Nathy Bells 02/08/2013
Quem dera todas as biografias fossem escritas da maneira suave e encantadora como a de Pablo Neruda.
Neftalí, um menino adoentado filho de ferroviário, orfão de mãe, que passa a boa parte do tempo viajando em um mundo paralelo onde formas, seres, e letras ganham vida fazendo companhia durante os dias que fica de cama e até mesmo quando vai a escola.
Seu pai é rígido e não aceita que seus filhos cresçam com sonhos triviais, todos eles serão médicos, administradores... reprimindo qualquer ato que os levem para outro caminho.
Boa parte da narrativa é sobre a infância de Neftalí e as discussões com o pai para conseguir escrever o que sentia e via para as outras pessoas lerem. Esse episódios somados a seus sonhos fazem com que ele enfrente seu medo do pai e já ajudar o tio no jornal local, e alguns anos depois entre na faculdade e escreva para um jornal maior.
Quando comecei a ler o livro e vi que o menino simples e sonhador chamava-se Neftalí e não Pablo, fiquei meio confusa mas logo aceitei a ideia de que a autora usou outro nome para brincar mais com a vida do escritor. Foi uma grande super saber que na verdade Neftalí era o verdadeiro nome de Pablo e que ele mudou seu nome ainda na adolescência para poder publicar seus poemas sem que seu pai soubesse.
Pablo não escreveu seus poemas apenas para os intelectuais, eram para todos que estivem de coração e ouvidos abertos para sentir o que suas palavras expressavam...
O sonhador é uma leitura rápida, fácil e prazerosa que nos faz ver por um anglo mais juvenil história de um poeta consagrado.
"... suas asas batendo com o mesmo pulso, os corações dispostos a sentir tudo que pudessem sonhar." (Pág. 200)