Lizzy 04/10/2013
Melhor que o anterior!
Amei esse livro, mais do que Desejo à meia-noite. Assim, quando se trata de uma série, parece que é bom dar uma pausa entre um livro e outro quando o anterior não nos arrebata completamente. A história de amor do cigano Kev Merripen e Win Hathaway é linda. No entanto, chegar ao final feliz não foi nada fácil para esses dois, pois a resistência de Merripen causa uma verdadeira aflição no leitor. Desde o livro anterior, fica claro que a diferença de origens e de classe social constitui um grande obstáculo entre eles. Merripen, ainda adolescente, fora abandonado por sua tribo cigana quase à morte, quando então foi resgatado pelo patriarca dos Hathaways. Ele estava gravemente ferido e conhecer Win deu-lhe um sopro de vida. Desde então se tornaram inseparáveis, mas Merripen sempre se comportou como um criado, disposto a cuidar da família e nunca assumiu abertamente seu amor por Win.
Ela, por sua vez, mesmo com a saúde fragilizada pela escarlatina, sempre soube o que queria, e o que ela mais desejava era Merripen. Ela o queria por inteiro ou não queria nada, foi assim que ela se despediu dele e se internou em um clínica na França para cuidar de sua saúde.
Alguns anos se passam e ela retorna. Merripen é um respeitável administrador da propriedade rural dos Hathaways, e Win está saudável e...acompanhada pelo médico que cuidou de sua saúde. Merripen morre de ciúmes, mas ao mesmo tempo que deseja Win intensamente, ele resiste muito mais, a ponto de permitir que ela aceite o pedido de casamento do médico.
Ah, minha nossa, que homem teimoso esse cigano, muito mais do que uma criança. Um homem tão forte e valente, rústico como uma força da natureza, porém bloqueado pelo medo de amar e ser amado. No início achei que Merripen tinha complexo de inferioridade, e isso me preocupou, pois gosto de heróis bem resolvidos. Porém, durante a narrativa, dá para perceber que o problema não é esse. Ele não se sente inferior aos ‘brancos’, aos ‘gadjes’, ele se sente indigno de Win. Esse sentimento passa a ser compreensível quando a vida de Merripen é revelada ao leitor. Ele foi criado com absoluta crueldade, como um animal, em meio à violência, à sujeira, aos maus tratos...Ninguém poderia sair de um experiência desse tipo com a sanidade intacta, mas ele consegui. As marcas na alma, essas sim, são de difícil cicatrização, por isso mesmo Merripen tem tanto receio de ser feliz ao lado de Win, pois ela era a sua debilidade. Ela não, ao contrário, é uma heroína que não oscila diante da força dos seus sentimentos. Por falar nisso, os arroubos apaixonados entre esses dois incendeiam as páginas, o desejo é arrebatador, rude, sem meios termos. São tão diferentes, e tão perfeitos um para o outro.
A história tem um ritmo envolvente, com os barulhentos Hathaways sempre nos presenteando com momentos memoráveis e muitos acontecimentos inesperados e revelações ocorrem ao longo da trama. Cam e Amelia estão lindos juntos, mas foi Leo Hathaway que me surpreendeu, seu cinismo o tornou encantador, só lendo para entender. Ah, mas foi quando ele atuou como cupido que me conquistou totalmente ao falar para Merripen: --“Se tinha coragem para morrer com ela, não acha que poderia encontrar coragem para ‘viver’ com ela?” --- Para mim, essa frase resume tudo, e não é preciso muito raciocínio para saber qual é a escolha do belo Merripen. Recomendo imensamente!