mthsthn 16/09/2023
Uma leitura de amor.
Muito me encanta as histórias e narrativas acerca da Guerra de Tróia. Para mim ela se trata muito mais de uma guerra sobre amores (correspondidos e não correspondidos) do que simplesmente uma guerra de conquistas e busca pela imortalidade dos heróis. É o que vemos com Helena e Páris; Heitor e Andrômaca; Príamo e Hécuba; Odisseu e Penélope... não seria diferente com Aquiles e Pátroclo. Um amor, juvenil e intenso, vivido em pleno cenário de guerra. Talvez seja por isso que os mitos e histórias sobre Tróia estejam tão presentes e atuais em nossa época.
Ainda que a tradução tenha se esforçado para aproximar-se o máximo possível daquilo que seria o texto original, há algumas falhas de digitação e diagramação, o que não corrompeu totalmente a experiência de leitura, mas que dá uma leve pontada no coração por uma história tão apaixonante dessa ser passada de uma forma um tanto quanto "apressada", de como era preciso terminar o mais rápido que pudesse para ser publicada.
E por mais que seja um romance adolescente, literatura teen, podemos experienciar todo tipo de leitura possível com esse livro: seja lenta e desassossegada; quente e instável (tal qual Aquiles); ou límpida e translúcida (como Pátroclo). Por isso mesmo um excelente material para iniciar suas leituras nos mitos e poemas da Antiga Grécia, antes de adentrar nas fontes históricas, como a própria Ilíada e Odisseia, ou nos textos teóricos de estudo e interpretação dos mitos antigos. Um maravilho primeiro contato não somente com a história de Aquiles, mas de todo o mundo grego da época de Homero, já que ele traz momentos importantes e pouco lembrados da Ilíada quando há adaptações para o cinema ou para séries.
Além do mais, é um material para compreendermos a importância que os antigos gregos guerreiros davam à honra do herói, a sua Timé; mas não somente, sua superioridade também, ou seja, sua Areté, como vemos em diversos momentos com Aquiles e Agamêmnon. Talvez até por isso, suas continuadas hýbris de Aquiles, que prefiro Heitor enquanto um valoroso herói: que representa a honra de todo um povo e, acima de tudo, aceita o seu destino que fora traçado pelos deuses.
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