Para que fiques

Para que fiques Priscila Rôde




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Alexandre 10/01/2014

Uma pérola no mar
“Para que fiques” é uma rara pérola coletada – pelas mãos bondosas da Editora Penalux – do fundo do mar. É uma joia que cintila um pouco dos exímios encantos resididos lá no profundo, no mais denso de um oceano íntimo e lotado de sentimentos intensos, meigos e sensíveis. As letras parecem ter sido pescadas, com extrema amabilidade e desenvoltura, de um coração perene e liquefeito em pura poesia.

Priscila Rôde espicaça nossa vontade ao abordar as ondulações de sua alma tão extensa e enigmática, de beleza descomedida e recitada pela melodia de uma singular sensibilidade. Ao navegarmos em seu mar, adentramos no nosso também, numa simbiose poética que nos permite, ao confrontarmos com nossas nuances internas, entender melhor as ondulações de seu íntimo viçoso e enfeitado com amor. A poetisa se laça inteira nas ondas e esboça a destreza sutil de seu coração, abordando as matizes de seus recolhimentos. Relata com fidedigna entrega as várias sensações nas quais o seu íntimo se exalta. Ela recita caminhos tortuosos, mas com lirismo denota as flores – perfumadas – colhidas em cada manhã, após noites densas, após reflexões colhidas no desassossego de cada sorriso abortado, de cada amor esvaído, de cada poesia soprada ao vento. Seus textos são cifrados, ocultados por uma abundante e poética alma que se insinua e se esconde nas entrelinhas. Ela esmiúça com ligeireza (e branda emoção), mas principalmente com mistério, cada particularidade, cada forma do seu amor, do seu jeito singular de sorver os encantos próximos ou habitados nas distâncias. Ela destrincha os caminhos e os cruza com maestria a ponto de quase nos enganar com seu trejeito de ir e voltar sem sequer sair. É um estilo multifacetado de pincelar cada texto. Quem não estiver atento pode se perder em meio às suas ondas. Quem não souber navegar, afunda e se afoga na poesia sucinta, porém (pro)funda de seu coração tão adocicado.

“Para que fiques” é um ingresso sem volta a um mundo (re)feito de delicadezas. É uma leitura que nos faz sentir a brisa tocar no fundo da alma, de tão poético e verídico que é sua composição. Revela-nos, de forma afetuosa, um pouco do caos, do sentir e da (in)vulnerabilidade feminina, mas evidencia olhares arguciosos e desejosos de felicidade, amor e mares calmos. É uma leitura que acolhe, que nos prende e nos ensina, fluidifica seu encanto e nos faz ficar. Quem submerge nessa doçura fica pra sempre. É um livro que nos abraça e nos ama. Num instante. Sem tamanho. Sem demora.
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