O Último Apócrifo

O Último Apócrifo Daniel Brandão



Resenhas - O Último Apócrifo


1 encontrados | exibindo 1 a 1


Lina DC 14/09/2013

"O último Apócrifo" é um livro com uma trama complexa, bem desenvolvida e que prende o leitor. Os capítulos iniciais são densos, pois alternam entre si com a apresentação de diversos personagens, como o Padre Olegário, Izacael, um anjo caído, Crowley um anjo caído que tem um passado obscuro e um papel importante no equilíbrio entre o bem e o mal, um advogado de defesa de criminosos de colarinho branco, o Elias de Grande, a banda Anões e Leões, em especial Joe, Alice, Rogério, Raquel e tantos outros compõem a trama. São tantos personagens com profissões e papéis tão desconexos que no início da leitura o leitor fica sobrecarregado. Porém, é ao avançar da trama que seus caminhos vão se cruzando e descobrimos que nada ocorre por acaso e que cada um deles é uma peça nesse enigmático quebra-cabeça.
Após esse início mais arrastado, o leitor fica preso em uma batalha e tanto e descobre que o Céu não é tão certinho e nem todos os habitantes do Inferno são tão malvados.

"A Casa dos Saberes era, além de biblioteca celestial, um templo aonde os anjos vinham exclusivamente orar por sabedoria. Alguns pensavam que apenas se ajoelhando e pedindo por conhecimentos ficariam mais inteligentes, mas a verdade era igual à dos mortais: teriam de enfiar a cara nos livros para aprenderem mais alguma coisa". (p. 28)

Essa falta de separação entre os bons e os maus é um dos pontos positivos do livro, pois é necessário avaliar o indivíduo e não sua espécie: humano, anjo, demônio.
Crowley sem dúvida é o personagem que se destaca, mesmo em cenas em que deveria ser coadjuvante: sarcástico, de pavio curto e muito inteligente, é impossível não querer saber o que ele vai aprontar em seguida.
Izacael é o personagem que leva o leitor a refletir. Refletir sobre a humanidade, o existencialismo, o bem x o mal.

Para os fãs do gênero, "O último Apócrifo" é uma leitura essencial. O escritor Daniel Brandão surpreende de modo muito positivo o leitor com a sua escrita fluida, dinâmica e com a sua capacidade em elaborar um livro cheio de detalhes inusitados.
O final deixa o leitor suspenso, curioso para saber o que irá acontecer em seguida.
O livro não trata apenas da batalha entre o bem e o mal, mas também fala do comportamento humano, seus atos e suas preocupações com bens materiais.

"Todas as coisas são para serem discutidas. Religião, política e futebol. Todas. Deve existir uma razão, a mais sem sentido e sem noção, mas deve existir uma. Sempre existe". (p. 416)

Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. Encontrei uns dois errinhos de digitação, mas nada que interferisse na leitura. A capa chama a atenção e é totalmente relacionada ao tema do livro.

"Sete é o número da perfeição. Sete são os dias da semana. Sete são as cores do arco-íris. Sete são os algarismos romanos. Sete são os mares; sete são as notas musicais; sete são as virtudes; bem como os pecados capitais. No começo e no fim o número sete é citado. Assim sendo, sete também é o número de arcanjos que habitam a presença de Deus". (p. 13)
comentários(0)comente



1 encontrados | exibindo 1 a 1


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR