Asco

Asco Thomas Bernhard
Thomas Bernhard
Horacio Castellanos Moya




Resenhas - Asco


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Fernanda 12/06/2022

Um odioso blocão de texto
É inevitável odiar o protagonista.

O texto é duro, repugnante e extremamente bem escrito.

Um blocão de texto que se lê quase sem respirar. E, ao mesmo tempo, se reconhece as revindicações que - apesar de se referirem a El Salvador - facilmente poderiam se aplicar a todos os países da América Latina.
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Thais 06/06/2021

O livro tem uma densidade extrema até agora estou tentando assimilar tudo que li ,com um
certo ranço do protagonista
Juca Fardin 01/01/2022minha estante
Estou encantado com o protagonista; um dos melhores já conhecidos!!!!




Rodrigo1001 15/03/2024

Sem piedade (Sem Spoilers)
Título: Asco
Título original: El Asco
Autor: Horacio Castellanos Moya
Editora: Rocco
Número de páginas: 112

Atravessado pelo mais bilioso dos sentimentos e tomado por uma fúria primitiva, "Asco" é uma novela que se assemelha muito a 2 murros no queixo, dados com ambos os punhos firmemente cerrados, de baixo pra cima, a partir de um ângulo que não permite à vítima recuperar o fôlego ou absolutamente tomar ciência do que acabou de atingi-la.

É o descarrilamento de um trem.
Um encaixotamento de veículos.
Uma tragédia aérea.
Uma supernova.
Radiação ionizante pura.
Demolição.

A premissa é muito simples: emulando um relato oral no estilo do autor austríaco Thomas Bernhard, o autor vocifera um diálogo entre duas pessoas sendo que uma delas está sempre falando enquanto a outra, basicamente, só ouve. Esse diálogo-barra-monólogo ocupa todas as páginas criando grandes blocos maciços de letras.

O resultado é uma leitura vertiginosa, célere que não permite descansos ou suspiros.

Virando sua metralhadora para El Salvador, pequeno país caribenho, o personagem principal envereda em uma demolição de todas as referências a esse país, da política à religião, passando pelas tradições, pelos costumes e por tudo que é mais sagrado e elementar aos salvadorenhos.

Não sobra pedra sobre pedra.

Particularmente, eu gostei do livro, embora seu tom deveras negativo e um desejo pessoal de maior interação entre os dois personagens tenham arrefecido minhas expectativas. O autor constrói, furiosamente, um mosaico de um país pelo qual só sente nojo, desprezo e repulsa. É o seu país, mas ele não se vê como parte dele. Se torna um expectador, um estrangeiro em sua terra natal.

Não há sequer uma mísera linha positiva em todas as 112 páginas – e isso me incomodou, confesso, embora não ao ponto de não apreciar o esforço do autor em lançar uma obra como essa. Antes uma expressão de trauma do que puro desgosto e cinismo? Vai saber!

Não, não sabemos, mas cabe ressaltar, por fim, que o autor teve que se exilar do país após o lançamento do livro em razão das ameaças de morte que recebeu. Isso, por si só, já dá uma boa ideia do que você encontrará nesse livro.

Me senti como se estivesse com uma grande ferida em mãos.

Em tempo: Asco integra a coleção de literatura hispano-americana chamada "Otra Língua", organizada por Joca Terron.

Leva 3 de 5 estrelas.
edu basílio 15/03/2024minha estante
o livro ficou na coluna do meio, mas você jamais, rods. quanta visceralidade em sua resenha. um prazer de leitura 'per se'. ??????


Rodrigo1001 16/03/2024minha estante
Prazer mesmo é ler os comentários que vc, tão gentilmente, sempre faz quando posto uma resenha. Sempre me deixam muito feliz. Obrigado, Edu ?


César 19/03/2024minha estante
Tenho ele há um tempinho parado aqui, sua resenha me animou a ler




Paty 10/04/2014

Asco rendeu ao autor, além de prêmios, várias ameaças de morte. Fazer o que? Não será a primeira e nem a última vez que escritores serão ameaçados enquanto a estupidez humana guiar corações e mentes.

Com certeza esta obra merece um lugar na sua estante. Tem algo muito próximo ao que sentimos pelos políticos desse país.
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Jose 29/06/2022

É pequeno mas é trabalhoso e faz jus ao título, realmente senti asco ao ler esse livro. Numa ressaca brava dessas e ainda caio na besteira de ler um livro seco e cru desses.

Não gostei e nem desgostei...
Ricardo 05/07/2022minha estante
Kkkkkk é ruim quando isso acontece. Normalmente, abandono a leitura na metade mesmo. E procuro outro livro


Jose 01/08/2022minha estante
Olha, deu vontade. Não tô conseguindo ler nada e peguei esse que dá pra ler numa sentada mas levei bem uma semana ?




fev 09/12/2021

Cidadão de bem falando merda
Asco é como se um cidadão de bem de classe média sentasse em um bar para conversar e resolvesse falar merda sobre o seu país de origem. Não há protagonista mais irritante. É um combo de inúmeros defeitos: racismo, classismo, soberba, misoginia. É preconceito para dar e vender.

No entanto, o livro é estupidamente bem escrito. É uma leitura que te afeta. Isso é excelente. O sarcasmo presente no texto é um brinde para quem gosta. Aliás, o texto é sobre El Salvador, mas poderia ser um compêndio sobre a América Latina. É uma excelente leitura. Recomendadíssimo.
Ana Sá 09/12/2021minha estante
Sua resenha é ótima, mas paradoxalmente não dá vontade de ler o livro! ? Já estou com ranço do cara!!!


fev 09/12/2021minha estante
Ana, o ranço vem desde a primeira frase. O livro é bloco único. Não tem parágrafos. Então é uma enxurrada arrogância e prepotência. Mas vale super a pena. Kkkkkk


Ana Sá 09/12/2021minha estante
hahaha ok, vou pensar sobre!! ?




regifreitas 12/10/2021

ASCO: THOMAS BERNHARD EM SAN SALVADOR (El asco, Thomas Bernhard en San Salvador, 1997), de Horacio Castellanos Moya; tradução Antônio Xerxenesky.

Edgardo Vega, o protagonista de Moya, é, em quase tudo, um sujeito deplorável: colérico, misógino, elitista e arrogante. Quando jovem, tão logo teve oportunidade, saiu de El Salvador e foi morar no Canadá, onde trabalha como professor de História da Arte em uma universidade daquele país. Após anos vivendo em autoexílio, ele retorna ao seu país natal em virtude do falecimento de sua mãe, para cuidar das questões burocráticas envolvendo essa morte. Nunca antes havia voltado. Em um bar local, ele encontra um velho amigo de infância. É o ponto de partida dessa história.

O livro é um longo monólogo, em um único parágrafo, sem pausas, reproduzido por um interlocutor nomeado como Moya, o tal amigo de infância. Esse interlocutor ouve, mas não se pronuncia para além do “me disse Vega”, que pontua ocasionalmente o jorro verbal de indignação de Edgardo. Já este não poupa nenhum aspectos da vida política, social, cultural e mesmo da gastronomia do país que ele detesta com todas as suas forças. É uma visão pouco lisonjeira de El Salvador - amarga, indignada e por vezes extremamente afetada e esnobe.

Quando do seu lançamento, o livro fez um relativo sucesso, fazendo com que o próprio Moya, autor, chegasse a receber ameaças de morte. Muitos leitores salvadorenhos se sentiram ofendidos pela visão mesquinha e pouco patriótica do protagonista da obra em relação ao país, ao ponto de confundir o autor com sua criação ficcional. Creio, contudo, que o objetivo de Moya era principalmente chamar a atenção para os problemas do país, valendo-se para isso de um personagem muito pouco gostável e até risível, cujos ódios e rancores em relação à terra natal foram deliberadamente intensificados para esse fim.

Acompanhar protagonistas desse tipo, pelos quais a maioria dos leitores provavelmente antipatizarão, não é uma tarefa fácil. Por isso mesmo a habilidade narrativa demonstrada por Moya aqui só me faz querer conhecer ainda mais outras obras suas.
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Alan360 25/10/2021

Raivoso
É Bom livro! Narrador, Moya, relatando o discurso raivoso do amigo, Vega. Bem ao estilo de Thomas Bernhard.
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Paulo.Vitor 27/02/2023

O livro começa comentando sobre a chegada de um amigo do narrador voltando do Canadá para o El Salvador, e após isso, este amigo começa seu monólogo de bar, falando principalmente todos os motivos pelos quais ele odeia o seu país natal.
Moya escreve de uma maneira rápida, como se você ao ler, estivesse de fato ouvindo aquele conhecido que quando bebe começa a falar sem parar sobre qualquer coisa engatando um tema no outro.
Pelo título, jurei que o Asco seria relativo ao sentimento de Vega (nome do amigo) com o país, mas ao terminar, tive certeza que o título é referente ao sentimento que NÓS leitores temos de Vega, e creio que, é um sentimento forjado pelo escritor intencionalmente.
As críticas que ele faz de começo, podem até fazer sentido, porém, conforme a narrativa avança, percebemos que Vega passa a ter críticas totalmente descabidas, recheadas de todos os tipos de preconceito, tal qual vemos aqui no Brasil, que por algum motivo acham que qualquer manifestação popular, cultura ou expressão seja atual ou passada, é tida como ruim ou inferior.

A realidade é que terminamos o livro odiando Vega com todas as forças.

Na minha opinião, o livro tem justamente essa intenção, de colocar um holofote nesse tipo de crítico descabido, que na verdade, só não gosta do país em que nasceu e que, passa por cima de qualquer noção, ética, moral ou lógica para criticar sua própria cultura.

O escritor conseguiu passar muito bem o sentimento de estar numa conversa.
A edição é legal, pertence a uma coleção que vou dar uma atenção nas próximas compras.
Paguei 11 reais e considero um preço ótimo.
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Karen 11/05/2022

Mistura de sensações
Livro contado a partir do sentimento de repugnância do narrador, através de um monólogo quase sem nenhuma pausa. No meio de tanta raiva fui criando um sentimento horrível em relação a esse discurso de ódio generalizado, porém o mais absurdo é que as coisas vão começando a fazer sentido e você vai se envolvendo na narrativa. Uma experiência bem interessante, que acaba se tornando um retrato cruel e infelizmente algumas vezes real, da América Latina.
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leiturasdabiaprado 02/11/2021

O que você sabe sobre El Salvador, sobre sua cultura, seu povo e seu governo?
Nada ou quase nada? Então esse certamente não é o livro para descobrir as maravilhas de um país pouco falado da América Central.
O livro é um monólogo, o personagem principal é o Vega, um professor de história da arte que saiu de El Salvador aos 20 anos e foi para um auto-exílio no Canadá. Vegas passou 18 anos sem pisar em seu país de origem, mas teve que vir para o enterro de sua mãe e garantir sua parte na herança.
Vega é um tipo de pessoa insuportável, a tudo detesta, de tudo fala mal e critica, nem sua família escapa. Um homem solitário de 38 anos com uma visão extremamente amarga do mundo, um misógino, racista e elitista.
O livro é uma grande conversa com um amigo de infância, durante duas horas, duas doses de whisky e o som de Tchaikovsky, aonde só ele fala, o amigo, Moya, é apenas o ouvinte e quem faz os apontamentos para nos narrar os pontos de vista desse personagem tão asqueroso!
Você deve estar se perguntando: por que ler algo com uma visão tão repugnante? E a resposta é muito simples: Porque é genial!
A crítica aos padrões do chamado "homem médio", à pobreza cultural da dita classe média, aos valores invertidos... O autor não poupa críticas, se vale de um personagem ácido para desnudar a miséria moral dos homens!
O livro foi aclamado pela crítica internacional, o autor sofreu ameaças de morte por suas verdades... e a gente se pega fazendo uma analogia com o povo brasileiro que vê toda a nossa miséria política, cultural e moral sorrindo com uma lata de cerveja na mão e assistindo o futebol!
É uma bela crítica aos valores deturpados, obviamente que com uma dose exagerada de mau humor, intolerância e asco!
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Juca Fardin 04/01/2022

Rascante e necessário
Livro poderoso, ao estilo do escritor austríaco Thomas Bernhard, com sua cadência e repetição deslumbrantes. A personagem principal sou eu, sem tirar nem pôr.
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jota 04/09/2018

Asco - Thomas Bernhard em El Salvador
Em vez de Europa (Salzburgo ou Viena), América Central (San Salvador). Em vez de Thomas Bernhard, Horacio Castellanos Moya. Em vez de Extinção (Companhia das Letras, 2006), Asco (Rocco, 2013). Nesses dois livros há um personagem vivendo no exterior há bastante tempo, agora de volta para casa. O de Extinção vivia em Roma, o de Asco, em Montreal. Nem de longe eles lembram filhos pródigos. Estão voltando, a contragosto, unicamente para o funeral de um parente: o pai em Extinção, a mãe em Asco. E aí vem um retrato impiedoso do país de cada qual.

Bem, enquanto a Áustria está mais para Alemanha do que para Albânia, por exemplo, El Salvador em 1997, de acordo com Moya, estava mais para o Haiti do que para o Brasil, por exemplo. Asco foi lançado naquele ano e só chegou por aqui em 2013 (na ótima tradução de Antonio Xerxenesky), depois de fazer sucesso mundo afora, de ter despertado o ódio de muita gente e de ter rendido várias ameaças de morte ao autor salvadorenho, no entanto nascido em Honduras, assim como o austríaco Bernhard nasceu na Holanda.

Em poucas páginas Moya detona o pequeno país da América Central que, como não poderia deixar de ser, tinha – e ainda tem – muitos dos problemas que há séculos afetam as nações latino-americanas. Daí que não somos, o Brasil não é, apesar dos pesares, assim tão diferente de El Salvador: corrupção, violência generalizada, pouco caso com a educação, saúde, transportes, segurança pública, patrimônio histórico (adeus, Museu Nacional), os três poderes republicanos infestados por gente da pior espécie etc.

Procurando informações sobre o país, encontrei uma notícia de três meses passados que mostra que, descontadas muitas diferenças, há algo mais entre Brasil e El Salvador do que supõe nossa pobre imaginação. Ei-la: "Ex-primeira-dama de El Salvador, a brasileira [fulana de tal], é presa. Ela é suspeita de participar de uma rede de corrupção vinculada ao ex-presidente Mauricio Funes." Funes, como se sabe, é muy amigo do presidiário Lula. Assim como do que há de pior na América Latina: Maduro, Ortega, Morales, Kirchner...

E tem mais: em 1980 a extrema direita salvadorenha assassinou o arcebispo Oscar Romero enquanto ele celebrava uma missa em um hospital da capital. Romero frequentemente denunciava a repressão e a pobreza em seus sermões. Aqui a direita matou Chico Mendes, para lembrar de apenas um de nossos mártires. Por outro lado, Moya também nos recorda que El Salvador é "(...) um país onde os seus próprios camaradas esquerdistas assassinaram em 1975 o mais importante poeta nacional, Roque Dalton, sob a acusação de ele ser agente da CIA." Lembrou de alguém por aqui mesmo? Essas histórias não são tão estranhas assim para nós, brasileiros...

Continuando, se o leitor nunca leu Thomas Bernhard e se, menos ainda, colocou os olhos em Extinção, uma de suas obras-primas (outras são seguramente Origem, O Náufrago, Transtorno etc.), talvez então não aproveite (ou mesmo aprecie) o livro do salvadorenho em sua totalidade. Como nos livros do austríaco, através de um monólogo torrencial, pleno de crítica e acidez, o personagem de Asco demole uma cidade, um país e suas instituições, seus habitantes todos, tudo num único e longo parágrafo. No qual palavras e frases são repetidas à exaustão, de forma cadenciada como que para sedimentar com concreto a ira e a revolta despejada contra o país centro-americano.

Asco é uma pequena obra-prima e, se faz pensar (principalmente nas nossas eternas mazelas), também deve ser lida como um livro com certo humor, pois o autor foi muito além de seu objetivo explícito de, num exercício literário, imitar a escrita de Thomas Bernhard. Conforme ele mesmo admite em Nota do Autor, presente nesta edição da Rocco. Ela ainda traz o interessante posfácio de Adriana Lunardi, A Happy Hour de Moya. Asco é um livro curto, pequeno, e para repetir um clichê, se nos menores frascos estão os melhores perfumes, pode ser também que nos pequenos livros se encontrem as melhores narrativas.

Lido entre 02 e 04/09/2018. Minha avaliação: 4,7.
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V_______ 29/03/2022

Asco
Asco: Thomas Bernhard em San Salvador é o título completo desse livro do hondurenho criado em El Salvador, pequeno país da América Central, que é também o tema central de Asco.
Depois de anos vivendo no Canadá um salvadorenho volta a seu país para enterrar a mãe, ao se encontrar com um amigo de infância destila todo veneno a El Salvador, seu povo, sua cultura, costumes, política, não poupa nada e ninguém, é um verdadeiro vômito, um desabafo desenfreado quanto ao asco que sente por sua pátria.
O livro é em uma tacada só, cerca de noventa páginas de um monólogo contínuo, não há pausas, tudo é dito em um só parágrafo. O que inicialmente pode parecer tornar a leitura cansativa não o é, o autor escreve de uma forma maravilhosamente fluída e bem, quando nos damos por si o livro já tem chegado ao fim. Ótimo livro, para que procura uma leitura rápida e de qualidade recomendo-o!
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