Memórias do Esquecimento

Memórias do Esquecimento Flávio Tavares




Resenhas - Memórias do Esquecimento


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Leticia 26/04/2020

Leitura visceral sobre as atrocidades da ditadura militar no Brasil. Relato sobre as perseguições, torturas e exílio. Leitura essencial em tempos de aviltamento do Estado Democrático de Direito, e para aqueles que insistem a uma ode ao retorno a esse tempo sombrio.
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Daniel L 05/02/2009

Atordoante
Já na orelha Saramago e Sabato o elogiam. Comparações com Dostoievski e Graciliano Ramos.

O livro por si só merece todos os elogios. É um desabafo sobre o que Flavio Tavares passou durante a ditadura. Suas prisões, perseguições e o exílio. Os relatos das torturas, dos sons, cheiros e sentimentos incomodam.

Além de todo o manisfesto contra a ditadura militar no Brasil consegue, ao contrário de muitos outros, fazer também uma auto-crítica de suas atitudes e dos movimentos da esquerda naquele momento.
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BENGO 27/02/2009

Tudo passa, o que não passa é a memória
Minemosine é a deusa grega da memória, ela disputa os espaços com Lethe, a deusa do esquecimento. No espaço dos mortais, lembrar e esquecer são faces da mesma moeda. Flávio Tavares conseguiu captar os elementos da história que não pode ser esquecida, mesmo que os flashes tenham sido dolorosamente vividos por Flávio precisaram ser lembrados. Sensibilidade, ética, fidelidade aos ideais sonhados e vividos são características indeléveis do autor. Uma imprescindível para quem quer conhecer a recente história do Brasil
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Luis 30/06/2016

O livro definitivo sobre a ditadura?
Meu histórico de leituras sobre a ditadura cívico-militar brasileira inclui 'Os Carbonários', 'Eu, Zuzu Angel, Procuro Meu Filho' e 'Ministério do Silêncio'. Próximo na lista está 'Batismo de Sangue', e para um momento futuro há a biografia de Marighella.

Não é uma lista extensa, mas afirmo que dentre essas obras, nenhuma me encantou mais do que este livro. Composto de duas partes, em uma providencia um relato pessoal da vida na prisão e suas torturas. Com riqueza de detalhes, aborda sonhos, humilhações e até um militar honesto, veterano da II Guerra que se opunha às torturas.

Na segunda parte, há um pouco mais de distância em relação aos acontecimentos, no que parece ser uma tentativa de entender o que aconteceu no período. Como jornalista e professor universitário, narra o desmoronamento das instituições brasileiras, assim como as tentativas de resistência organizada. Não faltam reflexões e indagações sobre o fracasso desses movimentos, reconhecendo que ninguém tinha condições de fazer esta análise na época.

Por fim, o autor expõe seus sentimentos por pessoas queridas e como sua vida de exílio afetou essas relações. Também relata sobre a vida no exílio, trabalhos, militância e um exemplo internacional da tortura e arbitrariedade. Como em 'Persepolis', a obra expõe o particular, pessoal e a partir disso consegue atingir o universal, a História.
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vortexcultural 07/08/2016

Por Filipe Pereira
Narrado em primeira pessoa pelo ativista, preso político em três oportunidades, comunista “subversivo” e banido junto ao grupo de 15 prisioneiros trocados pelo embaixador americano que foi raptado pelo movimento MR-8, Memórias do Esquecimento serve como desabafo literário do escritor que só retornaria a sua terra natal dez anos depois de exílio, só angariando coragem para escrever suas memórias após 30 anos de todos os acontecimentos e sofrimentos impingidos a si. Flávio Tavares não poupa seu leitor da crueza e crueldade dos torturadores e nem salva seus colegas de expor as suas tolas e irreais ilusões de mudar o mundo.

Antes de começar seus capítulos, falando franca e diretamente ao leitor, ele se preocupa em sempre deixar uma citação de algum pensador ilustre, para embasar e testificar o seu testemunho. Já na introdução ele contesta qual a real necessidade de retomar as memórias daquela vivência marginal, e a resposta para tal indagação é respondido ao longo dos capítulos. Parte do que ele lamenta é ter de enfrentar toda a avalanche de emoções, pela qual ele passa, em silêncio absoluto, sem voz ativa, castrada da possibilidade de contestar seu estado.

A imersão no cotidiano de Tavares é muito fácil de ser estabelecida, pois sua escrita é docemente envolvente, repleta de situações rotineiras que facilitam a identificação, além de demonstrar facilidade do autor em transmitir sentimentos e sensações. Seu sofrimento é passado ao leitor, e um exemplo disto é como Tavares descreve uma tremedeira, não causada pelo frio, mas pela temeridade em repetir os maus agouros que já tinha vivido. Rememorar era exercício de dor e a empatia gerada por seu “relatório” é muitíssimo exitosa em causar desconforto no analista. A temeridade e o medo são tão grandes que qualquer som estranho o faz remeter aos torturantes momentos de cárcere, os quais viveu e dos quais jamais esquecerá, mesmo com o título da publicação – o esquecimento certamente seria um alívio para a mente cansada e para a sua alma aflita. Tais episódios servem de aliterações, nas quais o autor conta, em detalhes desagradáveis e por vezes escatológicos, os meandros de suas estadias na prisão política, assim como os detalhes das sessões de tortura que sofreu. A ideia das torturas, segundo o jornalista, era triturar física e emocionalmente o preso, destruí-lo e chegar muito perto da morte, mas sem alcançá-lo, de um modo que o sujeito envolvido até desejasse que sua vida findasse.

Leia a crítica completa no Vortex Cultural.

site: http://www.vortexcultural.com.br/literatura/resenha-memorias-do-esquecimento-flavio-tavares/
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none 30/03/2018

Quando você pensa que acabou, se dá conta que mal começou.
Leitura que fascina pelo esclarecimento, assusta pela atualidade. Afinal vivemos ainda a caça às bruxas. Não conhecia o autor. Confesso ter me atraído pela leitura graças às frases na contracapa de Saramago e Sábato. Pela referência à Dostoiévski também. Por causa deste livro estou lendo O zero e o infinito do Koestler. O autor ainda nos brinda com poemas e a edição com fotos impactantes ao final da leitura. Sua amizade com gente do exército e as palavras no capítulo final dão conta de uma humanidade ainda remanescente mesmo depois de tudo o que passou. Certos paraquedistas reacionários que visam a presidência e que defendem a tortura se apequenam diante do gesto concreto de amor que é exemplo este livro.
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Toni 18/02/2019

Narrativas sobre a ditadura brasileira não raro questionam a opção nacional pelo apagamento institucional da memória. Flávio Tavares conseguiu sintetizar essa norma em um título aporético que eu lamento muito não poder roubaremprestado para minha tese. Jornalista político do ‘Última hora’, professor da UnB e membro do Movimento de Ação Revolucionária, Tavares foi um dos 15 presos políticos libertados em setembro de 1969 em troca do embaixador dos EUA, Charles Elbrick, sequestrado por uma ação conjunta de integrantes do MR-8 e da Aliança Libertadora Nacional.
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Vencedor do Prêmio Jabuti em 2000 (categoria Reportagem), o relato de Tavares parte de uma inversão temporal: primeiro traz seus anos de prisão, tortura e clandestinidade até os trâmites de sua liberação (incluindo um atentado frustrado pelo trânsito em torno do Maracanã em noite de clássico e as 25 horas algemado em avião da FAB rumo ao exílio). Em seguida, na segunda parte do livro, o jornalista, que trabalhava em Brasília nos idos de março de 64, descreve em detalhes a atmosfera seca “já umedecida de ditadura” da capital federal e o estado policial em plena ebulição. Uma e outra parte são organizadas em capítulos episódicos, divididos, por sua vez, em trechos enumerados que se estendem por apenas duas ou três páginas—expediente que merece atenção porque garante pausas na leitura: nos deixa respirar entre cenas de brutalidade e horror.
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O depoimento de Tavares não é só bem escrito. Traz notas explicativas para não deixar ninguém perdido, e um balanço valioso sobre a resistência armada e o zeitgeist daqueles que lutavam por um país de direito e pela liberdade à oposição (muito mais consistente que o tom condescendente e efusivo de ‘O que é isso, companheiro?’). ‘Memórias do esquecimento’ nos fala do sadismo da tortura, da necessidade de aniquilar o ser humano sem matá-lo, de uma guerra que não chegou a ser guerra, apenas massacre desmedido e atrocidade fora de controle. Mas também fala de idealismo, resistência, esperança. Uma história que continua, há 50 anos, muito perto de nós.
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Valdirene 28/11/2012

verdadeiro
Um relato verdadeiro do modo como a ditadura arruinou pessoas, familias, cidadãos brasileiros da forma mais covarde. E ainda tem gente que acha que na epoca da ditadura era melhor que hoje. Leia esse livro, recomendo.
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Elpidio 08/01/2013

MEMÓRIAS DO ESQUECIMENTO
Um livro emocionante e esclarecedor, sem adjetivos, nem conclusões. Flávio Tavares escreveu suas memórias do cárcere com a angústia de quem sabe que precisou esquecê-las para retomar a sua vida, mas com a certeza de que, ao rememorá-las, descobriu que jamais as esquecerá.
As mil mortes de Flávio Tavares nos deixam a lição de que devemos conhecer e respeitar a história a fim de evitar que esta se repita como farsa.
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And 26/09/2013

Muito Bom
Não só um importante documento histórico, como também um ótimo livro. Sem levar em conta minha visão política sobre ideologias utópicas vividas na época, onde assim como Che, todos os revolucionários sonharam com um mundo novo, mas cederam as falhas humanas, onde os sobreviventes, líderes hoje, aderiram ao avesso.
A luta de Flávio Tavares e o relato de sua sobrevivência é algo que nos deixa estarrecidos, e saber que tudo isso é real nos toma por completo, pedindo as vezes que nos coloquemos em seu lugar para sentir um pouco na pele. Ressalto a primeira estrofe da 4ª parte do cap. Reação Moral.
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Yasmim 03/06/2020

As memórias da ditadura massacram até hoje
Flávio Tavares foi torturado nos tempos mais brandos da ditadura, não chegou a pegar DOI-CODI, e ainda assim são aterrorizantes seus relatos. Passou ainda por um sequestro ao tentar sair do Uruguai, partindo para Argentina (onde estava exilado), local em que também já havia sido instalada a ditadura. São momentos que não podem ser esquecidos na história. Tempos de horror, de controle da liberdade de expressão e política.
Para quem se interessa pela história do Brasil e da ditadura militar é um livro
"O terrível é que nós acostumamos com a violência quando a violência é alheia ou não nós sangra diretamente."
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