As virgens suicidas

As virgens suicidas Jeffrey Eugenides




Resenhas - As Virgens Suicidas


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Cybelle 10/05/2011

Pós graduação em melancolia
Quando este livro caiu pela primeira vez em minhas mãos custou uma tarde, uma noite, metade de uma madrugada e uma manhã de férias escolares para que eu chegasse à última página. Assim como o narrador, eu também não conseguia tirar as garotas Lisbon da cabeça.

Dividimos o calor do mês de julho, o tédio de passar dias dentro de casa, a ânsia de achar que não está vivendo e a raiva de saber que isso ocorre por motivos alheios à nossa vontade. Eu também me senti muito próxima daquelas garotas mas algumas páginas depois elas desaparecem sem deixarem sequer um bilhete de despedida.

Assim, representam tudo que acaba rápido demais: um amor, aquele concurso para o qual você estudou muito e sabia que iria passar mas na véspera da prova é acometido por uma gripe horrível, os últimos minutos de uma maratona que nem acreditamos estar vencendo mas aí tem aquela pedra no caminho, que acaba com tudo, um acidente de carro fatal, os anos que passam sem que a gente perceba, a angústia de tudo que não conseguimos concluir e as partes do mundo que nunca conheceremos.

Foram esses os sentimentos que eu compartilhei com os meninos que conheceram as Lisbon. Nós lemos trechos de seus diários, ouvimos as músicas que elas ouviam, sentimos o cheiro dos quartos onde elas dormiam e quase fomos amantes. Mas então elas morreram e nunca poderemos saber mais do que isso.

Não é por acaso que guardo Virgens Suicidas ao lado do álbum de família.
tetê 02/12/2011minha estante
nossa, exatamente o que eu senti, eu li nas féria tambem. me sentia sozinha, sabe angustia adolescente, e uma incrível vontade de compartilhar minhas tristesas com as lisbon, de ajudar elas...


Bruna 17/07/2012minha estante
Me identifiquei demais com essa parte "Dividimos o calor do mês de julho, o tédio de passar dias dentro de casa, a ânsia de achar que não está vivendo e a raiva de saber que isso ocorre por motivos alheios à nossa vontade." ahaha exatamente o que estou passando agora.
Não li o livro ainda, só vi o filme.. mas vai entrar pra lista de proximas compras =)


Daniel 25/10/2012minha estante
Não é por acaso que seu comentário está no topo...

O que eu achei mais incrível foi como um livro que já entrega no próprio título o enredo e o desfecho (o suicídio das garotas) consegue manter o interesse do leitor até sua última linha!

E como a beleza causa estragos indeléveis no tão impressionável coração adolescente...


Alba.Batista 04/05/2015minha estante
Não acho forma melhor de descrever meus sentimentos com relação a este livro!!!


Elaine 30/05/2015minha estante
Muito delicado colocar o livro junto aos álbuns de família! Foi o tema de meu TCC - na psicologia Junguiana! São inesquecíveis - O Filme de Sofia Copolla é brilhante.


Gustavo 07/09/2015minha estante
Eu amei a sua "resenha"!. Me fez sentir de uma maneira estranha.
A gente vive nossas vidas e fazemos planos para quando formos velhinhos, mas nem sempre isso acontece. As vezes nosso tempo, ou o tempo de alguém que amamos acaba de uma hora para a outra, e não podemos fazer nada.
Geralmente evito pensar nisso, mas as vezes, em algumas noites chuvosas, esse pensamento vem a minha cabeça.
Parabéns pelo seu comentário! muito bom!


Marcela Bianchini 25/08/2021minha estante
que resenha linda!


Mavignier 20/09/2021minha estante
Caramba, isso sim é uma resenha PERFEITA. Agora fiquei querendo ler mais sobre o que você escreve . Maravilhosa ??


Wendy 05/02/2024minha estante
impactadíssima com essa resenha


Cecelha 15/02/2024minha estante
essa resenha é tipo um matrimônio do skoob
simplesmente clássica e icônica




Manuella_3 10/09/2014

Um vazio existencial tão profundo quanto inalcançável
As Virgens Suicidas é um livro intenso, inquietante, perturbador, sem perder a delicadeza com que trata o tema. Embora não se prenda ao suicídio, mas à busca pelos motivos que conduziram cinco irmãs ao desatino do ato, o leitor se junta ao narrador até que todas as explicações sejam dadas. Mas não serão, preciso dizer. A viagem proporcionada por Eugenides é outra, acho até que o autor quer também decifrar esse enigma. Então, abre as cortinas para o drama da família Lisbon, desmontando as peças supostamente organizadas de uma sociedade que observa e não se compromete, julga e acusa sem provas, lava as mãos para os problemas alheios e depois reclama soluções para os seus.

O suicida é alguém que desistiu, que não encontrou o que buscava, que não teve o que precisava? Costurando as histórias das irmãs, que convergem para o mesmo conflito, o autor desenrola o drama com uma habilidade que eu não havia experimentado até então: começa com um distanciamento entre leitor e narrativa, como se ouvíssemos alguém contando um caso curioso. E como um diretor de cinema, usando a câmera num zoom potente, aproxima e ajusta o foco, lançando o espectador sobre o caso. De repente nos sentimos bem perto das meninas, respiramos suas dores, queremos estender a mão para elas, impedir uma nova tentativa... e sempre, junto aos observadores, tentamos encontrar justificativas.

Cinco irmãs (que têm entre 13 e 17 anos) cometem suicídio, no intervalo de um ano. Cecília é a mais nova e abre caminho para a sucessão de desgraças que atingem a família Lisbon. A partir de sua morte começamos a conhecer um pouco de cada personagem, sendo Lux a mais provocativa das irmãs. Ao lado delas, Thereza, Mary e Bonnie comovem o leitor. A mãe é rígida demais, controla o que as meninas vestem, proíbe maquiagens, festinhas e saídas. O pai, professor da escola em que estudam, vigia cada passo das filhas, mas é, sobretudo, um fraco, conivente com a repressão imposta pela esposa, um homem que não sabe lidar com o universo feminino. O estranhamento causado pela mudança em seus odores, interesses e corpos, o barulho e o movimento das meninas deixam o inexpressivo Sr. Lisbon completamente perdido. Isso me fez refletir sobre o nosso tempo presente, com homens ainda aturdidos com as conquistas femininas e todas as novas necessidades que a vida moderna impõe e/ou desperta nas mulheres.

Naquele momento o Sr. Lisbon sentiu que não sabia quem ela era, que os filhos são somente estranhos com quem a gente concorda em viver."

Do outro lado da rua os garotos fervem com o amadurecimento sexual e se interessam por tudo o que cerca o ambiente misterioso das irmãs Lisbon. Lindas, elas encantam os meninos-narradores, que até o final não sei dizer se era um só falando por todos ou se vários se revezaram na tarefa de contar a história que aterrorizou e transformou a vida daquele bairro, numa cidadezinha americana na década de 70.

Com a partida prematura de Cecília, a família morre junto. A casa vai se deteriorando dia após dia, as proibições da mãe aumentam e as meninas ficam reclusas. Não há mais vida ali (se é que houve antes). Aos poucos não há mais luz na casa, a comida começa a escassear e a angústia que vivem preocupa a vizinhança, que tenta, em vão, ajudar. Os Lisbon estão debruçados sobre a dor e fechados na loucura, arrastando o leitor para uma aflição crescente.

Preciso destacar um momento ímpar na leitura: uma troca entre meninas e meninos, através de canções que ambos tocam pelo telefone, sem que nenhuma das partes fale alguma coisa. E o autor presenteia o leitor com a lista das canções que os personagens ouviram. É um último pedido de ajuda, mas que os meninos não sabem como atender. E é dolorosamente melancólico acompanhar o silêncio que grita nessas meninas. A grande habilidade do autor em promover um encontro entre personagens e leitor é absurda! Senti como se estivesse mesmo ali, acho mesmo que vi aquelas meninas na janela, vi as luzes piscando num SOS desesperado, estava com elas abraçando o olmo do jardim, talvez a última lembrança de uma infância feliz (por não compreender que a dor existe e está prestes a aflorar).

'No estéreo, Garfunkel começou a dar seus agudos, e não pensamos em Cecília. Pensamos em Mary, Bonnie, Lux e Thereza, presas à vida, incapazes de falar conosco até agora, mesmo dessa maneira inexata e tímida.'

A estrutura do texto pode cansar os leitores que adoram páginas recheadas de diálogos. A escrita de Eugenides é forte, precisa, com trechos dignos de nota. O narrador fala quase o tempo todo sobre o que viu do outro lado da rua ou da janela do vizinho, junto aos outros meninos obcecados pela beleza e mistério das irmãs Lisbon. Pouquíssimos diálogos, muita tensão e vários questionamentos. E alguma diversão, porque os meninos são mesmo uma curtição à parte.

Não é a vida uma construção eterna? Não são os altos e baixos, numa tentativa sem fim de equilibrar problemas, emoções e sonhos? Não é a busca que nos impulsiona, a expectativa de realização que alimenta nossos planos, fases que, vencidas, nos conduzem a novas buscas? Não há como entender o ato, nada explica um suicídio. Médicos consideram disfunções mentais ou fisiológicas. Psicólogos sondam conflitos não resolvidos. Nós, especuladores, tentamos reunir todos os dados disponíveis e até acusamos a vida que as meninas levavam. Ninguém entende como cinco irmãs decidem pelo suicídio, em conjunto e ao mesmo tempo. Não é um fato isolado que leva ao atentado contra a própria vida, creio, é um desalinhamento entre o que pensamos, sentimos e experimentamos (ou não). Um vazio existencial tão profundo quanto inalcançável (para os terapeutas).

Fiquei angustiada e cheia de indagações sobre o tema durante a leitura. Indico o livro para quem aprecia um desnudar (quase) impiedoso da alma humana.
Nanci 05/05/2014minha estante
Parabéns, Manu, pela ótima resenha. Li "Middlesex" e gostei muito; agora vou colocar "As virgens suicidas" na lista de desejados.

Beijo.


Manuella_3 05/05/2014minha estante
Sempre uma grata surpresa ter um comentário seu, Nanci, querida!


Arsenio Meira 05/05/2014minha estante
Manu, O Eugenides é, pelo conjunto da obra, o melhor escritor contemporâneo dos EUA. E sua resenha faz justiça à prosa poética, às metáforas tão bem tecidas por ele em meio a uma história de dor, repressão (familiar e religiosa) e tragédia.
Abraços
Arsenio


Alê | @alexandrejjr 14/06/2020minha estante
Manuella, se eu te disser que apesar de não ler o livro eu consegui visualizar cada cena da adaptação dirigida pela Sofia Coppola na tua resenha, tu acreditas? ?


Manuella_3 14/06/2020minha estante
Hahaha, que legal! Não vi o filme, mas imagino a delicadeza de Sofia.




Angelica75 20/05/2021

Denso e melancólico.
Denso e melancólico o livro de J. Eugenides é narrado coletivamente por “garotos da vizinhança”. A visão deles sobre as irmãs Lisbon do título, moradoras de um típico bairro de subúrbio americano. A visão deles, porque elas poucos se revelam.

Os narradores/vizinhos são fascinados pela ideia que têm das 5 irmãs. Cecília comete o primeiro suicídio em um verão e então tudo na casa se torna mais misterioso. As irmãs são controladas e superprotegidas pelos pais. Todas tem pouco contato com o mundo externo. Frequentam a escola, e só. O autor parece tão fascinado quanto os narradores. Uma aura de admiração fica todo o tempo no ar. Em nenhum momento sabemos quem exatamente são ou o que pensam as irmãs.

As cinco meninas criaram um mundo próprio, paralelo, devido à rígida educação que recebem dos pais. O termo “virgens” não se dá só pelo lado sexual. São virgens de viver. São presas. Lux é uma das irmãs que ainda conseguimos vislumbrar (pelo olhos dos narradores) alguma personalidade. Sempre há algo de estranho no ar.

O mistério é indecifrável: os homens diante do mundo das mulheres. Eles estão ali, mesmo depois de tanto tempo e ainda não compreendem as irmãs, são mulheres indecifráveis. Mesmo tantos anos depois, os amigos narradores, já adultos, se reúnem com o “dossiê das irmãs Lisbon” e rememoram essa fase curta e marcante de suas vidas e ainda não as entendem completamente. Como leitora, me senti como um deles, as observando da mesma “altura”, na mesma sintonia.

A aura da casa pesa e desmorona sem cuidados após o primeiro suicídio, a família, mesmo que de maneira quase apática, desmorona junto. Jamais saberemos a real motivação das meninas. Não esperem respostas conclusivas. O sentido da vida não é o mesmo para todas as pessoas. A vida é um mistério.
Cleuzita 20/05/2021minha estante
Oiii Angelica. Amo o filme, o livro e a trilha sonora. Primeiro eu vi o filme, fiquei encantada. Só ano passado li o livro, acompanhada da trilha do filme. Foi uma imersão nessa obra maravilhosa. Revi o filme imediatamente após a leitura, fechando magistralmente essa experiência.
?


Angelica75 20/05/2021minha estante
Cleuzita, que legal! eu quero ver o filme... apesar de ter receio de "estragar" a sensação que o livro me trouxe. =/


Cleuzita 20/05/2021minha estante
Pra mim o filme só agregou, ?


Angelica75 20/05/2021minha estante
Legal! Vou ver


Cleuzita 20/05/2021minha estante
??




Euler 26/04/2020

Caminhos para um livro
Aprendi num texto que eu vi nas aulas da Manu como o mercado editorial influencia as escolhas dos leitores, inclusive pela capa. Eu que estou me rendendo e estourando o cartão comprando livros na quarentena, percebo como isso é verdade. Essa capa é um exemplo de livro que não chamaria minha atenção, detesto capas com referência ao filme, com design bem comercial. Cheguei a esse livro através de uma história da quarentena, eu vi uma live da escritora Carol Bensimon, me matriculei no curso online dela, ela indicou, comprei e cá estamos. As virgens suicidas conta a história de cinco irmãs que se matam. O caso é narrado não por elas, mas brilhantemente por um grupos de jovens vizinhos apaixonados e obcecados pelas garotas. O narrador coletivo é algo que eu nunca tinha visto, e embora eu me pegue pensando que ele podia ser mais específico sobre quem fala, já que a obra revela muito sobre esses meninos, é um ponto interessante da obra. É esse olhar de fora, que dá as incertezas da narrativa, tudo que temos são suposições, memórias e o que esses vizinhos falam dessa família em ruínas por meio do dossiê que eles preservam após anos sobre o caso. As meninas também acabam sendo vistas como um corpo só. Se confunde quem é quem e não temos acesso as suas individualidades, o que me deixa mais curioso quais proporções a narrativa tomaria se fosse assim. A busca por motivos do suicidio acabam sendo apenas busca. Magistralmente, a associação da morte das meninas à uma morte do sentido de comunidade que em determinado momento se perdeu- quem não sente falta de fofocar na porta? - é o grande achado poético da obra.
Cleuzita 23/05/2020minha estante
Já eu amooo o livro, o filme, a trilha sonora e essa capa, que pra mim é maravilhosa.
Ps. A imagem da capa não está no filme.
Gostei da suas impressões de leitura. Tudo de bom aí pra você.


Euler 24/05/2020minha estante
Ah, gostei do filme.


Cleuzita 25/05/2020minha estante
=)




Monique 29/09/2016

Um clássico chato
Eu queria muito falar que esse livro é arrebatador, que ele me prendeu e que estou sofrendo de ressaca literária. Mas não. Não mesmo!
Para falar a verdade quase desisti dele, mas segui até o fim.
Por curiosidade.
As Irmãs Lisbon são jovens, bonitas e desejadas por todos os meninos do bairro. Inclusive a historia é narrada por eles. Que nos contam como a vida delas é controlada pela mãe, que não as deixa usar maquiagem, são obrigadas a ir para igreja e encontro com garotos, só supervisionado.
Então, elas decidem se suicidar.
O motivo?
Pode ser pelo fato de que uma das irmãs havia de matado um ano antes.
Poder ser por causa da mãe.
Ou por que o tempo não estava ensolarado.
Quem sabe?
Na verdade ninguém nunca vai saber o motivo, por que a historia não foi narrada pelas meninas Lisbon e foi disso que eu senti falta.
Se um dia ele decidir escrever novamente essa historia do ponto de vista das meninas, terei o maior prazer em ler, mas essa versão eu não recomendo.



Bia 17/10/2016minha estante
Não consegui nem terminar de ler...


Monique 20/12/2016minha estante
Bianca, só a curiosidade de umas doses de pinga me ajudaram a terminar!!!


Angelica75 20/05/2021minha estante
o livro passa MUITO longe mesmo de ser um suspense policial. A útlima coisa que ele seria é ser um livro de suspense policial.




Karen202 04/04/2021

leitura arrastada
Pensa num difícil de ler, é esse. fiquei um ano pra terminar porque sempre desistia da leitura
A temática é importante, mas o livro é confuso, eu não sabia quem era o narrador e isso tava me incomodando
Até a morte de Cecília, o livro tá menos chato
Não ter muitos capítulos também foi motivo dessa nota 3 que eu dei. Eu parava de ler em qualquer página e quando voltava tinha que ler outras 2 pra entender onde tinha parado.
Não tenho muito o que falar porque tem muitas outras coisas que me incomodaram, não vou me estender.
*No final do livro tem gatilhos de suicídios múltiplos*
Jujuba 04/04/2021minha estante
Este foi pesado pra mim. Quase não consegui terminar.


Karen202 04/04/2021minha estante
difícil demais, achei que só eu não tinha conseguido acabar de ler


Nicole.Kunst 27/02/2024minha estante
nossa eu comecei a ler ele ontem e estou sentindo a mesma coisa!!! pensando seriamente em abandonar...




Gabs. A 15/10/2022

Adolescência dolorosa.
Se fosse resumir esse livro em algumas palavras, seriam elas: 200 e poucas páginas de pura romantização do sofrimento psicológico dessas meninas, do ponto de vista masculino. 

Fraco, sonso e frouxo.

Ponto.

Uma mãe autoritária, impõe seu fanatismo religioso, usurpando a cada momento a vitalidade e a essência das cinco meninas.

 Um pai omisso, fraco e provavelmente depressivo, que fechou os olhos ao definhar de suas filhas.

Como a sociedade simplesmente virou a cabeça para outra direção, e ninguém fez nada?

Quando se é adolescente, a vida é imediatista, a única coisa importante é o aqui e o agora.

A gente nunca imagina que os anos irão passar e toda essa merda ficará para trás, como a lembrança de um sonho ruim.

É difícil.

Eu sei, acho que quase todas nós sabemos bem.


Gostei muito do livro, a escrita e o ar setentista dão um tom muito agradável de se acompanhar a história.

Mas... Não deixarei de apontar um grandíssimo incomodo sempre presente do início ao final da leitura : não conhecemos as irmãs Lisbon.

O que vemos aqui é apenas uma projeção de sonhos e delírios masculinos sobre elas.

Quase como lolitas, Elas não tem rosto. Zero profundidade, nem alma, aparentemente.

As virgens suicidas são uma ilusão criada pelas mentes de uns garotos de bairro, que pouco ou nada sabem sobre o feminino de uma adolescência oprimida e deprimida.
hanul_ 15/10/2022minha estante
eu vi o filme e pensei justamente issoo aaa. As meninas são só projeções dos garotos... Achei que com o livro fosse diferente :(


Gabs. A 15/10/2022minha estante
Hanul, infelizmente não é tão diferente.
Acredito que a história séria tão mais rica se contasse o ponto de vista das meninas. ?


hanul_ 15/10/2022minha estante
SIM, eu tmb acho que seria mil vezes melhor!!




OceaneMontanea 28/09/2018

Esta (como quase todas do Skoob) não é uma resenha
Eu tive dois problemas com esse livro apenas. A questão é que os dois problemas não são coisa pouca. O maior deles é com quem narra. Não gostei nem um pingo do narrador(es). Não encontrei justificativa para tanta obsessão, tendo em vista o fato de ele mesmo ter realçado por várias vezes algumas características sem graça e sem fascínio das irmãs Lisbon. Podemos perceber que na vizinhança inteira ninguém a não ser eles, tinha aquela loucura nas meninas. As longas análises (inconclusivas, por sinal) das personalidades de algumas das irmãs me cansaram mais do que me interessaram. Além disso, essa narrativa tão focada em si mesmo e na sua observação obsessiva das cenas não permitiu que eu pudesse criar empatia com nenhum dos outros personagens do livro, já que eu não tive informações necessárias sobre eles para tanto.
Outro problema nada leve que eu tive com esse livro foi o foco em uma das irmãs e justamente a que eu menos queria conhecer. Eu relevaria se ao menos esse foco conseguisse explicar algo ou se através dela eu conseguisse vislumbrar um pouco do íntimo da família ou das outras irmãs. Mas não foi assim que ocorreu.
E por último, apenas uma observação: que pais são esses? É sério que alguém do qual não uma, mas TODAS as filhas cometem suicídio ainda continua achando que estava certo? Ainda não consegue entender nada de nada? Na boa... Foi demais pra mim.
As estrelas que dei foi porque a ideia é boa e a história também. No final me fez pensar em muitas coisas a respeito de vida e morte e outras questões.

ATUALIZAÇÃO 2022- Vi o filme dirigido por Sophia Copolla. Muito bom. Rara vez em que o filme se sobrepõe ao livro, que na minha lembrança continuo "desgostando"
Flávia 28/09/2018minha estante
nossas impressões foram beeeem parecidas.


OceaneMontanea 28/09/2018minha estante
Pois é. Demorei um pouco para entender os motivos de não ter gostado mas também não ter odiado e cheguei a essas conclusões. :)


Occult 12/11/2018minha estante
Acabei de reler o livro e realmente nunca tinha entendido essa obsessão deles sobre elas. Mas eu acho que é aquela máxima de que o proibido é mais gostoso. Esses meninos sabiam que jamais a mãe delas deixariam eles namorarem com as mesmas, então somou o fato de elas serem bonitas com uma ideia de amor proibido. E depois do suicídios ai é que acabou todas as esperanças.Acho que por isso mantiveram a curiosidade sobre as Lisbon mesmo depois da adolescência

E quanto aos pais, concordo. Ou são dois monstros ou são dois loucos varridos, ou as duas coisas. Deixarem filhas adolescentes mantidas em cativeiro para que? Satisfazer uma crença religiosa fundamentalista? São dois criminosos, ainda mais depois do que aconteceu com Cecilia, eles não imaginariam que o pior poderia acontecer novamente senão com todas, mas com alguma outra das filhas?




pseudolixinho 02/11/2023

Horrível
Podre, sem graça, sem sal, mal feito, mal escrito. um livro cuja história se passa nos anos 70, escrito nos anos 90, por um homem, da perspectiva de um homem e falando sobre mulheres, e nesse caso, adolescentes. tinha tudo pra dar errado e ser horrível e foi isso mesmo que aconteceu. cheio de visões misóginas e descrições e cenas desnecessariamente sexuais, até mesmo pra época retratada e a época em que foi escrito. sem contar todo o conteúdo completamente inútil e sem proveito durante 90% do livro. odiei, uma completa perda de tempo.
Luiza 21/11/2023minha estante
senti isso tambem!!! mt gente gostou mas parece que as meninas são coadjuvantes na historia do bairro deles (????)


Marita13 28/11/2023minha estante
tô achando um livro muito misógino e bem racista tbm


Luiza 28/11/2023minha estante
racista por que vc acha? nao captei esse trecho quando li




spoiler visualizar
carinavd 25/01/2018minha estante
Isso. Fiquei me perguntando quanto os narradores influenciaram na decisão das meninas. Stalkers, não deixavam elas em paz, sempre vigiando, sempre fazendo suposições, e colocando elas num pedestal bizarro.


Jenifer Cerdas 03/06/2018minha estante
Tirou palavras da minha boca. Li 2 vezes a frase do termômetro pra ver se ele realmente era o que significava de tão absurdo.


Isa 06/03/2019minha estante
Ué, mas acho que esse é definitivamente o ponto do livro. Eles nunca poderão conhecer as meninas. Por mais que tentem juntar os pedaços e conservem coisas absurdas, elas são intangíveis justamente porque são pessoas de carne e osso com sentimentos e personalidades muito além daquilo que eles conseguiam enxergar. Essa é justamente a crítica do livro: como as expectativas desses meninos, que representam uma sociedade doentia que espera algo de sexual das meninas, entra em choque com a expectativa familiar que era pudica e religiosa. O livro põe em cheque a questão da dicotomia de santa e da prostituta, afinal mulheres são mais do que isso. Os narradores ditos por você como "punheteiros e fetichistas" nada mais são do que um reflexo da própria sociedade e o modo como as mulheres foram, são e serão julgadas por muitos. Acho uma grande maestria do autor, mostrar justamente essa assimetria perceptível e gritante: qual o direito de julgá-las se nunca as conheceram? Mas afinal, eles poderiam verdadeiramente conhecê-lás? As Lisbon escapam dos narradores como areia das mãos. Eles nunca poderiam conhecê-las e Cecília deixa isso bem claro quando se dirige ao seu médico,em sua explicação sobre os suicídios, afinal "ele nunca foi uma garota de 13 anos". E assim, somente a elas cabia entender a dimensão e o sofrimento de ser mulher diante de exigências e situações tão absurdas.




João 24/03/2017

A sinopse desse livro me deixou curioso e ansioso pra ler.
Porém me decepcionei.
Primeiro por que achei que fosse um suspense policial.O livro passa longe disso.
Segundo:não consegui me prender aos personagens.
Terceiro:o autor me deixou perdido no final sem explicar o por que dos acontecimentos e eu odeio isso.
Apesar de tudo há partes interessantes no livro a história das irmãs suicidas.
O livro não é ruim,as duas estrelas são pelo final,onde praticamente nada é elucidado.
Então recomendo que cada um leia pra ter sua opinião.
Euflauzino 25/03/2017minha estante
putz... o título já havia me ganhado, sua resenha me colocou com um pé atrás, vou deixar passar :(


Lary 31/07/2017minha estante
Primeiro: você foi com uma ideia errada do livro, né? Não tem pq se decepcionar, já que nada indica que é um suspense policial.
O terceiro ponto: a perspectiva do livro é de fora, de outras pessoas. Não tem o que explicar. Eles só mostram os fatos observados por vizinhos, não da perspectiva das meninas/da família.
Se você gosta de suspenses e espera elucidações, realmente não é um livro pra você.




@livrodegaia 13/05/2021

O livro tem 232 páginas, mas parece ter mil.

“No fim das contas, as torturas que despedaçaram as meninas Lisbon apontavam para uma simples e fundamentada recusa em aceitar o mundo que lhes tinha sido entregue, tão cheio de falhas”. Pág 228

Não vou dizer que foi uma leitura prazerosa, porque não foi. O livro tem 232 páginas, mas parece ter mil. O autor soube criar uma atmosfera forte e interessante, e dá para entender perfeitamente o porquê da obra ter essa fama de cult, de ser praticamente um clássico norte-americano (fama fortalecida pelo filme de Sofia Coppola), mas ele poderia ter sido mais objetivo ao tratar de assuntos secundários, como o problema das árvores da vizinhança, por exemplo. Senti que ele deu muitas voltas e concluiu sem dar muitas respostas. Minha leitura foi movida pela curiosidade: por que as irmãs Lisbon resolveram dar cabo das próprias vidas? O que exatamente as atormentava? Concluí a leitura só com suspeitas, já que a história é narrada pelo ponto de vista de stalkers, homens que cresceram completamente obcecados pelas meninas e que tinham um conhecimento limitado e comprometido pelo fascínio. Tudo bem que quando o assunto é suicídio ninguém tem e nem pode dar certeza de nada, até porque quem poderia dar as respostas para todas as perguntas já se foi. Aos que ficam resta apenas imaginar. Mas as motivações poderiam ter sido enfrentadas de forma mais direta, sabe? Parece que faltou alguma coisa... Alguém mais sentiu isso?
kiwia 01/06/2021minha estante
Tô na pág 91 e está sendo mais cansativo fique ler Eragon de 700 Pag.


@livrodegaia 01/06/2021minha estante
É bem arrastado, né?




Rafael 20/03/2017

Therese, Mary, Bonnie, Lux e Cecilia são as filhas do casal Lisbon, que moravam no subúrbio na década de 70 nos Estados Unidos da América. Tudo o que precisamos saber e o que sabemos sobre elas são que todas cometeram suicídio, sem bilhete, sem carta, sem aviso, apenas cometeram suicídio. O que se sabe são especulações, são investigações que começavam do nada e terminavam no nada. Toda a lembrança que tinham das meninas era apenas do seu imaginário, uns diziam ser os seres mais belos deste mundo, outros não sabiam definir.

Foi uma leitura, para mim, um pouco tensa e sombria. Descobrir tudo sobre a vida destas cinco adolescentes não foi algo colorido e cheio de sorrisos, foi próximo de algo sufocante que nos deixa atordoados. A narrativa do autor, Jeffrey Eugenides, tem de uma originalidade interessante, história é inteiramente narrada por um dos garotos que moravam na mesma rua que as meninas, que era apaixonado por elas, que nas noites quentes, entre as quatro paredes do seu quarto, tinha sonhos delirantes com uma das garotas Lisbon, tudo fantasioso, pois nunca tinha chegado perto de verdade delas.

O autor nos deixa na mesma sintonia dos vizinhos da família Lisbon que é a dúvida, é não saber absolutamente nada que aconteceu, nenhum motivo, nenhuma razão, absolutamente nada. Por que as meninas fizeram o que fizeram?

O livro proporciona toda uma reflexão se mesmo vivos estamos vivendo. Nos faz questionar sobre a clausura de nossas vidas, perguntamos se o que somos é porque somos ou porque querem que sejamos? O livro te sufoca, assim como a vida sufocou as adolescentes Lisbon.



site: https://www.instagram.com/somandolivros/
Elisa Faria 23/03/2017minha estante
Todo resenheiro


Rafael 26/03/2017minha estante
As vezes o livro é tão bom que você resenha. Kkkkkk




Glauciany.Santana 13/03/2017

Chato.
Achei a leitura bem chatinha, arrastada pra mim, demorei um milênio pra terminar. Enfim, sem mais..

Ps. Nem o filme aguentei assistir todo ainda. Quem sabe um dia. ?
Héber Luciano 05/06/2017minha estante
Na primeira vez que tentei ler esse livro, no início do ano passado, achei a mesma coisa (parei na metade)... Mas acabei de lê-lo e agora o coloco entre meus favoritos kkk

Quem sabe um dia não acontece com você tb?


Daniella Souza 17/03/2018minha estante
Tão bom ver que alguém concorda comigo!




Nika 08/04/2011

Sobre a Impotência
Acho que posso dizer que foi por acaso que acabei lendo As Virgens Suicidas, de Jeffrey Eugenides. Veja bem, eu não vi o filme, e nem sei se pretendo, ao menos, não de forma organizada retirando na locadora e tudo mais. Talvez, eu sente para ver caso esteja passando na TV, mas não por esforço. Não entenda mal. Eu gostei do romance e respeito bastante a obra cinematográfica de Sophia Coppola, muito embora não me considere uma fã. Apenas, acho que, de alguma forma, o filme pode aniquilar o que mais me prendeu ao romance: a distância.

De fato, foi isso que me seduziu a comprar o livro, mesmo que não para mim. Ah, sim, sou um animal interesseiro quando se trata de livros. Compro os que não tenho para dar de presente, com a firme intenção de pedi-los emprestados tão logo o presenteado os acabe. No caso de As Virgens Suicidas, meu gosto pouco afeito ao mórbido real (prefiro-o em narrativas fantásticas), me empurrava contra o livro (assim como inicialmente foi ao filme). O caso raro de um bom resumo, como o que está na contracapa da edição da L&PM, me fez mudar de ideia (Resumos de livros podem ser a morte da venda!). Achei que o livro poderia ser interessante e resolvi comprá-lo para presentear uma pessoa especial no seu aniversário. Na última hora, porém, mudei de ideia. Engordei o presente de outra maneira e fiquei com o livro.

Comecei a leitura há algumas semanas e como março foi agitado, demorei mais para terminar o livro de pouco mais de 200 páginas. O resumo prometia um livro leve, apesar do tema mas, não sei se eu aplicaria o termo divertido, como usado pela editora. Talvez, tenhamos noções diferentes sobre ao que se aplica a palavra. De qualquer forma, é, certamente, um romance que merece a leitura. É muito bem escrito (com uma ou outra ressalva). O texto flui e é, ao mesmo, tempo sólido, consistente. As cinco Lisbons me remeteram imediatamente às cinco Bennet, mas as semelhanças param por aí. Enquanto estas últimas são solares, as louras e luminosas Lisbon são descritas como portadoras de um destino sombrio e incompreensível.

Há uma encantadora profundidade nos personagens além da que é dita em palavras, mesmo encantador narrador-personagem-oculto é uma presença instigante, nos guiando pela obsessão destes garotos por meninas que todas aquelas circunstâncias tornaram intocáveis. É um Romeu e Julieta em que todas as Julietas morrem em suicídios sem novo despertar. Seus Romeus sobrevivem, envelhecem, mas são presas eternas da bestificação do amor trágico, para sempre titubeante na incerteza de ter sido ou não correspondido.

Mais que tudo, As Virgens Suicidas é um romance sobre a impotência. Não a sexual, embora ela não esteja ausente, já que o acesso dos meninos às garotas é negado por todo o romance, sendo facultado a apenas um deles. Este herói não era exatamente pertencente ao grupo, seria estranho aos narradores não fosse o afã destes em irmanar-se a ele para chegar até as meninas Lisbon.

Contudo, outras impotências se apresentam cheias de força no livro. A mais óbvia é a dos homens diante do mundo das mulheres. As exaustivas tentativas dos garotos em compreenderem as cinco irmãs, antes e depois de suas mortes, redundam sempre em fracasso. As Lisbon são insondáveis e também o é a mãe delas criatura mais potente do livro, embora isso nunca seja dito. O pai das garotas, nesse caso, soma-se aos meninos. Ele não entende o que a esposa se tornou. Não entende as filhas que vão deixando de ser crianças e se tornando mulheres. Sua potência se esgotou ao ajudar a conceber as cinco e, depois, esgotou-se. Isso é claro em sua voz, em sua letra, em seu apego à organização de sua sala de aula. O Sr. Lisbon é um homem que desistiu de controlar o incontrolável. Delegou as cinco forças da natureza presentes em sua casa àquela que ele considerava mais capaz de compreendê-las: sua mulher. Mas, o que a Sra. Lisbon prende com mão firme é areia, e ela escorre pelos dedos. Suas garotinhas nunca mais voltarão aos tempos felizes e despreocupados da infância. Elas tem regras. Suores femininos. Desejos assustadores para a mãe que permite longos banhos na banheira como forma de aplacá-los. Mas não há. Elas são cinco. Que uma agüente, vá. Mas todas?

As meninas buscam hobbies em troca das companhias e namorados que não tem, mas não há satisfação nisso. Uma delas chega a encontrar o sexo, mas nem ele é suficiente para fazer com que ela consiga respirar livremente. Aliás, o que faz uma mulher respirar livremente? O que lhe falta, eternamente? Os garotos não sabem responder. Talvez, nenhuma das Lisbon conseguisse responder. Nem a mãe delas. Nem eu. Nem mulher alguma. Ao menos, não em palavras. E se pudéssemos, será que iríamos querer partilhar isso?

Sem dúvida, a frase mais repetida do livro é a da pequena Cecília, após sua primeira tentativa de suicídio ao médico que a tratava.

Evidentemente, Doutor disse , o senhor nunca foi uma garota de 13 anos.

Não, não foi. Nenhum homem foi. Em geral, as meninas de 13 anos tem muito mais certeza sobre quem são do que as mulheres que um dia elas se tornarão, mas não são mais hábeis em explicar isso do que suas futuras personas. Os 13, no entanto, são a dead line. O momento do desespero de filhos e pais. De um dia para o outro: onde está a criança que estava aqui? Foi-se. Não volta. Não é só o corpo que muda. É o olhar. É uma parcela da alma.

Alguém vai argumentar que hoje isso pode acontecer antes, em outras idades mais e mais precoces. Sim, pode. Mas não é o caso de se discutir quando as crianças partem de nós, mas o que a ausência delas deixa. E como é difícil lidar com isso em ambos os lados da corda, do cabo de guerra que pode se tornar a relação de pais e filhos. Eugenides escolhe os anos 70, quando essa relação, com todas as mudanças sofridas na década de 60 está começando a complicar, mais e mais. Os filhos mudaram. O mundo mudou. Os pais ainda não.

Os dois ficaram calados, junto com os nossos pais, e percebemos como eram velhos, como estavam acostumados a encarar traumas, depressões e guerras. Percebemos que a versão do mundo que nos ofereciam não era aquela em que realmente acreditavam, e que apesar de todos os seus cuidados e do seu mau humor por causa das tiriricas, estavam se lixando pro gramado. (p.49).

Por outro lado, há ainda outra impotência latente em todo o livro. Talvez, desde a primeira frase. A impotência que nos acossou ontem (dia 7 de abril de 2011), a impotência humana diante da tragédia. Nossa busca obsessiva por razões é a busca pela resposta à pergunta: poderia ter sido evitado? Os meninos que amaram as Lisbon não conseguem chegar a uma resposta. E, provavelmente, nem nós. Não adianta nos imaginarmos potentes antes, pois essa força ainda não foi pedida. Só depois. Então, pensamos se é possível sermos mais eficazes para impedir o horror no futuro? Mas, novamente, estamos no beco sem respostas. Pois, se fizermos tudo corretamente, não saberemos que fizemos, já que ninguém contabiliza assim: passou um ano e nenhum jovem morreu, matou ou suicidou-se. No entanto, nossa impotência estará sempre a perseguirmos. Mesmo depois de décadas.

Foi assim com os meninos que amaram as Lisbon. Não vejo como possa ser diferente com todos nós.

Também publicado no Blog Sapatinhos Vermelhos
Manuella_3 05/05/2014minha estante
Perfeito. Uma análise bem aprofundada sobre o tema intrigante do livro... Coisas que não percebi, coisas que senti tb, está tudo aqui. E há tanto ainda pra compreender, mas jamais será suficiente nem conclusivo.
Adorei!


Raquel Moritz 24/07/2014minha estante
Amei sua resenha, muito embora eu tenha detestado o livro, hehehe. Parabéns ;)




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