Lady Addams 25/08/2023
Salve os clássicos do terror
Maravilhoso, Ira Levin fez um livro curto, mas é histórico e um clássico no gênero do terror com sua escrita perfeita, envolvente e precisa !!Indico para amantes de clássicos, amantes do terror, amantes do cinema e também para quem precisa retornar o ritmo de leitura.
O livro nos faz refletir sobre os sinais estavam ali, mas você decidiu ignorar. Ainda mais que o leitor levantará a questão sobre o quanto conhecemos alguém e onde está depositada nossa confiança. Essas questões surgiram em minha cabeça já enquanto devorava as páginas dos últimos capítulos.
O enredo é narrado por Rosemary Woodhouse, uma jovem mulher e dona de casa que antes era católica convicta e com uma grande família, agora se considera "agnóstica" e que reside distante de seus familiares que desaprovam o seu casamento com Guy Woodhouse pelo fato do próprio não ser tão religioso e tirar, por algumas vezes, durante o livro sarcasmo com a fé adormecida da esposa.
O casal, por até onde se entende, vivem felizes e com uma vida sadia. Guy é ator de comerciais de tv e deseja a ascensão de sua carreira, enquanto Rosemary é responsável pelo lar. Fato é que ambos divergem em relação a chegada de filhos, maior desejo de Rosemary.
A história do casal segue quando resolvem morar no Edfício Bramford. Rosemary, de imediato, encantou-se com o apartamento 7E e convenceu o marido que ali era o lugar deles. A notícia não foi bem recebida pelo velho amigo do casal Hutch, um homem sábio e bem informado, que revelou ao casal tragédias, a mística e as histórias horrendas e sobrenaturais envolvendo o Edifício, o velho ditado: "quem avisa, amigo é"... No entanto, como todo clássico do terror, os novos locatários resolvem ignorar os "avisos sobrenaturais" e resolvem morar no Bramford.
Foram bem recebidos pela vizinhança, sobretudo por um casal que desde inicio achamos bem suspeito, o Casal Castevet. De início, sentiam-se sufocados com a "boa vizinhança", mas Guy acabou se envolvendo com a amizade, já Rosemary sempre os achou estranhos, porém ignorava a intuição (grande erro!!) e acabava cedendo às investidas.
Rosemary só não esperava, como em um passe de mágica, o marido conseguisse o papel que tanto queria e ainda decide ter o que sempre negou a ela: um bebê. A concepção do mesmo é uma situação de gatilho e horrenda, daqui a senhora Woodhouse já devia suspeitar que boa gente seu marido não era.
A Gravidez era estranha, Rosemary não era validada quando reclamava de incômodos, recebia atenção especial e bastante estranha. Em certo momento, chegou a ligar pontos e procurar o "porquê" dos fatos. Se viu sozinha, abandona e sem uma pessoa se quer para confiar.
O grande êxtase do livro cabe a Parte III. É onde o oculto é escancarado; é também onde Rosemary descobre tudo o que fizeram e arquitetaram com ela. É de exímia excelência do autor a forma como associa o sobrenatural e o satanismo com elementos do catolicismo, fé adormecida daquela mulher que gerou o fruto que tanto repudia e que, ao mesmo tempo, aflora seus sonhados sentimentos maternais. Saudações são feitas ao maldito fruto do ventre e à quem o gerou! É iniciado a nova era, o ano um para os adeptos, através de uma mulher que rejeita a todo momento ter sido "a escolhida".
Salve os clássicos do terror!!