Glória Sombria

Glória Sombria Roberto de Sousa Causo




Resenhas - Glória Sombria


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Davenir - Diário de Anarres 18/08/2020

Space Ópera, sucinta, sincera e elegante do Roberto Causo
"Glória Sombria", foi lançado em 2013 pela Devir, é o primeiro livro do universo de Space Opera de Roberto de Sousa Causo chamado Galáxis onde se passam várias histórias do autor, inclusive o autor mantém um site sobre o universo Galáxis http://universogalaxis.com.br/. Este não foi o meu primeiro contato com esse universo, pois o autor tem uma noveleta, "Trunfo de Campanha", na coletânea Assembléia Estelar que reuniu contos que abordassem a política.

Em Glória Sombria acompanhamos o mesmo protagonista, Jonas Peregrino, um combatente de elite do século XXV que luta pelas forças de uma região equivalente a América Latina (ELAE) que junto com outras três regiões, representam a humanidade em franca expansão espacial. Peregrino é convocado pelo Almirante Túlio Ferreira para liderar um novo grupamento para enfrentar os Tadais, alienígenas hostis que vem travando uma guerra contra as forças humanas e seus aliados na galáxia. Peregrino é incumbido de formar uma força de elite que consiga achar uma forma de vencer os aparentemente invencíveis Tadais. Além do inimigo em combate, peregrino vai encontrar desafios políticos por todos os lados pois ao contrário das muitas histórias de Space Ópera, não há nenhuma Federação, como em Star Trek, que aglutine os interesses humanos num governo mas muita politicagem e jogo de interesse. Esperava encontrar ação frenética por ser um livro curto e que não haveria espaço para muita coisa além disso, mas o livro diverte pela construção do cenário e as engrenagens políticas que dão uma boa profundidade ao universo. Quando comentei sobre a noveleta, Trunfo de Campanha, mencionei que ela me desagradou pois o autor não suavizou o cenário ou o colocasse em uma obra maior, e Glória Sombria é essa obra maior e conseguiu deixar tudo mais interessante. Contudo, o livro é como um episódio piloto de algo mais longo mas bom o suficiente para me fazer procurar mais pelo universo. Por sinal já tenho o outro livro para continuar acompanhando, "Shiroma: a matadora ciborgue".

site: wilburdcontos.blogspot.com/2020/08/resenha-144-gloria-sobria-roberto-de.html
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Társis 18/09/2013

Vale o Investimento: Glória Sombria, de Roberto Causo
A ficção científica é um gênero literário que nunca teve grande projeção no Brasil ao contrário da Europa, berço do segmento, e dos EUA, seu distribuidor para o restante do mundo.

A despeito da popularidade, a FC (como é chamado por seus admiradores) possui um público fiel de aficionados em terras tupiniquins.

Grandes nomes de nossa literatura, se aventuraram pela ficção científica; Machado de Assis, com seu conto “O Imortal”, Monteiro Lobato usou alguns elementos como viagem no tempo em episódios de sua série “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, e no conto “A Chave do Tamanho”, Guimarães Rosa em seu conto ” Um moço muito branco”, são exemplos desse interesse.

A ficção científica ganhou força mesmo no Brasil nos idos dos anos 1960, 1970, com eventos emblemáticos como corrida espacial, a ida do homem para a Lua, além avanços tecnológicos frequentes, a cibernética o estudo de novas teorias astronômicas, o relato de aparecimento de discos voadores e o desabrochar de estudos dentro da paranormalidade, sem deixar de lado o impulso dado pelas séries americanas como Star Trek, Perdidos no Espaço e pelo lançamento de Star Wars.

Nos anos 1960, o editor baiano Gumercindo Rocha Dorea foi o primeiro a lançar um livro de ficção científica de um autor nacional. Gumercindo contribuiu para o crescimento do estilo no país, já que passou a encomendar textos de FC a autores já consagrados na literatura. O desafio se tornou paixão.
Foi na chamada “Geração GRD” (sigla com as iniciais do nome Gumercindo Rocha Dorea) — a partir do livro “Eles herdarão a Terra”, de Dinah Silveira de Queiroz, em 1960 – que autores brasileiros neste campo começaram a surgir e se organizar.

A partir daí, apareceram fanzines e a publicação nacional de revistas como Isaac Asimov Magazine (publicada de 1990 a 1993), o que culminou na abertura da editora Ano-Luz, que durou de 1997 a 2004, e na criação de um verdadeiro “fandom” (do inglês “Fan Kingdom”, que se refere a um grupo de fãs de um gênero) de FC.

Foi nesta época que um nome se destacou entre a segunda leva de escritores de ficção científica surgida no início dos anos 1990 no país: Roberto de Souza Causo.

Considerado um dos melhores escritores de ficção científica do Brasil, natural de São Bernardo do Campo, São Paulo, Causo surgiu justamente na “segunda onda” de crescimento do gênero no país, na década de 1990. Foi atendente de biblioteca, ilustrador editorial e publicitário antes de publicar seu primeiro conto A Última Chance, em 1989, na revista francesa Antarès—Science fiction et fantastique sans frontières.

Além do Brasil seus contos também foram publicados em revistas e livros na Argentina, Canadá, China, Finlândia Grécia, Portugal (com A Dança das Sombras, seu primeiro livro de contos), República Tcheca e Rússia.

O autor também foi um dos classificados no Prêmio Jerônimo Monteiro, criado pela Isaac Asimov Magazine, e no III Festival Universitário de Literatura, com a novela de ficção científica Terra Verde; foi o ganhador do Projeto Nascente 11 (promovido pela Pró-Reitoria de Cultura da USP; 2001) na categoria Melhor Texto, com O Par: Uma Novela Amazônica, publicada em 2008 pela Associação Editorial Humanitas, da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo.

Agora, ele acaba de nos presentear com Glória Sombria, seu mais recente trabalho, publicado pela Editora Devir.

Cronologicamente, Glória Sombria é a primeira aventura do protagonista Jonas Peregrino, que surgiu nas séries Lições de um Matador apresentadas em histórias mais curtas e nas livrarias desde 2009.

Essas histórias fazem parte de um conhecido subgênero da FC denominado space opera – uma espécie de “novela” ambientada em cenários espaciais, com um roteiro que evidencia aventuras românticas, locais exóticos e personagens heroicos e épicos, um gênero muito conhecido por seu maior representante: Star Wars.

Em Glória Sombria, o Tenente Jonas Peregrino é só mais um oficial júnior da Patrulha Colonial no distante século 25, mas seu talento para planejar estratégias em situações extremas chama a atenção do comandante máximo da Esquadra Latinoamericana na Esfera, a maior área em conflito existente na Via Láctea, local onde humanos e membros de diversas raças alienígenas são fustigados por naves-robôs inimigas.

Após treinar uma nova unidade de elite, os Jaguares, surge a primeira missão do matador na Esfera: e evacuar um planeta ameaçado de destruição total pelos Tadais – alienígenas implacáveis, famosos por sua crueldade. Mas, como ser um matador eficiente se o inimigo se esconde atrás de enxames de naves-robô?

Comandados por Jonas Peregrino, os Jaguares serão testados ao limite de suas forças físicas e morais, tento seu senso de dever e honra postos à prova.

Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador de Roberto de Sousa Causo (Editora Devir Livraria, selo Pulsar) tem 176 páginas, preço estimado de R$ 29,50 e vale o investimento!

site: http://revistaogrito.ne10.uol.com.br/papodequadrinho/2013/05/23/vale-o-investimento-gloria-sombria-de-roberto-causo/
Thiago Hagito 25/02/2015minha estante
Me ajuda aqui, por favor. Se esse é o primeiro livro, cronologicamente falando, quais são os outros??? Fiquei mesmo interessado ...


Carlos Angelo 19/08/2015minha estante
Thiago Hagito, veja aqui:
http://galaxis.aquart.com.br/historias/




carlosmrocha 03/10/2016

Universo intrigante
Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador (Editora Devir Livraria, selo Pulsar), 176 páginas, é um livro de ficção científica ambientado no século XXV, num futuro em que a raça humana está em expansão, colonizando mundos em zonas relativamente próximas à Terra e com forte influência de corporações no cenário político de pano de fundo.

Neste contexto, vamos conhecer o protagonista, Jonas Peregrino, um jovem militar de ascendência brasileira. Ele é selecionado a dedo para integrar e comandar uma nova unidade militar secreta que objetiva atuar na guerra contra os Tadais, alienígenas que são apenas conhecidos por sua frota de naves de combate automatizadas.

Apesar de haver uma guerra em curso, vê-se que o universo ficcional imaginado por Causo, o mesmo de Shiroma, Matadora Ciborgue, é um ambiente com muita intriga e política. A própria criação dos Jaguares, a unidade militar do protagonista é uma jogada com implicações políticas por parte do Almirante Túlio Ferreira. Ele decide romper a inércia dos protocolos militares a fim de alcançar resultados significativos na campanha militar indo contra a corrupção e burocracia vigentes em sua época.

Sendo assim, vemos intrigas e espionagem, além de algumas questões políticas, tais como a diplomacia entre espécies alienígenas e a aceitação na sociedade de indivíduos ciberneticamente modificados, que também vimos nos contos de Shiroma.

Apesar de haver alguns personagens centrais à trama e de ser narrada com foco nos mesmos, o desenvolvimento transcende um pouco a proximidade direta com estes. Em alguns momentos, temos a sensação de estar vendo tudo um pouco de cima, como naqueles documentários de vista aérea. Os acontecimentos possuem escala interplanetária e são sujeitos às distorções relativísticas do tempo. Um dos pontos de atenção é justamente o modo de imaginar combates (e suas estratégias) que consideram a escala espacial de um sistema solar, e ainda, a capacidade dos vasos de combate de viajarem mais rápido que a velocidade da luz, e ao mesmo tempo, em frações da mesma.

Glória Sombria é uma ficção científica de digestão lenta, que leva o leitor a montar um quebra-cabeças psicológico e político. Um dos temas notáveis na trama é a questão das decisões morais. Em vários momentos vemos os personagens atravessarem dilemas morais. Até onde se tem clareza das decisões a tomar e suas consequências? O que é correto fazer? Até onde é possível blefar? Que consequências poderão advir de suas decisões e convicções?

O universo estabelecido por Causo nesta série é pautado pela construção de personagens ricos e possui uma ambientação social e política bastante intrigante e cheia de possibilidades, nos deixando a sensação de que vimos apenas a ponta do iceberg. Vale conhecer.


site: http://selo-multiversos.net/resenhas-2/gloria-sombria-roberto-de-sousa-causo
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Dalton 17/06/2013

Bom livro, boa diversão
Glória Sombria
Acabo de terminar o livro Glória Sombria de Roberto de Sousa Causo e creio adequado fazer uma resenha com minhas impressões. Não me arrogo a posição de dono da verdade, de forma que meus posicionamentos serão de ordem pessoal e intransferível. Segmento minhas opiniões, pois considero assim mais fácil.

Modo de leitura: o livro foi lido recreativamente, ou seja, sem a intenção de analisa-lo em profundidade. Posso adiantar que me divertiu e valeu o investimento. Havia ficado interessado no volume por meio de encarte promocional disponibilizado em uma loja e, vale destacar, foi a primeira vez que uma propaganda surtiu efeito sob minhas intenções de compra. Embora eu tenha sentido falta nesse encarte de um QR Code para um capítulo de degustação ou mesmo para um conto paralelo a história e que pudesse apresentar uma palhinha do universo e do estilo de escrita. Na falta disso, o que me conquistou foram as descrições e a arte da capa.
Observação: Frases como a "Roberto de Sousa Causo talvez um dos melhores escritores blá blá do Brasil" SEMPRE me cheiram a pedantismo e algo que me desmotiva, no ato, a ler o livro. Coisas do gênero, como essa linguagem de auto promoção descarada e nem sempre muito humilde é que continuamente me afastam de livros do Fandom. Cá entre nós, se a frase partisse de um veículo como a Veja, Estadão, Folha etc faria sentido. Mas de um amigo do "grupo", por mais que ele esteja envolvido com um projeto que se diz independente (e não tenho aqui intenção de levantar dúvidas sobre isso) continua a parecer uma rasgar de seda dispensável e que depõe contra a obra que, sinceramente, não precisava dessa forçada logo capa, já que tem plena capacidade de se sustentar sozinha.
Capa - O tema naves no espaço não tem nada de original, mas o fato de se comunicar bem com a cena de batalha que é apresentada no livro valorizou-a. Ainda assim, achei-a bonita, embora as naves tenham ficado com design um tanto genérico. Já o material, achei horroroso, um papel mole e que amassa facilmente. Poderia ter uma gramatura melhor, daria um ar mais nobre ao livro que ficou com um não merecido ar de barato.
Diagramação - leve e adequada, com um bom estilo de fonte e elementos gráficos de repetição na abertura de cada capítulo. Só achei que a repetição da imagem em preto e branco da capa mais frustra do que anima. Poderiam ter dedicado cada abertura de capítulo a uma arte diferente, para cada personagem, por exemplo. Uma imagem do Almirante Túlio ou do Gervásio, iluminando aos poucos os personagens ao estilo das antigas edições de Verne - com desenhos a bico de pena e nanquim - teri amarrado melhor o livro e o enriquecido.
Texto - A abertura, notei, tinha clara intenção de fisgar o leitor para segura-lo durante o Flash Back que seria o livro. Pessoalmente, quase saiu pela culatra e de quebra deixou algumas perguntas não respondidas (ou pelo menos eu não vi as respostas). Um exemplo é a descrição do Almirante Túlio abrindo o capacete e descumprindo uma ordem expressa dele próprio, quanto a procedimento militar. Era de se esperar que esse comentário da descrição encontrasse respaldo no texto... Afinal, qual o sentido desse detalhe na construção do caráter do personagem? Tenho a impressão que Causo pretendia indicar algo com isso, deixou para fazer isso mais à frente, mas esqueceu. Outro motivo da abertura quase me fazer desistir, ao invés de me agarrar foi que a descrição da cena era clichê e o número de informações descritivas muito grande...e olha que li os apêndices no fim do livro antes de começar a lê-lo. Além disso, não raras vezes o ritmo do texto era interrompido pelas descrições demasiadamente técnicas e que não preocupavam em ser pretendiam ser compreensíveis. Os personagens principais até que são bem desenvolvidos, embora careçam de profundidade. São, digamos, um tanto estereotipados.
O forte do livro está no universo desenvolvido, no potencial para criação de histórias paralelas a essa e de gerar outros produtos como quadrinhos, roteiros para filmes, séries e desenhos animados.
Em resumo, ainda que veja pontos a melhorar, e sem sombra de dúvidas um produto editorial que tem um preço justo, oferece uma experiência muito agradável de leitura e deixa o gostinho de quero mais. Embora, Causo não possa deixar que seu público tenha um próximo livro daqui dez anos. Sua história tem força, mas não tanta.
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kallikrates 22/10/2022

Técnico, digressivo, desmotivacional, mas louvado pela mídia.
Eu entrei em contato com o próprio autor, reescrevi o primeiro capítulo para corrigir erros sobre o que era uma lua e um planeta. O autor achou interessante a minha versão, embora não tenha talvez gostado de alguém tornando o texto mais claro. Penso que o leitor é um consumidor, e o livro, uma mercadoria. Para o público em geral, é inadequado. O autor faz questão de escrever de forma rebuscada, embora bonita. Em algumas vezes narra de forma poética, como a chegada de Peregrino a Cantares. Sobre os detalhes técnicos, que são extensos mas uma riqueza a ser considerada, é de boa sugestão colocar vários deles como notas de rodapé. Desta forma o leitor pode optar por ler mais a respeito de alguns termos, sem ter que esquecer o contexto. Até porque há muitas coisas que não fazem parte do enredo, sendo uma riqueza de pormenores técnicos do mundo criativo do autor, que é, por sinal, muito conhecedor de linguajar militar. De tudo o que o livro é, sobressai a maior dificuldade: tentar colocar da forma mais compreensível o contexto do século vinte e cinco aos cidadãos de hoje. Ao invés disso, transporta o leitor para o futuro sem haver uma ponte entre a nossa cultura e a daquele século. O autor descreve como se ELE viesse daquele século, sem o menor compromisso em lembrar de que os leitores não são do futuro. Cita coisas sem explicação. Se a ideia era criar mistério para que o leitor se interesse em ler, acabou por perder o passo ao desconectar a linha matriz da história. Portanto, todo leitor há de ficar sem entender o que está lendo, mais cedo ou mais tarde: tal fato gera frustração e angústia ao público. O leitor comprou um livro para ler, não para ficar sem entender no intuito claro de ser culturalmente subjugado pelo insensível brilhantismo do escritor. Não há proposito em um esclarecimento sincero de fatos, situações e conceitos citados de forma corriqueira no texto, algo que, para o leitor, ao contrário do autor, não estão solidificadas em sua mente. Preriro inferir que ele pensou antes no grupo de elite intelectual restrita do que o grande público-alvo. O objetivo é não consquistar as grandes livrarias, é opção de quem escreve, eu respeito. Mas até agora está me devendo explicações num livro sem o compromisso de situar o leitor. Os personagens conversam sobre coisas que não fazem muito sentido ao leitor, e isso tem um substancial de verdade: não entenderíamos se fossemos para o século vinte e cinco. Mas A SciFi não é uma literatura do futuro, é uma previsão do futuro ADAPTADA para a nossa época e situação cultural. No intento de ser perfeito, caiu num ostracismo onde os méritos sobre os dilemas são sufocados pela falta de discernimento dos conceitos culturais à volta dos personagens. Os ganchos que movem a história não estão presentes, dando uma sensação de que tanto faz parar de ler em qualquer página do que continuar, mais parecendo um relatório de departamento público, e não um romance.
Continua sendo um livro para intelectualóides que acham que a literatura pernóstica é digna de louvor.
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