Contos da Cantuária

Contos da Cantuária Geoffrey Chaucer




Resenhas - Os Contos de Cantuária


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Paulo 23/09/2021

Trilha para Cantuária
Assim como outra resenha que vi escrita aqui por um leitor sobre esse livro, me arrependo de não ter lido Contos da Cantuária antes.

Em resumo, esta obra de Chaucer escrita em versos trata de uma interessante viagem em época medieval de um grupo de peregrinos que por devoção segue até Cantuária, cidade ao sul da Inglaterra a cerca de 90km de Londres. Instigados pelo taverneiro que os hospedou a todos, os membros dessa romaria contam contos que outrora ouviram, leram ou presenciaram, a fim de entreter a trilha da viagem. As histórias em geral têm um cunho moral ou religioso do período medievo, e de quase todas pode-se tirar uma “lição” diferente; o assunto das histórias, contudo, em sua maioria são mulheres - assunto que permeia todo o livro praticamente e que deve ser lido com atenção, por se tratar de uma época distante com costumes diversos aos nossos.

Da última vez que me vi assim preso em um livro de contos foi no livro das Mil e Uma Noites, com histórias insólitas que me fizeram imaginar o mundo árabe da época. Aqui o mesmo aconteceu, os contos e as personagens me fizeram ter imagens de como era, ou poderia ser, aquela Inglaterra do fim da Idade Média. Os contos revelavam costumes, pensamentos, comportamentos, superstições e crenças da época que muito me interessaram em ler; além disso, a riqueza de personagens contribuiu muito para montar esse quadro social - aqui temos um grande grupo de peregrinos composto por beatos, pecadores assumidos, fazendeiro, cozinheiro, magistrado, comerciante, cavalheiro e escudeiro, alquimista, viúva de cinco maridos etc., ou seja, um vasto espectro de pessoas que o autor da obra certamente deve ter observado na época em que viveu até morrer no ano de 1400. Para mim, esse foi meu maior benefício em ler este livro: a viagem.

Também a forma como cada personagem conta a história é curiosa e mostra uma invejável habilidade do autor em criar personalidades que falassem por si mesmos. Até mesmo me surpreendi ao saber, em artigo escrito por Harold Bloom no fim do livro, que dois dos personagens dos Contos da Cantuária inspiraram W. Shakespeare.

Gostei dessa edição do livro, que traduziu a obra original do inglês antigo para o inglês moderno e dele para o português. A leitura foi fluida e repleta de notas explicativas para termos comuns da época que certamente não entenderíamos sem uma explicação.
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Carlos Nunes 19/04/2022

Um retrato da sociedade medieval inglesa
Sempre tive um pouco de receio de ler essa obra, principalmente porque a tinha como um grande poema erótico-satírico de difícil compreensão. E acabei me deparando com uma obra satírica sim, em sua maior parte, mas engraçadíssima, de fácil leitura e que como nenhuma outra nos dá um panorama inigualável da sociedade medieval inglesa, com suas classes, profissões e características como linguagem e costumes, relatando histórias e vivências típicas do seu cotidiano, enquanto participam de uma peregrinação ao santuário de São Tomás Beckett. São contos de traição, de trapaça, de cunho moral, religioso, enfim, tem para todos os gostos. Infelizmente inacabada, esse é um livro delicioso de se ler, que mostra toda a erudição do Chaucer, mas principalmente sua extrema capacidade literária, ao colocar tantas histórias, com temáticas bem diferentes, e com formas e linguajar também característicos de cada viajante, mas tudo em forma de poema. Destaque para os contos do Vendedor de Indulgências e da Mulher de Bath. Uma obra inigualável!
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Max Rodrigues 19/08/2016

Um dos meus favoritos e uma das mais belas obras da literatura.
Ah! se arrependimento matasse. Felizmente, não mata. E nesse sentido devo concordar com Chesterton (1874-1936) quando diz que “o suicida insulta a todos os objetos da terra ao não furtá-los. Ele conspurca cada flor ao recusar-se a viver por ela”, pois é bem verdade. Morrer, muito embora haja a glória eterna, deve ser somente quando nos for “permitido”, afinal de contas há tanta beleza neste mundo, não obstante toda fealdade, que é mesmo um crime encurtar a própria vida.

Por arrependimento quero falar sobre os dois anos que demorei a começar a ler este monumento da Literatura que é a obra “Os Contos de Canterbury” de Geogfrey Chaucer (1343-1400).
Palavras faltam para descrever tal grandeza de beleza, moralidade e justiça que é e contém nessa obra, cujo um trecho específico deixo aqui para mostrar o que difere um clássico de um desses livros de tantos e quantos volumem que não resistem a uma semana, qual seja:

“E agora quero contar-lhes a respeito de meu quinto marido... não permita Deus que sua alma se dane, apesar de ter sido o mais duro de todos. Acho que até o dia de minha morte vou sentir as pancadas que me deu em cada uma das costelas. Mas era tão animado e fogoso na cama, e sabia ser tão atraente quando deseja a minha ‘belle chose’, que ainda que tivesse acabado de quebrar-me os ossos um a um, imediatamente reconquistava o meu amor. Acho que eu gostava mais dele porque era o que me tratava com maior desdém. Se não minto, nessa questão nós mulheres nos guiamos por uma fantasia caprichosa: ficamos o dia inteiro a implorar e a cobiçar tudo aquilo que não está facilmente a nosso alcance. Proíbam-nos uma coisa, e nós choramos por ela; fugimos dela, no entanto, quando nos é ofertada. É com pouco-caso que expomos nossa mercadoria: os preços altos estimulam a procura, e ninguém dá valor ao que é barato. Toda mulher inteligente sabe disso.” – O Conto da Mulher de Bath

Eis apenas uma amostra do tanto de sabedoria que preenche as páginas desse livro.

Assim, não faça como eu, comece a ler esta que é uma das maiores obras já produzidas pela mão do homem, já!
Ariana.Cunha 18/01/2017minha estante
Adorei seu texto... Ansiosa para ler essa obra!!


Max Rodrigues 16/02/2017minha estante
Que bom, Adriana fico feliz. Comenta depois, também, é bom ver as impressões de outras pessoas.


Ariana.Cunha 16/02/2017minha estante
Olá! Claro! Assim que eu lê-lo, deixarei minhas impressões...




Gualberto.Junior 07/07/2023

Eu no meio dessa romaria
Os contos de Canterbury nos apresenta um mosaico da sociedade inglês do século XIV. Cada conto destaca os tipos e as questões com que a gente daquela época e lugar tinham com que lidar. Os contos são cheios de ironia e sátiras denunciando os vícios e fraquezas presentes no caráter de muitas personagens e também as suas virtudes. Os contos as vezes são hilários e outros são bem sóbrios. Uma maravilha de leitura.
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Mariane 16/01/2022

Mal começou o ano e já temos livro novo na lista de melhores livros! A primeira leitura do ano é esse clássico da literatura inglesa, que em muitos aspectos é similar ao Decamerão. Aqui também temos histórias contadas bem no estilo medieval, dessa vez por pessoas que estão peregrinando até Canterbury. Essa edição é maravilhosa, com várias notas e é bilíngue. A única coisa que me deixou triste foi o fato da tradução ser em prosa, enquanto que o texto original é poesia. Mas o tradutor deixou super claro o motivo da sua escolha e eu entendo as implicações de se traduzir um poema. Realmente é um grande livro, recomendo sem medo!
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Brito 10/03/2022

Os contos de Cantuária - Chaucer
Um dos livros que, segundo dizem, contribuiu para a consolidação da catedral da Língua Inglesa, o que não é de somenos. Mas, para além disso, é uma obra extremamente dinâmica, fluida, capaz de se apropriar de determinados caracteres humanos na sua singularidade e mostrá-los. E essas personagens ficaram para sempre na história da literatura por elas mesmas, mas também porque têm sido reformuladas, pensadas e repensadas pela literatura, até por Shakespeare com Falstaff, mas não só.
O que mais apreciei neste livro - embora acredite ele tenha facetas ainda mais impressionantes -, foram as histórias e a forma formidavelmente livre como foram contadas. Se algumas são embelezadas, outras são uma espécie de entranhas em cima da mesa, alguém que se diz na literatura, e aí sem dúvida as histórias da mulher de Bath e do vendedor de indulgências são paradigmáticas disto que digo porque expõem de uma forma tão brutal como um terramoto as entranhas. Chaucer consegue este desiderato interessante que é levar a que as personagens se contem ao contarem as histórias mostrem não só a sua época, costumes, cultura, mas também que cada um se diga e se mostre na singularidade da sua classe social, da sua diferença.
E aqui está mais do que presente a forma como as mulheres eram vistas, a forma como as mulheres se viam a si próprias, o que se esperava do seu comportamento, e os juízos de valor contínuos sobre o seu comportamento. E sobretudo, provavelmente estarei errado, mas fico com a suspeita que esta obsessão pelo comportamento das mulheres representa, mais do que uma realidade, a insegurança e o medo dos homens. Medo e insegurança que os faz exigirem às mulheres – se puderem - uma submissão verdadeiramente abjecta. E isso é visível nestes contos em que dá ideia que estão presentes sempre dois tipos de mulheres lado a lado, a submissa a um ponto execrável e que por isso é considerada a virtude em pessoa e a libertina. Na verdade há uma terceira que, por pior que possa parecer, traz uma espécie de ar livre e complexidade à vida que é a mulher de Bath que, evidentemente, estando do lado das libertinas tem uma auto consciência, autonomia e independência que os outros dois tipos apresentados em momento nenhum alcançam, o que a torna diferente desses tipos. É como se pegasse nas formas com que o mundo a fez e não só as assumisse, mas exigisse viver autonomamente dessa maneira, como se fizesse da prisão onde a queriam meter a matéria da sua liberdade.
A história em si é simples, trata-se de peregrinos que vão em peregrinação desde Southwark, em Londres, à Catedral de Cantuária para visitar o túmulo de São Thomas Becket. É-lhes proposto por um estalajadeiro que cada um conte dois contos durante a viagem para lá e outros dois contos à vinda. Aquele que for considerado o contador da melhor história ganhará um jantar. Chaucer morreu sem conseguir completar todos os contos.
O grupo de peregrinos é constituído de forma a representar a sociedade da altura, ou pelo menos uma parte substancial, entre outros, cozinheiro, escudeiro, estudante, mercador, vendedor de indulgências, jurista, marinheiro, prioresa, monge, capelão, médico, vendedor de indulgências, mulher de Bath, frade mendicante, oficial de justiça, criado do cónego, provedor, etc.
Um livro para ler e reler.
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ricardo marçal 11/05/2021

Integração total entre o "que se quer dizer" e o "como". Psicologias tão bem delineadas, verossímeis e até extraordinárias justificam a expressão "larger than life" com que Harold Bloom descreve personagens como a Mulher de Bath - legítima antecessora do Falstaff de Shakespeare. Tudo isso num livro que faz rir litros. Transbordante de vida, merece peregrinação periódica: releituras.
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Nathaniel.Figueire 19/07/2022

A maior parte do texto é uma leitura simplesmente chata
A edição da Penguin/Cia das Letras é boa (essa capa com a arte do Joan Cornella é muito legal e a ver com o livro!). O texto introdutório ajuda na leitura e a tradução parece ter sido feita com bastante carinho.

Li porque ando interessado em coisas do final da Idade Média. A proposta do autor é realmente interessante: fazer dessa "caravana" até a Cantuária um retrato social da Inglaterra do século XIV e dar um motivo narrativo para a reunião de contos de diferentes temáticas (que ele escreveu ao longo de décadas). Há histórias bem legais, como a do Vendedor de Indulgências e outras mais escatológicas. Porém, a maioria é tomada de um pieguismo religioso que cansa demais na leitura.

Logo, eu entendo sim os motivos do porque não gostei do livro: o excesso de religiosidade é algo esperado vindo de um cortesão do século XIV. Minha nota baixa é pelo motivo de que 75% da leitura pelo menos foi cansativa demais, sem nenhum prazer. Quase abandonei várias vezes.

Não adianta o chato do Harold Bloom no final do livro me fazer quinhentas mil louvacações ao Chaucer (tudo no fim para falar de Shakespeare e Janes Austen, os xodós dele, tudo no mundo é para explicar esses dois segundo o crítico... que conhece a figura, sabe). O fato de ser "canônico" e importante para questões como desenvolvimento interno de personagens (que na verdade tem mais a ver coma tese geral do Bloom do que com a dinâmica da literatura em si...) não muda o fato que a maior parte dos contos é simplesmente... chata.

Vale como documento histórico, agora como algo para dar prazer na leitura, comigo, pelo menos, não rolou.
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Luiz Pereira Júnior 21/01/2024

Olhando-se no espelho...
Se uma rosa é uma rosa é uma rosa, um clássico é um clássico é um clássico...

Durante séculos, muito já foi escrito sobre “Os contos de Cantuária”, de Geoffrey Chaucer, sendo possível encontrar milhares de resumos e milhões de páginas (tanto físicas quanto virtuais) sobre essa que é uma das mais importantes obras da literatura universal. Então, serei breve. Mas antes um aviso: li a edição da T. E. Queiroz, em prosa.

“Os contos de Cantuária” pode ser resumido assim: um grupo de peregrinos se encontra em uma taberna. O Estalajadeiro decide seguir com eles e oferece como prêmio um jantar para quem contar a melhor história durante o percurso, sob a condição de que ele será o único juiz, não aceitando quaisquer reclamações.

Assim, cada personagem conta uma história, de acordo com seu estrato social, com a sua visão de mundo e com o gênero ao qual pertence. Os personagens são arquétipos de um microcosmo representando toda (ou grande parte) da sociedade feudal (mas muito do que foi escrito muitas vezes alcança o universalismo e a atemporalidade). O Cavaleiro, o Moleiro, o Feitor, o Cozinheiro, o Magistrado, o Homem-do-Mar, a Prioresa, o Monge, o Padre da Freira, a Mulher de Bath, o Frade, o Beleguim, o Estudante, o Mercador, o Escudeiro, o Proprietário de Terras, o Médico, o Vendedor de Indulgências, a Outra Freira, o Criado do Cônego, o Provedor, o Pároco e o próprio Chaucer, cada um conta uma história, a seu próprio jeito, mas seguindo basicamente o mesmo padrão culto de linguagem (em que pesem as obscenidades e termos chulos de alguns personagens).

Diga-se também que em todos os contos sempre há citações e/ou narrações de outros autores, principalmente bíblicos, mitológicos e clássicos, como uma forma de dar embasamento à história narrada pelo personagem da vez. E essas justificativas acabam se entrelaçando às narrativas de uns e outros personagens, quando uma figura bíblica, por exemplo, é citada em um conto, sendo citada mais adiante em dois ou três contos para justificar a mesma ação de outra(s) personagem(ns).

A maioria dos contos versa sobre o casamento e as conflitantes relações entre os sexos (ou os gêneros, se preferir), tornando um caráter misógino em várias das histórias narradas, mas é bom lembrar que não se pode exigir o pensamento atual para personagens que são o retrato do pensamento de séculos atrás.

O mesmo acima dito se pode dizer em relação ao aspecto religioso, que permeia todos os contos. A religião é vista tanto como forma de corrupção quanto de redenção do ser humano (e isso já diz muito da época em que o livro foi escrito).

Lembrando “O Decameron”, de Giovanni Boccaccio, temos histórias que buscam o sublime (o do Cavaleiro), mas também textos francamente obscenos (o do Moleiro, cujos versos finais foram ditos por Amy em um dos episódios da série “Big Bang Theory”), porém o destaque, a meu ver, é o da “Mulher de Bath”, surpreendentemente atual em sua luta pelos direitos das mulheres.

Vale a pena e muito ler “Os Contos de Cantuária”, de Geoffrey Chaucer, mas não espere uma leitura fofa, pois requer atenção, concentração e até mesmo um certo espanto diante de muita coisa que não existe mais. Mas o que é pior é que muito do que existia naquela época continua a existir do mesmo jeito nos dias de hoje...
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João 08/06/2020

Os Contos de Canterbury – Geoffrey Chaucer.

Estima-se que os “Contos” tenham sido escritos entre os anos de 1386 e 1400. Dada a época na qual foram redigidos, os textos naturalmente oferecem um formidável espectro da cultura medieval.

O poeta inglês, Geoffrey Chaucer, é autor de vasta obra literária, sobretudo de elegias (poemas líricos). Porém, com a criação dos "The Canterbury’s Tales" o poeta se consagrou como o “pai da literatura inglesa”. Antes de Chaucer, a literatura consumida na Inglaterra era quase toda redigida em francês ou em latim. Portanto, deve ser creditada a Chaucer a criação das primeiras obras em língua inglesa a nível de literatura universal. Não à toa, Chaucer teve forte influência sobre os poetas ingleses, inclusive Shakespeare. Ademais, foi considerado pelo crítico literário Harold Bloom como um dos cem maiores gênios criativos da literatura universal de todos os tempos.

Em “Os Contos de Canterbury” temos uma coletânea de histórias assentada numa estrutura narrativa que garante fluidez e oralidade aos textos. Tudo se passa quando vários peregrinos que se dirigem ao Santuário de São Tomás Beckett, localizado na Cidade de Canterbury, param a meio caminho para se hospedar numa estalagem à beira da estrada. Ali, sem nunca terem se conhecido antes, os peregrinos confraternizam uns com os outros e combinam, conforme proposto pelo dono da hospedaria, de partirem juntos no dia seguinte rumo ao Santuário de Canterbury, sendo que cada um deverá contar uma história durante o trajeto para entreter a comitiva.

Daí surgem os “Contos”, cada qual narrado por algum “representante” da estrutura social daquela época (o cavaleiro, o senhor de terras, o escudeiro, o frade, o médico etc.).
Nota-se logo que a estrutura narrativa se assemelha ao “Decamerão” escrito por Giovanni Boccaccio entre 1348 e 1353, onde as cem novelas são contadas por dez pessoas diferentes, cada qual responsável por narrar dez histórias.

Os “Contos” possuem diferentes temáticas, todas muito caras à sociedade e à cultura da época. Assim são recorrentes os temas do matrimônio, da castidade, do temor à Deus, da honestidade etc. Mas nem por isso os textos podem ser considerados datados. Obviamente, as questões morais e éticas que governam os “Contos” transcendem quaisquer limites temporais ou espaciais, inspirando agradáveis reflexões ao leitor. Aliás, todos os textos são fontes férteis de ensinamentos deixados pelos autores antigos (Sêneca, Ovídio, Tito Livio, Catão, Santo Agostinho, os Evangelistas etc), todos citados fartamente por Chaucer.

Por fim, os “Contos” são fortemente valorizados pela fluência e pela oralidade neles empregados, capazes de fazer o leitor imergir em uma agradável “contação de histórias”. São, ademais, histórias bem-humoradas, de significativo valor moral, e que oferecem uma bela visão do arranjo social e cultural do medievo, com suas idiossincrasias, crenças e ciências (astrologia, alquimia etc).

Vale anotar que os “Contos” possuem certa heterogeneidade, não só no que diz respeito à temática de fundo, mas ao gênero literário com o qual flertam. Assim é que alguns podem ser qualificados como ‘fábulas’, outros como verdadeiros ‘tratados morais’, mas todos fortemente marcados pela oralidade, pelo entretenimento e pela referência literária aos antigos escritores (incluindo as Sagradas Escrituras).

A primorosa edição dos “Contos” pela editora 34, com tradução de Paulo Vizioli, deve ser lida e relida.

É o tipo de leitura que anima, ensina, envolve e permite a transcendência.

Recomendo fortemente.

Boas leituras!




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Loba Literária 02/06/2022

Pra ler de pouco em pouco, senão cansa. Um livro bom, ainda que algumas histórias tenham sido melhores que outras (Mulher de Bath superior a todos kk)
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Victor.mcrv 27/12/2021

Longo e cansativo
Acho que não estava preparado para o livro, alguns contos foram ótimos mas outros foram maçantes, voei em alguns enquanto me atolei em outros, foi uns dos livros que mais demorei para ler.
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