spoiler visualizarLuiz Araújo 24/05/2017
Calma lá!
Olá a todos, me desculpem por começar já dando carteirada, mas digo, sou biólogo.
Fugindo dos estereótipos, acredito no poder que exala de nós mesmos e a energia que nos influencia e nos permite influenciar uns aos outros.
Foi com sob essas duas perspectivas que fui ler "A Biologia da Crença" com muita empolgação e na expectativa de ver a conexão entre duas coisas nas quais eu acredito. E digo a vocês: foi desastroso.
Digo até mais, foi criminoso. O autor utiliza metade do livro para construir uma narrativa pessoal e fundamentar a sua tese de que a nossa crença pode melhorar a nossa vida. Ok, tá tudo certo. O problema é como ele constrói essa fundamentação.
Intencionalmente o autor recorta trechos e entendimentos sobre hipóteses e teorias ao seu bel prazer, trazendo entendimentos parciais de forma que somente interessem sua tese.
[spoiler] Por exemplo, quando trata de uma célula enucleada e diz que a mesma morre somente porque não pode se reproduzir. Será que se ela pudesse ela viveria mais? E a desnaturação das proteínas? E as correções de codificação necessárias que somente o núcleo pode prover as informações necessárias?
O autor chega a defender a tese de Lamarck, uma tese extremamente refutada, baseado em um único artigo que diz no final "Estaria Lamarck certo?". Veja só! Uma frase totalmente deslocada e fora de contexto!
Compara a membrana celular à um chip de computador pois os dois transmitem corrente com diferença de potencial e por isso a membrana é o cérebro. Ora, faça me o favor! Se assim for, qualquer linha de transmissão é um cérebro, pois trabalham com diferença de potencial.[/spoiler]
Pois então, imaginem minha frustração, e tristeza, ao imaginar a quantidade de pessoas que podem estar acreditando nas argumentações científicas apresentadas por este livro. Não tenho o que questionar no âmbito da questão energética, mas ainda não foi desta vez que encontramos a fundamentação técnica para ela.