A Máscara do Comando

A Máscara do Comando John Keegan




Resenhas - A Máscara do Comando


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Hudson 14/06/2013

Em princípio o livro pode parecer desconexo, pois alia figuras muito diferentes, e que talvez não tenham relação entre si o fato é que um dos pontos mais legais é convergir todas essas figuras e suas formas de comando ou liderança, o fato é que essas duas palavras no decorrer do livro possuirão significados diferentes, e interessantemente explicitadas.


O livro de fato é bem construído e descortina bem não só as figuras citadas mas como a liderança comando e heroísmo ganham valores diferente através do tempo, há também um passeio sobre a forma como a história militar é construída, o autor é especialista nisso e de fato não é algo que poderá ser deixado de lado evidenciada a sua importância.


É um livro de arquétipos, ou personas literalmente falando pois visa a analisar as personas envolvidas
em momentos muito curiosos, e temporalmente diferentes entretanto é necessário acho que a abordagem foi focada apenas nos momentos em que mais se diferenciaram essas questões por isso a escolha destas figuras, napoleão entretanto não foi tratado mas talvez por não simbolizar bem o que era a sociedade francesa à sua época, diferente de Wellington, que é aqui tratado por isso acredito eu.


Há pontos de vista interessantes, e desmistificadores sobre os dois personagens mais controversos, que são Alexandre e Hitler que visa a quebrar certas verdades possivelmente massificas que vem a surgir como axiomas, são meramente impostos conforme se vê no livro, ou seja, nada melhor do que ler para se libertar de certos achismos aos quais poderemos ser submetidos.

Outro ponto muito interessante é a análise de vários pontos em que Keegan coloca Clausewitz, explicando a mentalidade dele sobre diferentes óticas de comando, foi muito interessante esse cruzamento entre a teoria e a prática, vem a cabeça muitos aspectos do " Da Guerra" quando se tem conhecimento do livro mediante aos pontos narrados dentro do texto.


e muito interessante a extensão que abrange, o material desde os mais imemoriáveis tempos militares da sociedade atual, até o fim da guerra fria praticamente ( o livro é de 1988) pode-se dizer que já estava no fim, pois o colapso soviético já estava predestinado e anunciado embora ainda não consolidado, o fato é que muita coisa mudou mas nem por isso, desmerecerá o esmero do livro e como é tratado.


Acho que o ponto ruim é as vezes a falta de profundidade individual nestes personagens que são analisados, perde-se algum tempo explicando-se sobre batalhas e torna o livro enfadonho para aqueles que talvez queiram uma leitura mais focada na questão das decisões e da personalidade dos analisados, apenas a Hitler é colocado mais os aspectos pessoais ressaltados.

Já os outros passam um pouco longe, talvez porque Hitler mereça mais atenção? não sei mas foi uma lacuna que não achei justa, quanto a Alexandre talvez seja justificável pela falta de fontes, Wellington me pareceu tolido por um patriotismo nacional do autor, não aprofundou muito e nada muito contundente, Grant saiu meio apagado, talvez a sua história seja mesmo apagada por ser personagem de um novo sistema.


Essa leitura de sistemas diferentes na humanidade alidada a visão militar historiográfica, foi importante para definir o mundo em que estamos hoje, os personagens sem dúvida integrantes de diferentes fases de um mesmo mundo no qual nós todos vivemos e talvez quem sabe um dia poderá voltar, não se sabe se a história poderá se repetir.



Um dos pontos mais interessantes e importantes e que o autor ressalta a importância da primeira guerra mundial em todas as dimensões para a nossa sociedade atual, ponto muito válido pois é relegada pelo excesso propagandista que foi gerado na segunda guerra, fala sobre o sucesso alemão de proporções quase "Alexandriacas" e dá muitas informações relevantes, coisa que nem muitos pretensos livros só sobre a grande guerra conseguem fazer.



O fato é que hoje, não há mais espaços para esses heróis, hoje outros meios tomaram o seu lugar e suas posições de destaque,o heroico hoje é não ser herói. é não vestir uma mascara não é comandar e saber obedecer de acordo com as suas obrigações é estar submisso ao comando é um liderar que está sendo desconstruído e que é mostrado no livro de forma muito interessante e abrangente.
Albuquerque 19/06/2013minha estante
Keegan é, sem dúvida, um dos maiores Historiadores Militares do nosso tempo.




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