coetzee conta a estória de um homem e um menino que chegam de navio numa cidade chamada Novilla. Lá todos tem que esquecer seu passado e falar espanhol.
Novilla lembra muito uma ditadura: a comida é racionada, todos vivem numa igualdade que gera uma mesmice, uma falta de querer, de pensamento, de ironia, de diferenciação, de humor.
As pessoas esquecem suas vidas passadas e iniciam uma nova vida sem paixão, desejo ou qualquer outro sentimento que os abale. É um ambiente de conformismo, onde se vive sem sobressaltos.

Uma questão importante tratada no livro: qual a diferença entre viver e sobreviver?

Símom (homem) e David (menino) estão a procura da mãe do menino. Símom o encontrou no navio, e desde então esta cuidando dele. David é um menino inteligente, questionador, amável. Aprende a ler com o livro "Dom Quixote" e senti muita semelhança entre a estória do menino - Dom,Quixote - Jesus.

"- Prendem ele numa gaiola e ele faz cocô na calça;
- E por que fazem isso? Prender Dom Quixote?
- Porque não acredita que ele é Dom Quixote.
- Não. Fazem isso porque não existe uma pessoa chamada Dom Quixote. Porque Dom Quixote é um nome inventado Querem que ele volte para casa e recupere o juízo". p. 243

O livro mantem várias discussões sobre o valor das coisas, o porque do desejo, a importância do sexo, a vida versus a realidade, existe algumas alusões passagens biblícas (pão, amor de David pelos animais, querer ressucitar o estivador etc) e discuti até mesmo a história, ora questionando-a ora aceitando-a.
Acredito que o maior questionamento seria: estamos preparados para receber um Jesus hoje?

Recomendo! Ótimo livro para pensar e refletir. Tem tudo para virar um clássico!
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Leonardo 22/04/2014

Não, não é sobre a infância de Jesus
Este é o primeiro livro que leio do exaltado escritor sul-africano J. M. Coetzee, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 2003.

É o seu mais novo romance, publicado em 2013. Apesar do título, não conta a história da infância de Jesus Cristo, mas é uma espécie de versão distópica do que poderia ter sido a infância de Jesus em outro tempo e em outro lugar.

Um homem chega de navio a um país não nomeado, uma terra estrangeira, acompanhado de um menino de cerca de cinco anos que conheceu no navio e que tenta encontrar sua mãe. Não se sabe de onde eles vieram. De fato, sequer se sabe onde eles estão agora, apenas o nome da cidade onde eles morarão: Novilla. Eles têm que esquecer seu passado, como aliás todos que chegam a este país, onde devem falar espanhol (aprenderam o básico num curso rápido antes de chegarem a Novilla e ainda sentem muita dificuldade para se comunicar neste idioma).

Na nova cidade, após alguma dificuldade, recebe um lugar para morar e um emprego, como estivador. Percebe-se claramente que neste novo país vigora um governo totalitário, já que a presença do estado é constante: ele fornece casas e estabelece onde cada um vai morar; locais de trabalho; cursos de formação, tais como filosofia, desenho e história; regras rígidas acerca dos direitos de ir e vir, da história (o passado definitivamente deve ficar para trás). Há até mesmo casas oficiais para os homens aliviarem suas tensões (leia-se prostíbulos institucionais). O amor é uma ideia em desuso, assim como atração sexual e sentimentos mais intensos. Todos são educados, polidos, camaradas. Impera a boa vontade.

Enquanto acostuma-se a esta nova realidade, este homem, que não tem de fato lembranças do lugar de onde veio, tem “lembranças de lembranças”, e inquieta-se com a artificialidade daquele ambiente. Põe-se a questionar tudo: por que eles têm que trabalhar como burros de carga levando tantos sacos de trigo o dia todo do navio para os depósitos se um guindaste resolveria o problema de maneira muito mais eficiente? Por que as mulheres parecem adormecidas quando se fala de amor e de sexo? Por que viver com tanto ascetismo, tanta frugalidade (eles são orientados a contentar-se com pouca comida, a despeito de aparentemente não faltar trigo) e não dar vazão aos apetites?

“Então por que prega esse ascetismo? Diz que temos de dominar a fome, de deixar o cachorro interno a pão e água. Por quê? Qual o problema com a fome? Para que servem os apetites da gente senão para mostrar o que precisamos? SE a gente não tivesse apetites, desejos, como ia viver?”

Parece-lhe uma boa questão, uma questão séria, que poderia perturbar até a freira mais estudada.

A resposta dela vem bem fácil, tão fácil e em voz tão baixa, como se fosse para o menino não ouvir, que por um momento ele se equivoca: “E no seu caso, para onde seus desejos levam o senhor?”.



“Sabe o que mais me surpreende neste país?” Um tom ousado está se infiltrando em sua fala; seria mais sensato parar, mas ele não para. “Que seja tão manso. Todo mundo que eu encontro é tão bom, tão gentil, tão bem-intencionado. Ninguém xinga, ninguém fica bravo. Ninguém fica bêbado. Ninguém nem levanta a voz. Vivem num regime de pão, água e pasta de feijão e dizem que estão satisfeitos. Como pode ser, humanamente falando? Vocês estão mentindo, até para si mesmos?”

(…)

“O senhor está mesmo com raiva”, diz Ana.

“Não estou com raiva. Estou com fome! Me diga: o que tem de errado em satisfazer um desejo comum? Por que nossos impulsos, fomes e desejos normais precisam ser eliminados?”

As pessoas deste mundo parecem ter sofrido uma leve lobotomização. Vivem etéreas, alheias a quase tudo, bovinas.

“Álvaro não lida com ironia. Nem Elena. Elena é uma mulher inteligente, mas não vê nenhuma duplicidade no mundo, nenhuma diferença entre a aparência das coisas e as coisas em si. Uma mulher inteligente e uma mulher admirável também, que com os materiais mais exíguos – costura, lições de música, cuidados domésticos – construiu uma nova vida, uma vida à qual ela afirma – com justiça? – que não falta nada. É a mesma coisa com Álvaro e os estivadores: eles não têm nenhum anseio secreto que ele consiga detectar, nenhum desejo por outro tipo de vida.”

Enquanto enfrenta esses dilemas, Símon (todos neste novo país recebem um novo nome, e este é o nome do homem que acolheu a criança, que por sua vez recebeu o nome de David) procura a mãe do garoto. David, por outro lado, vai se revelando uma criança difícil. Extremamente inteligente, mas dona de uma lógica peculiar no trato com a linguagem e, especialmente, com os números. Tem problemas na escola e mostra-se firmemente preso a determinadas ideias que se distanciam da realidade daquela vida nova.

O livro todo parece uma grande metáfora. Ou uma grande parábola, para usar a linguagem bíblica, que, aliás, permeia todo o livro.

Símon e David (dois nomes bíblicos) chegam a uma terra estrangeira, como exilados, tais como José, Maria e o menino Jesus. Nesta nova terra eles certamente tiveram que aprender um novo idioma. Certamente também sentiram estranheza em relação aos costumes dali. Jesus, desde muito cedo, deve ter manifestado sinais da sua vocação (no livro, o menino David diz que pode curar e até mesmo ressuscitar as pessoas e animais). Vivendo como estrangeiro, em determinado momento Símon diz a David que ele (o menino) não teria onde repousar a cabeça, frase que o próprio Jesus disse de si. Noutro momento, um professor ordena que David escreva “Devo dizer a verdade”, ao que o garoto responde “Eu sou a verdade”. Ainda noutra ocasião, o menino escreve na areia da praia.

Não me constranjo ao dizer que tenho certeza de que não captei tudo que o autor quis dizer com este livro. Ele levanta muitos questionamentos, filosofa bastante, por meio dos personagens da história, a respeito dos anseios do ser humano, do significado da vida, da natureza das coisas. Por que esta história tão parecida e tão diferente da infância de Jesus? Por que a comparação? É uma crítica à religião?

A infância de Jesus não é narrada na Bíblia, com exceção de alguns episódios logo que ele nasceu (até a apresentação no templo) e do dia em que ele se perdeu de seus pais na volta de Jerusalém, já aos doze anos. Há um hiato de uns dez anos sobre o qual nada se sabe. Como José, Maria e o menino Jesus teriam passado estes anos no Egito? Que influência teve a cultura estrangeira sobre o futuro ministério de Jesus, que anunciaria a vida nova, algo que também é anunciado no livro de Coetzee?

O livro, enfim, provocou-me muitos questionamentos, e acredito que isto seja bom. Não é uma narrativa rasa, mas repleta de significados e mistérios, apresentada através de uma prosa simples e discreta. Penso ter sido uma boa introdução à obra de Coetzee, que pretendo conhecer mais.

Minha Avaliação:

4 estrelas em 5.

site: http://catalisecritica.wordpress.com
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guidenker 19/04/2015

A Vida é Invenção
Sobre A Infância de Jesus (Companhia das Letras, 2013), o próprio Coetzee fez um comentário curioso na Universidade de Cape Town: "Eu esperava que o livro aparecesse com uma capa em branco e um título igualmente em branco para que somente após a última página lida, o leitor encontrasse o título, isto é, A Infância de Jesus. Mas na indústria editorial, como ela se apresenta hoje, isso não é possível" -tradução livre-. Gostei muito, mas como bom cético, não vou entrar nos méritos da vida de Jesus. Aproveito somente a idéia da suspensão do título, que achei genial.

O livro começa com um grupo de pessoas que chegam de barco à cidade de Novilla. A essas pessoas foi dada uma nova chance de viver, que elas aceitaram, tendo de pagar na aceitação o preço do esquecimento da vida passada. Vamos conviver com Símon e David. Símon, homem de meia idade, resolve tomar para si a responsabilidade sobre o menino David, que quer muito achar seus pais. Ele diz que trazia consigo uma carta, e que lá havia o nome dos pais, porém a havia perdido.

Símon fica espantado ao perceber que ninguém na cidade se preocupa com o passado. Para eles, a vida passada é mesmo passada. Veio-me à cabeça o Mito de Er, da República de Platão, em que as almas têm de beber da água do rio Lete (esquecimento) e os sábios bebem pouca água, esquecendo menos e não tendo de repetir os mesmos erros na próxima vida. Fiquei sensibilizado por Símon. A curiosidade dele é mais profunda. Ele quer saber o que houve em seu passado, enquanto o menino quer saber de onde veio. Os dois têm curiosidade pela origem. Apenas viver não basta. E se já vivemos isso que está sendo vivido?

Símon e David sentem muita fome. Ficam frustrados com a falta de variedade. É sempre pão e água para comer e beber. Aí me lembrei da autobiografia literária do Bartolomeu Campos de Queirós -Por Parte de Pai, RHJ 1995-, em que ele conta que sentia uma sede durante as madrugadas de sua infância. O pai não trazia água, apenas vinha, colocava as mãos em concha na frente de sua boca e ele sorvia o nada. Claro que o nada na verdade era afeto. Ele sentia uma sede de afeto, assim como Símon e a criança. Símon chega até a ter relações sexuais com uma mulher que conhece. Mas a sede não se vai. Sexo não alcança a profundidade da necessidade afetiva que ele sente. Um belo retrato de muitos de nós.

O personagem segue montando seu destino, arruma um trabalho braçal, na estiva, e começa a sentir o peso da vida. Ele não entende o porquê de ter aceitado uma nova chance de viver. Começa a questionar o sentido da vida e aceita que achar a mãe do garoto talvez cumpra esse papel. Mas depois quer mais. Dialoga com as pessoas ao redor, que apesar de estudarem filosofia não enxergam um sentido para a vida além do trabalho. Se o trabalho é carregar sacos de grãos nas costas para que a população possa comer pão, que isso seja o suficiente. Ainda que estejam também sustentando os ratos do galpão onde tudo é armazenado. O trabalho não locupleta a vida e Símon permanece vazio, longe de se saciar de sentido.

O livro é uma bela reflexão sobre o estar vivo. Será que faz sentido? Penso que a vida não tem sentido algum. Mas aí se encontra a chave. A vida é invenção, e por ser invenção cabe a nós construir seu sentido. Podemos criar e recriar sempre que não gostamos do resultado. O autor, pude perceber com felicidade, trabalha essa idéia ao longo do livro. Achei tudo muito belo e fiquei emocionado com o resultado. Coetzee é daqueles autores que valem muito mais do que o preço que as livrarias estabelecem para seus livros. Comprando um livro dele, sempre lucramos sobre essa indústria editorial.

site: http://cronicasentrelinhas.blogspot.com.br/2015/04/a-infancia-de-jesus-sobre-o-livro-de.html
Arsenio Meira 20/04/2015minha estante
Resenha no ponto! Vou ler o quanto antes.
Abraços




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Aline Stechitti 01/12/2013

Sem sabor, estranho, intrigante
Desde que comecei a ler eu me perguntei: Que título é esse? Qual será o sentido disso? E agora depois de ler eu volto a me perguntar: Que título é esse? Qual será o sentido disso?

Enfim, o motivo de eu ter me arrependido de comprar esse livro é que realmente eu esperava algo muito mais forte, inteligente e impactante para minha cabeça, mas ele é muito simples e não me trouxe grandes novidades.

A história é intrigante, curiosa e diferente, mas eu continuo sem entender o propósito dela ou se tinha um. Vou pesquisar bastante sobre ele, pq não é possível que um livro tão estranho e sem explicações seja apenas os delírios de alguém. Se quem leu puder me dizer o que esse escritor quis dizer aí nos comentários, eu agradeço.

O que eu gostei foi da forma como mostram a falta de amor, de compreensão e de sabor nessa vida que levam nesse novo lugar. Pensei que se tinha a ver com a visão que Jesus Cristo tinha da vida na terra quando chegou aqui. Claro que o livro não parece nada religioso, mas eu precisava achar algum sentido, então fui associando. E realmente faz algum sentido, mas ainda acho que essa minha visão está vaga. Repito: Vou pesquisar.

Sobre os personagens, eles me lembram a dos livros distópicos e são até interessantes. Porém, o menino, David, é a criatura mais irritante e chata desse planeta. Deu vontade entrar no livro e espancar aquela criança. Os diálogos são penosos de ler quando são com ele. David é insuportável!
No começo do livro, tudo é muito interessante e gostei bastante, mas depois de alguns capítulos a coisa desandou. Eu queria saber o que aconteceu com essa gente toda que foi obrigada a abandonar tudo para viver em outro lugar, queria saber o que tinha acontecido com o mundo, em que época eles estavam, como funcionava o governo, se tinha governo, como era a cidade... Mas tudo é vago, nada é explicado. Parece um sonho perturbador, cheguei a imaginar que todos estivessem mortos no limbo, procurando o céu. Sei lá... Muito louco. Deve ter me faltado Qi ou sensibilidade, pq fiquei decepcionada.


site: http://alinestechitti.blogspot.com.br/
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Christiane 29/12/2013

Novilla - Novelos - Ovelhas
Uma sociedade ideal, Novilla, onde as pessoas não tem mais desejos, pulsões, tudo é controlado, não há emoções, não há sexualidade, nem erotismo. Só há uma língua, o espanhol que todos devem aprender. Quando se chega ao local é preciso esquecer tudo, você não tem mais história ou passado. É um local para recomeçar tudo, e sem ter que sofrer. As pessoas são renomeadas, recebem uma moradia e um emprego. Chegam ali os recém nomeados: Simon um homem de meia idade e David um menino.

Uma sociedade perfeita, mas onde nada acontece. Tudo é previsto, não há sentimentos, paixões, sem conflitos. Lendo é que se percebe o quanto seria monótono uma vida assim, sem sabor, sem sal. As pessoas sonham com uma vida assim, onde não se sofre, onde não haja conflitos, mas isto seria deixar de viver.
Uma única língua, me lembra a tentativa com o Esperanto, mas que não funciona, pois uma língua traz em si toda uma cultura e um jeito de falar e de se expressar. Ao se colocar uma única língua se limita as trocas, e a sociedade não muda.

A alimentação é suficiente, mas de poucas opções, sem o prazer da comida, os sabores. As moradias são bem parecidas, poucos móveis, pouca roupa, tudo é regulado. Estamos diante da apatia.

É contra tudo isto que Simon e David irão se rebelar e lutar contra. Simon pensa em comidas, fica atônito diante da frieza das mulheres, não compreende que as pessoas não queiram fazer nada para melhorar ou mudar algo. Ele já não sabe o que fazer, como se comportar e aos poucos vai até se acomodando, mas não David.

E é aí que talvez vamos ter uma boa
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André 17/10/2020

Uma interpretação bastante peculiar sobre um Jesus moderno, sem origem definida, criado por pais um tanto aleatórios, vivendo numa cidade sem passado. Enxerguei muita coisa de Kafka na história, sobretudo na burocracia inominada da cidade de Novilla. Uma obra sensacional e altamente filosófica! Uma segunda leitura cairia muito bem.
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L F Menezes 25/07/2013

O filho diferente
"Ele não tem nenhum talento". Essa foi a frase do escritor Martin Amis para criticar J. M. Coetzee. Coitado do Amis.
"A infância de Jesus" é o livro mais diferente da obra do prêmio Nobel de Literatura de 2003, seja por conteúdo (todo encharcado de referências bíblicas e nenhuma crítica aparente à África do Sul) ou seja pela escrita (sem travessões e com um aprofundamento psicológico maior do que nas outras obras).
A história gira em torno do menino David e de Simon, que não possuem nenhum traço familiar, em um país onde impera o socialismo como política econômica e social (uma pessoa não pode ter um relacionamento melhor com uma pessoa e pior com outra). Os dois vivem em busca de uma mãe, seja ela a verdadeira ou não, para o garoto. E no meio dessa história, Simon conhece várias mulheres que parecem não ter mais amor, trabalha com colegas que não veem problema em ter seu trabalho braçal desperdiçado, filósofos que voltam todos as suas reflexões para cadeiras e mesas e centros de "relaxamento" que oferecem esposas para os homens que necessitam de sexo.
Com várias referências à história de Jesus, o livro pode ter duas leituras: a primeira seria a infância de um novo filho de Deus (já que seus pais não são conhecidos), com um coração grande, cheio de boa-vontade e que acredita que pode salvar as pessoas da morte, que vai ao país anódino para levar as pessoas para uma "nova vida"; a segunda, para os mais realistas, é que David não passa de um menino excepcional, mimado, teimoso e que acredita que possui super poderes, que, graças à falta dos pais, cresce sem limites .

site: http://cambadadebiscate.blogspot.com.br/
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Henrique 29/09/2018

Filosofia pura
Fantástica história sobre um homem e um garoto que chegam à uma cidade e devem esquecer todo o passado e iniciar uma nova vida. Filosofia pura.
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Eduardo 25/07/2020

Um bom livro de leitura fácil contando a história de um homem que desembarca em um lugar desconhecido com uma criança onde ganham novos nomes e tem que aprender o idioma. O final é um pouco pobre, embora o desenrolar prenda muito
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Suzana 17/01/2024

Na expectativa
Já li outros livros do Coetzee, Desonra e Diário de um ano ruim (o primeiro realmente bom, o segundo nem tanto). Confesso que sua literatura pra mim continua sendo um mistério. Afinal, ele ganhou um Nobel... Não é o tipo de leitura que provoca fortes emoções, tampouco vejo nele um estilo marcante, inconfundível. Mas a leitura vai fluindo, como se estivéssemos puxando uma cordinha pra chegar no final.

Estou bastante curiosa sobre o desenrolar da história no restante da trilogia. Infelizmente, tenho a esperança de ser surpreendida de alguma forma... o que pode não acontecer.

A propósito, porque "Jesus"? A saber...
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