Diego361
06/03/2018Livro superestimadoQuando ouvi falar que Knausgard seria o convidado da FLIP, pesquisei sobre o autor, que escreve uma série autobiográfica (gostei muito da do Coetzee), que tem o selo da Companhia das Letras (uma editora de elite) e decidi que leria quando tivesse a oportunidade.
Acabei abandonando quando faltavam 125 páginas. Numa resenha abaixo, uma skoober escreveu que alguém "escreveu um diário pessoal, imprimiu e resolveu chamar de romance". rsrs. É mais ou menos por aí. Se ele é o principal escritor norueguês atualmente, pelos menos na literatura contemporânea o Brasil bate a Noruega.
O livro não chega a ser ruim, não mesmo. Mas acho injustificado esse sucesso que dizem que o autor faz. Ele é muito descritivo e detalhado em situações banais que a mim, me pareceu, serve mais para aumentar o número de páginas (cada livro da série tem mais de 400 páginas) do que contribuir com a história.
Tem partes que são asssim: "Terminanos o show, fui até o estojo, abri-o, levantei a guitarra e a coloquei dentro do estojo, depois o fechei", ou "Abri o armário da cozinha, peguei a lata de café, abri, enfiei a colher, fechei a tampa, coloquei o café no copo e comecei a mexer", ou ainda "Entrou no carro, afivelou o cinto, dirigiu-se lentamente para o rodovia, parou antes de entrar na rua, virou à direita e seguiu o caminho". Penso que lhe faltou um feedback, de um editor ou de alguém próximo (é comum entre os autores americanos), indicando que a história poderia ser mais dinâmica, mesmo que estivesse descrevendo todo um processo que levava ao título da obra.
Sem a forte recomendação de alguém confiável, não lerei outro livro da série.