Renata 20/06/2013
Alento para a alma!
Terminei o livro há algum tempo, mas não podia deixar de registrar a impressão sobre o mesmo.
Nas vezes em que um livro não é só um livro, mas uma inspiração para a vida, fica aquela dúvida sobre como a autora se inspirou para desenvolver a obra.
Não é difícil dissecar o casal principal, Cathryn Deen e Thomas Mitternich, porque já no início do livro, o leitor tem um bom raio-x de suas personalidades, manias e fobias: Cathryn é uma atriz que pautou toda sua vida na sua beleza, na imagem, na impressão que os outros têm de si mesma, e na importância que despende com a opinião dos outros sobre a artista. A impressão é de que a personagem será mesquinha e artificial, mas após o acidente que a deixa física e parcialmente marcada, pronta para o suicídio, o leitor irá se deliciar ao descobrir uma personagem forte, bondosa, sentimental e extremamente maternal. Thomas é um sobrevivente, uma cria da tragédia de 11 de setembro de 2.001. Perdeu esposa e filho naquele ato terrorista, e assim como Cathryn, vem juntando forças para cometer suicídio. Essa junção de desajustados resulta num romance poético, alentador, capaz de fazer com que os personagens perdoem seus pares, e o mais importante, perdoem a si mesmos.
Os personagens secundários nem mereciam serem chamados assim, porque cada um deles- Delta (a dona do café- prepare-se para se apaixonar por ela!), Pike (o marido dela), o filho deles, o juiz da comunidade, sua esposa, Santa (o irmão de Pike, plantador de cannabis sativa), e as irmãs Cora e Ivy (maravilhosas garotinhas de 07 e 12 anos, respectivamente), viveram um fato trágico, triste, em suas vidas, e no entanto se mostram fortes, felizes e apaixonantes.
A leitura faz com que fiquemos o tempo todo questionando: se fosse eu, será que também perdoaria? Será que sobreviveria? Será que aceitaria?
Apesar de tudo o livro não é triste, as tragédias sofridas por alguns personagens é que são. Eu poderia apenas dizer que foi uma leitura mais que empolgante, simplesmente divina, obrigatória mesmo, e que cheguei a rir muuuito algumas vezes (o bode Banger deveria ser estrela no Saturday Night Live), mas então estaria subestimando a força e coragem dos personagens, e a ideia primal que a Deborah Smith deixa a todos os seus fãs: os fracos não fazem história!