Nana 01/03/2024Gostei!Terminado durante a #MLV2024
Já tendo lido outro livro da Marissa Meyer e podendo dizer que conheço sua escrita de mais de uma perspectiva, digo com certeza: ela escreve bem, mas muito. Ela não é daqueles escritores que enche a história de detalhes e cria um universo super complexo, é mais do tipo que narra absolutamente tudo durante todo o tempo em que a história se passa. No outro livro, isso foi um problema para mim pois chegou ao ponto de ficar exaustivo, mas em Cinder, não encarei como algo negativo. Concordo que metade das cenas poderiam ser enxugadas para tornar o livro menor, entretanto, essas cenas “a mais” serviram para dar certa profundidade para a personagem e para a história. E é muito fluído, mesmo tendo quase 500 páginas.
Um defeito claro para mim (que está diretamente relacionado com o fato da Marissa escrever demais) é que o enredo demora para de fato começar. Senti a história evoluindo e finalmente atingindo um objetivo lá pelos 40%, antes disso não tinha certeza qual era o propósito de toda a jornada da Cinder.
Apesar de não ver nada de muito uau no livro, fiquei ansiosa e preocupada com o rumo da história e o que poderia acontecer aos personagens. Me importei com eles, até mesmo com o relacionamento entre a Cinder e o príncipe Kai, apesar de ter achado meio meh no final. Achei fofinho no início e foi me conquistando de leve ao longo da história, mas me decepcionei um pouco com os acontecimentos finais e não sei se devo esperar alguma coisa desses dois nos próximos livros.
Indo para um ponto positivo agora, senti que a Marissa Meyer gosta de arriscar um pouco e não teve medo de infligir dor aos seus personagens (na medida aceitável para um livro young adult, claro). Ela tira coisas dos personagens que realmente doem e farão falta, como tirar a Iko da Cinder e matar o imperador, assim largando um país em crise política nas costas do príncipe que ainda é quase um menino. Não sei quais os objetivos da autora para esses personagens ao decorrer da série, mas consigo enxergar claramente o caráter deles crescendo só com base nos acontecimentos desse primeiro livro.
Pra terminar, saquei o plot twist sobre a Cinder de cara. Achei extremamente óbvio e típico de livros de fantasia, mas dou um crédito por ser um livro de 2011. Quanto aos próximos livros, estou curiosa, sim, mas sinto mais vontade de conhecer os novos personagens do que continuar a história da Cinder. Sinto que essa série tem potencial, mas o tamanho dos livros me desanima um pouco.