Memórias do cárcere

Memórias do cárcere Graciliano Ramos




Resenhas - Memórias do Cárcere


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Dirtyharry82 05/04/2024

Um personagem kafkaniano e o Estado Novo
Memórias do Cárcere, dividido em dois volumes é um misto de denúncia ao caráter ditatorial do regime varguista e ao mesmo tempo, um mergulho na personalidade de Graciliano Ramos durante o seu período de encarceramento.
No primeiro volume, tal qual o personagem kafkaniano de “O Processo”, Ramos descobre-se detido mas desconhece as razões. A partir disto, passa por um périplo de celas, viagens, rostos novos e conhecidos, até chegar a Casa de Correção no Rio de Janeiro. Lá, irá se estabelecer como um observador arguto do ecossistema prisional ao mesmo tempo em que se revela um artista inseguro a respeito do próprio talento, tanto quanto da sua própria condição como ser político.
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Rafa 22/02/2024

Livro baseado no tempo em que Graciliano Ramos passou na prosa. O cárcere de outrora, narrado por Graciliano, não se diferencia muito do cárcere de hoje. Memórias do Cárcere é tão atual que choca. Afinal, vivemos uma ditadura do enclausurado.
Livro muito bom. A leitura é densa, mas muito necessária
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Bruna.Keshino 02/02/2024

Interessante
Achei legal analisar os pensamentos de um escritor brasileiro tão renomado e em períodos tão difíceis da vida, como a prisão. é horrível pensar que uma pessoa tenha passado isso ao longo da vida e simultaneamente mantenha seu caráter e humildade. me surpreendeu, mas no final achei um pouco monótono
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Felipe 27/07/2023

Graciliano foi único na história brasileira. Não é apenas um livro sobre o tour de prisões que culminou no Rio de Janeiro. É sobre a visão de um homem absurdamente analítico (e paradoxalmente um bruto sensível) tendo contato com figuras das mais variadas. A forma que Graciliano utiliza é a única possível para esse relato. Mergulha-se no cimento.
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nery20 26/06/2023

Anacronismo
Quando lemos um livro levamos em consideração muita coisa. Além das informações contidas nele, há também nossos julgamentos, nossas vivências, nossas crenças. Nesse clássico da literatura nacional, me peguei em alguns momentos torcendo o nariz para algumas expressões que julgo racistas e homofóbicas do autor. Entendo também que não cabe anacronismo nessas situações, todavia não tem como não ter um incômodo em relação a esses temas.
Quanto ao assunto principal do livro, apesar do autor ser muito cabrunco em relação a sua autoimagem e a sobre sua escrita, ele descreve com riquezas de detalhes os diversos tipos de cárceres que passou, mostrando uma realidade das cadeias, durante o golpe militar, que a imprensa da época não reportava. Por ser um livro escrito há bastante tempo, a língua portuguesa também era muito rebuscada, fazendo assim me perder um pouco em alguns momentos.
Ele é um retrato histórico e bem datado de um Brasil arcaico e tirano com seus presos. Talvez não seja muito diferente dos dias atuais.
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Moana Souza 25/05/2023

Ainda atual
O livro Memórias do Cárcere é uma previsão dos longos anos de ditadura que estariam por vir, como também relato em primeira mão, feito por um dos melhores escritores brasileiros, sobre o sistema carcerário, desafasado e desigual ao extremo. Através da narrativa realizada por Graciliano Ramos, vemos a barbárie imposta por um Estado corrupto e violento.
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André Vedder 15/05/2023

Mais do que apenas memórias...
Graciliano transforma um relato de seus 10 meses presos em literatura da mais alta qualidade. Com uma escrita ímpar, que nos faz recorrer ao dicionário frequentemente, o autor consegue descrever seus sentimentos e detalhar todas as agruras sofridas em uma narrativa que nos leva para dentro de sua cabeça.
Mais do que apenas memórias de um tempo sombrio, Graciliano nos brinda com um tratado sobre a psicologia humana e sua volubilidade perante situações adversas.

"As conveniências de um grupo social conduzem às vezes um indivíduo a sacrifícios."

"Precisamos viver no inferno, mergulhar nos subterrâneos sociais, para avaliar ações que não poderíamos entender aqui em cima. Dar de beber a quem tem sede. Bem. Mas como exercer na vida comum essa obra de misericórdia?"

"Às vezes não queremos saber se nos comportamos bem ou mal; procedemos assim por não nos ser possível proceder de outra maneira; a violência animal nos impele e domina."

"Éramos frangalhos; éramos fontes secas; éramos desgraçados egoísmos cheios de pavor. Tinham-nos reduzido a isso. Qual a razão daquela ferocidade?"

“O temor às vezes nos leva a temeridades, empresta às nossas ações aparência falsa de coragem.”

“Impossível conceber o sofrimento alheio se não sofremos.”

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Ana 19/01/2023

primeiro livro de Graciliano que li. É uma autobiografia muito boa, com riqueza de detalhe nos capítulos e fatos que deixam o nosso estômago embrulhar mas que é a realidade nas prisões do Brasil.
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kel59 05/12/2022

Foi difícil essa leitura. Me perdi em tantos momentos...
Mas essa autobiografia é sensacional. O livro é tão bem detalhado, ele expõe mesmo a perversidade do sistema carcerário e escreve isso duma maneira tão clara. Não vou negar que é complexa essa psicologia de Graciliano. Também não vou negar que facilita muito o livro ser rico em detalhes. Tá aí um clássico que todo mundo devia ler.
Correspondeu a todas as minhas expectativas!
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Patrick 24/10/2022

Acusado sem prova alguma e da forma mais sem vergonha, Graciliano é preso por ser "comunista". Daí seu pesadelos começam, obrigado a passar por situações desumanas foi nos porões do navio Manaus onde junto a outros presos políticos, se viu forçado a viver em condições insalubres e desumanas em meio a fezes, urinas e sob uma pouca circulação de ar, e uma predominância do cheiro de amoníaco e uma grande falta de água. Este é o primeiro volume donde Graciliano narra suas desventuras em uma época bastante controvérsia e conturbada.
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Athenna 09/09/2022

Precisei ler para peça da escola e considero um livro e tanto, escritos de dores e uma realidade difícil vividas por Graciliano. Acredito que todos deveriam ler.
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Elizabeth 30/06/2022

Dor
O livro me faz lembrar que não podemos esquecer de ler sobre nossa história. Para não repetir. Sempre pesquisar antes de dar opinião.
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Daisy 08/06/2022

👎Racismo e homofobia
🔵 Meu primeiro contato com Graciliano Ramos foi no Ensino Médio com “São Bernardo” (1934). Muitos anos depois li o mais famoso dos seus livros, “Vidas Secas” (1938). Dessas leituras, ficou a memória de uma excelente escrita, o que me fez, em 2021, escolher “Memórias do Cárcere” (1953) para leitura de um clássico nacional e que, “de quebra”, abordava um assunto que buscava conhecer mais: a Ditadura Vargas. O resultado foi decepcionante. As curiosidades históricas ficaram em segundo plano quando me deparei com sucessivos comentários racistas e homofóbicos ao longo das mais 700 páginas do livro. Inicialmente, cogitei abandonar a leitura, mas tomei a decisão de continuar após identificar, em uma rápida pesquisa na internet, que não havia uma análise da obra que destacasse como os negros e os homossexuais são retratados pelo escritor.

🔴 Eis um dos trechos racistas: “Atazanavam-me as brincadeiras dela, expostas ao negrinho descarado, horrivelmente feio. Uma espécie de macaco, e às vezes me espantava de que o mostrengo pudesse falar. A cabeça era uma insignificância, os dedos curtos e nodosos mexiam-se como se estivesse a manejar o revólver nas matas de Piraí. Um bicho. (...) A figura simiesca irritava-me. (...) – Como diabo se interessa você por um bicho como esse? Nise continuava a rir, a atacar-me. E Pai João andava em roda, aos pulinhos, rombo e torpe, a grunhir, repetindo as palavras: Furtou, furtou. Uma vez não me contive: -Sabe que não gosto dessas intimidades? – Hem, fungou o animal, desfranzindo o riso parvo”.
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Liu 09/02/2022

Cárcere
A leitura dessa obra de Graciliano foi feita em paralelo com uma dissertação sobre o massacre do Carandiru e os produtos culturais advindos, em especial o livro do médico Dráuzio Varela. Está evidente que o tema encarceramento é algo que aguça leitores.

Graciliano sofreu uma prisão arbitrária. Trata-se de um livro que emociona e gera repulsa aos governos ditatoriais, ao perceber a forma como homens e mulheres foram tratados por divergir politicamente do regime. As condições em que Graciliano e demais presos(as) viviam eram subumanas, lamentáveis, em especial, na Casa Correcional.

Livro de leitura extensa, com algumas ideias do autor que geram desconforto por carregarem certo tom racista. Mas, muito interessante para percebermos como a arbitrariedade é algo repugnante. Em nenhum momento, o escritor pôde saber porque estava sendo preso. Apenas sobre si pairava a suspeita de estar sendo considerado pelo governo como comunista, o que até então, não era algo afirmado pelo autor.
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