As Flores do Mal

As Flores do Mal Charles Baudelaire




Resenhas - As Flores do Mal


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Dan 18/02/2010

Suspiro Baudelairiano
Como pode alguém conseguir equilibrar o lúgubre com o brilhante, a podridão com a beleza, o desabrochar das flores com o florescer do ódio?
Quem dera um dia eu tivesse uma retalho de Baudelaire nos meus ossos.
Rafael 30/09/2010minha estante
Esse eu também li, provavelmente o livro que está com você É MIO, FEA !!!! Mas pode ficar com você se você continuar escrevendo suas resenhas...




Lista de Livros 22/12/2013

Lista de Livros: As flores do mal, de Charles Baudelaire
Spleen (LXXVIII)

Quando o céu plúmbeo e baixo pesa como tampa
Sobre o espírito exposto aos tédios e aos açoites,
E, ungindo toda a curva do horizonte, estampa
Um dia mais escuro e triste do que as noites;
Quando a terra se torna em calabouço horrendo,
Onde a Esperança, qual morcego espavorido,
Sua asa tímida nos muros vai batendo
E a cabeça roçando o teto apodrecido;
Quando a chuva, a escorrer as tranças fugidias
Imita as grades de uma lúgubre cadeia,
E a muda multidão das aranhas sombrias
Estende em nosso cérebro uma espessa teia,
Os sinos dobram, de repente, furibundos
E lançam contra o céu um uivo horripilante,
Como os espíritos sem pátria e vagabundos
Que se põem a gemer com vez recalcitrante.
– Sem música ou tambor, desfila lentamente
Em minha alma uma esguia e fúnebre carreta;
Chora a Esperança, e a Angústia, atroz e prepotente,
Enterra-me no crânio uma bandeira preta.
*
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Cleber 30/11/2023

Flores do mal
Agora já é um dos meus poetas favoritos.
Deixo alguns trechos

Prefácio da flores

Não é para minhas mulheres, minhas filhas ou minhas irmãs que este livro foi escrito; assim como também não para as mulheres, as filhas ou as irmãs de meu vizinho. Deixo essa função para aqueles que têm interesse em confundir as boas ações com a bela linguagem...


Que me encontrasse ? peço, brado ?
À noite, numa via escura.
Ela veio! ? louca criatura!
Todo mundo é um pouco aloucado!


o heautontimoroumenos

Sem cólera eu te baterei,
Tal um carniceiro sem medo,
Tal como Moisés o rochedo!
E de tua pálpebra farei,
Para meu Saara saciar,
Brotar águas do sofrimento.
Meu desejo irá, com alento,
Nos prantos salgados vogar
Tal navio que se desatraque,
E em meu peito (que embriagarão)
Teus soluços retumbarão
Tal um tambor que bata o ataque!
Não serei eu um falso acorde
Nessa divina sinfonia,
Graças à voraz Ironia
Que me estremece e que me morde?
Está na voz que vocifera!
É meu sangue, um veneno baço!
Sou um sinistro espelho, aço
Onde ela se mira, a megera.
Sou a lâmina e sou a dor,
O tapa e a face que o incomoda!
Sou os membros e sou a roda,
A vítima e o torturador!
Vampiro de meu coração,
Sou um desses abandonados
Ao riso eterno condenados
E que nunca mais sorrirão!
Thais645 30/11/2023minha estante
Que lindo...


AndrAa58 08/12/2023minha estante
Não tenho familiaridade com poesia, gostaria de ter. Por onde começo? Acha que pessoa seria uma boa porta de entrada?




Diego Rodrigues 14/11/2021

Extraindo do mal a beleza
Nascido em Paris, em 1821, Charles Baudelaire foi um poeta, crítico e tradutor francês, precursor do simbolismo e da poesia moderna. Aos 6 anos de idade perdeu o pai e teve uma juventude conturbada, marcada por expulsões do colégio e desavenças com o padrasto. Ao atingir a maioridade e receber a herança do pai, degringolou de vez. Passou a levar uma vida boemia e gastou metade de sua herança em apenas dois anos, o que levou a um novo conflito familiar e o bloqueio de sua herança por intervenção da própria mãe. Começou sua carreira literária escrevendo em periódicos e publicou sua primeira obra em 1845. Redigiu textos de crítica, artes plásticas, poemas e traduziu para o francês obras de Edgar Allan Poe. Essa última experiência serviu não só para que Poe irrompesse no velho continente, como também influenciou profundamente o próprio Baudelaire. Infelizmente a vida regada a álcool e drogas cobrou seu preço: os problemas financeiros e de saúde o acompanharam até seus últimos dias. Morreu em 1967, em Paris, depois de três anos sofrendo com as graves sequelas deixadas por um AVC que sofreu enquanto estava na Bélgica.

Sua obra prima, "As Flores do Mal", é um conjunto de poemas publicado pela primeira vez em 1857. Seis de seus poemas foram imediatamente censurados sob a acusação de ferir a moral pública (para o desespero de Baudelaire, que defendia a obra como um todo e via o corte de poemas como uma verdadeira amputação). Sem outra alternativa, Baudelaire decidiu retocar toda a obra, o que acabou resultando em 35 novos poemas. A nova versão foi considerada pelo próprio poeta como superior a anterior. Olhando em retrospecto, não é difícil entender o porquê do rebuliço que a obra causou na sociedade francesa do século XIX. Antagonizando o romantismo, Baudelaire abordou temas nada convencionais em sua obra, lançando mão de cadáveres, doentes, criminosos, bêbados e prostitutas como matéria-prima para compor seus poemas. Quem diria ser possível extrair o belo do feio e fazer da depressão, do medo, da loucura, da luxúria e da morte, poesia? Não é por acaso que a obra revolucionou não só a poesia mas a literatura como um todo, influenciando mestres como James Joyce, Marcel Proust, Thomas Mann, Rimbaud, Mallarmé e Eliot. Com suas flores, Baudelaire mostrou que sim, era possível fazer bela arte do lado mais podre do ser humano.

Esse é o primeiro livro de poesia que leio do início ao fim (sim, até então eu só tinha lido poemas avulsos) e o que tenho a dizer é que a forma como nos relacionamos com um livro de poesia é bem diferente, por exemplo, de um romance. Ao mesmo tempo em que é uma leitura mais casual (do tipo que a gente pega pra ler em qualquer hora e lugar), tem também o poder de conversar mais direta e profundamente com a gente. Talvez ainda mais no caso de Baudelaire, que toca fundo em nossas tristezas, medos e inquietações que nem sempre estão visíveis em nossas superfícies. Seus poemas são altamente depressivos, melancólicos e pessimistas, mas não nocivos. Não são do tipo que entristecem, muito pelo contrário, de certa forma, confortam. Li e reli, guardei trechos, revisitei os poemas que mais gostei e voltei pra reler alguns que não tinha entendido. Há muito tempo não tinha um "relacionamento sério" assim com um livro. Sem dúvida umas das melhores experiências de leitura que já tive. Já sinto falta da minha dose diária de poesia e sinto que esse será um daqueles livros que, de tempos em tempos, a gente pega na estante e abre numa página qualquer pra matar a saudade.

Quanto a edição da Penguin, ela conta com tradução, organização e introdução de Júlio Castañon Guimarães e três ricos apêndices de J. Barbey D'Aurevilly, Guillaume Apollinare e Paul Valéry. Os poemas em sua língua original estão sempre dispostos na página ao lado da tradução (a gente acaba aprendendo um pouco de francês) e, o mais importante, o volume respeita a estrutura da última edição retocada pelo próprio autor, em 1861. Baudelaire faleceu em 1867 e não conseguiu organizar a tão sonhada edição definitiva da obra. O livro ganhou uma edição póstuma em 1868, onde foram incorporados novos poemas, mas essa havia sido organizada por terceiros e ia contra a ideia de integridade da obra que Baudelaire tanto defendia. Essa nova leva de poemas, bem como os censurados, podem ser conferidos nos extras dessa edição. Ou seja, a edição da Penguin tem tudo para que o leitor tenha a melhor e mais completa experiência de leitura, trazendo a obra como foi pensada pelo próprio autor, mas não deixando de fora o material que saiu posteriormente.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Zé Vinicius 12/11/2023

Cuidado
Tem pouco tempo que você ler poesia e não tem costume com linguagem mais rebuscada? Então esse livro não é para você! O livro carrega lindos poemas sobre morte, tristezas, bebedeiras e além de tantas outras coisas, porém para entender a maioria você precisa ter paciência e muito vocabulário, eu não gostei da obra pelo motivo de não ter os atributos acima, boa leitura
Eduardo 12/11/2023minha estante
Concordo com você. E entendo a importância da obra, mas na minha opinião um livro que requer que eu seja um erudito para entendê-lo e apreciá-lo, não consigo considerar "universal".


Zé Vinicius 13/11/2023minha estante
Isso mesmo Gustavo, fica difícil assim né kkk




13marcioricardo 08/08/2022

Extraindo a Beleza que existe no Mal.
Este é, muito provavelmente, em termos de edição, o livro mais bonito que já li. E Charles Baudelaire é o pai da modernidade literária, só por isso já vale a pena conhecer.

Acredito que sempre se perde algo nas traduções e que isso é ainda mais verdade quando se trata de poesia. Nesse sentido, longe de querer me queixar desta tradução, que aliás me parece muito boa, mas creio que a obra original seja ainda melhor.

Baudelaire deixa clara a sua riqueza lexical ao longo de toda a obra e, nas últimas páginas, ao descrever o que achava da sua obra, pessoa, povo, nação e do seu tempo, podemos confirmar que além de poeta de mão cheia, era também um verdadeiro escritor na prosa, na mente e nas ideias.
Roberta 08/08/2022minha estante
Eita. Deve ser bom!


13marcioricardo 08/08/2022minha estante
Eu tinha grandes expectativas, e confesso que esperava mais. Ainda assim, acho que merece as cinco estrelas.


@oikrystyan 08/08/2022minha estante
Se eu não me engano, hoje seria aniversário dele




MdosSantos 20/07/2021

Bom
Diferente dos demais livros do gênero que eu li, estou contente, por esse, leria mais.

Recomendo como passa-tempo
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Filipo.Ludema 10/10/2022

cxvi - uma viagem a citera
Meu coração, um pássaro, volteava airoso
E livremente em torno aos cordames planava;
O navio, sob céu sem nuvens, ondeava
Como um anjo embriagado por um sol radioso.

Que ilha é essa, triste e negra? – É conhecida
Como Citera, célebre pelas canções,
Eldorado banal para alguns solteirões.
Mas, vejam – é só uma terra empobrecida.

– Ilha de enredos leves e de festas da alma!
Da Vênus ancestral o espectro luminar
Como um aroma plaina acima de teu mar,
E insufla nos espíritos amor e calma.

Ilha de mirtos verdes e flores viçosas,
E sempre venerada por qualquer nação,
Onde suspiros de almas em adoração
Rolam tal como o incenso em um jardim de rosas

Ou o som de um torcaz para sempre a arrulhar!
– Citera eram desertos pobres, perturbados,
Além de pedregosos, por gritos afiados.
Eu no entanto entrevia um objeto invulgar!

Não era um templo em meio a sombras pastorais,
Onde a sacerdotisa, que adora flores,
Ia, o corpo queimado de ocultos ardores,
Entreabrindo o vestido às brisas casuais;

Mas como íamos rente à terra, costeando,
Para com as velas brancas perturbar as aves,
Vimos tratar-se de uma forca de três traves,
Contra o céu, tal cipreste, em negro se avultando.

Feras aves pousadas em sua comida
Destruíam um enforcado como que maduro,
Plantando a ferramenta de seu bico impuro
Onde quer que sangrasse carne apodrecida;

Os olhos, dois buracos; do ventre estripado
Seu intestino pelas pernas lhe corria;
E os carrascos, saciados com a atroz iguaria,
Haviam-no a bicadas de fato castrado.

A seus pés, uns quadrúpedes ambiciosos;
De focinho para o alto, o rebanho rondava;
Um animal maior no meio se agitava
Tal um executor com auxiliares ciosos.

Morador de Citera, filho de céu tão
Belo, em silêncio tu sofrias os insultos,
Como em expiação de teus infames cultos,
Das faltas que proibiram tua inumação.

Ridículo enforcado, as dores com que brigas
São minhas! Senti, vendo teus membros pendentes,
Subir, tal como um vômito, até os meus dentes,
O longo rio de fel dessas dores antigas;

Diante de ti, meu pobre-diabo tão prezado,
Suportei maxilares e bicos cruciantes
Com que panteras-negras, corvos lancinantes
Trituravam-me a carne de muito bom grado.

– Com um céu sedutor e um mar que reluzia,
Tudo era para mim sangrento, negro, avesso;
Meu coração estava, como que num espesso
Sudário, amortalhado nessa alegoria.

Em tua ilha, Vênus, só pude encontrar
De pé a forca simbólica onde minha imagem
Pendia... – Ah! Senhor! dai-me força e coragem
Para sem asco meu corpo e alma contemplar!
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Mariana Dal Chico 25/08/2020

“As Flores do Mal” de Charles Baudelaire, originalmente publicado em 1857, logo foi alvo de censura e ganhou uma segunda edição com 6 poemas suprimidos e inclusão de mais 35, em 1961.

Esse foi um livro que me acompanhou por muitos meses, de fevereiro a junho.

Fiquei encantada com a ousadia do autor ao introduzir temas como prostituição, álcool, drogas, decadência do corpo humano, diabo; na poesia que até então, exaltava a Beleza das coisas. Baudelaire protesta contra qualquer tentativa de embelezamento da realidade e da romantização do amor.

Sua estrutura vem da poesia clássica, mas as palavras cirurgicamente empregadas se aproximam da fala do homem comum de sua época, que até então não eram consideradas vocabulário para arte escrita.

Em alguns momentos, o tema central do poema é a cidade, um marco na escrita do autor. A multidão é um elemento constante em seus poemas, mas dificilmente se encontra uma descrição específica dela, sabemos que a massa está presente pelo que se destaca através dela.

Foi uma experiência de leitura maravilhosa, já reli diversos poemas ao longo desses meses e tenho certeza que manterei esse hábito por muitos anos. Entrou para a lista de favoritos da vida.

A minha edição bilíngue é da @penguincompanhia reúne a publicação de 1861 e poemas acrescidos postumamente em 1868, a apresentação e tradução são de Júlio Castañon Guimarães, e ainda conta com textos de J. Barbey DÁurevilly, Guillaume Apollinaire e Paul Valéry.

“…
A invejar dessa gente a paixão persistente,
Das putas velhas, sua fúnebre alegria,
E todos negociando ali, alegremente,
Um sua beleza, outro a honra vazia!
…”
[trecho de O Jogo, p. 305]

site: https://www.instagram.com/p/CD6Z_htjpa3/
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Carla.Zuqueti 15/04/2023

Para causar incômodo
O livro de poesias ?As Flores do Mal? é considerado um marco na poesia francesa da época. Isso porque a França passava por uma mudança social em busca da modernidade, conflitando com valores interioranos. É para refletir esse ambiente que Baudelaire escreve essa coletânea de poesias.

Nessa versão do livro da editora Martin Claret, além de ?Flores do Mal?, ainda há um prefácio detalhado e a inclusão de algumas poesias incluídas posteriormente ao primeiro lançamento e poesias rejeitadas pela época.

Nem sempre a beleza é óbvia e o poeta tenta mostrar a beleza de outros ângulos.

O que achei? Que se o poeta queria causar impacto conseguiu. Realmente é um livro com poesias marcantes e algumas um tanto doentias pro meu gosto. Muitas citações sobre o mal, até mesmo glorificando o mal - não faz meu estilo. Talvez eu seja cristã demais para apreciar a obra sem preconceitos. Mas não me acrescentou muita coisa além de incômodo.
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Silvia Andrade 27/03/2011

As Flores do Mal: Provocação, Degradação e Beleza em Baudelaire

As Flores do Mal, livro publicado em 1857 pelo poeta Charles Baudelaire, é considerado um marco na produção literária do fim do século XIX. Com suas Flores do Mal, o poeta inventa uma linguagem na qual a realidade grotesca interage com a linguagem sublimada do Romantismo (Auerbach).
Para se entender melhor a poesia de Baudelaire e suas características tão peculiares, é preciso ater-se no ambiente e na época em que o poeta transitava. Tanto o país (França), como a capital (Paris) vivia os deslumbres da modernidade. Paris, a grande cidade, apresentava os contrastes entre o velho e o novo, resquícios do passado e apontamentos da modernidade e, por sua vez, essa alteração interferia nas relações sociais (modernidade alterando o perfil da sociedade). A época, resultado do processo de antropofização, proporcionava uma valorização do individualismo, do olhar voltado para a exterioridade, para o concreto, deixando de lado a vida interior.
A produção poética de Baudelaire manifesta este contraste entre a modernidade e os valores da interioridade. Esse conflito gera, como traço caracterizador de sua poesia, elementos como a degradação, a provocação e a beleza. Segundo o crítico Otto Maria Carpeaux, Baudelaire foi um poeta que escreveu com maestria sobre o dilema de uma época e os efeitos que esse dilema causava à sensibilidade do poeta. Lê-se:

A poesia de Baudelaire exprime igualmente as convulsões do seu tempo e a angústia de todos os tempos. Eis a relação da sua poesia, na aparência tão sofisticada, com a vida, relação sem a qual não há grande poesia. E Baudelaire é um poeta muito grande (pág. 124).

Elementos como a provocação e a degradação revelam o estado de ânimo do autor (geralmente o tédio) que faz com que o poeta reflita sobre seu tempo, sentindo um desconforto, mantendo-se sempre no lugar do inadaptado social. Baudelaire ao ser provocativo, criticando a hipocrisia e a alienação social, acaba por revelar a degradação que o meio provoca e, consequentemente, passa. A beleza principia-se justamente a partir da degradação. Segundo o escritor Carlo Argan, a beleza é um artifício que pode surgir dos elementos mais inesperados:

O belo pode-se distinguir em tudo o que sai do acostumado, do normal e do mediano. Inclusive o feio e o cômico, levados ao limite, são belos... o artista tem o dever de ser uma exceção, de sentir mais que os demais e de maneira distinta; só marginalizando-se da sociedade pode estar em condições de analisar, interpretar e, dentro dos limites de suas possibilidades, orientar e dirigir a sociedade (pág. 78).

A beleza em Baudelaire não combina com a normalidade. A beleza está, como escreve Argan, no limite.
Lincoln 06/09/2019minha estante
Muito boa, completa e suscinta tua resenha. Obrigado!




Krishna.Nunes 10/01/2024

Uma bela surpresa
Considerada a obra-prima de Baudelaire, a coletânea de poemas "As flores do mal" impactou a sociedade da época e influenciou tudo o que viria depois, não só na poesia mas na literatura em geral.

Inicialmente o livro foi desacreditado pelos editores, alguns dos quais chegaram a desaconselhar o autor de publicá-lo, alegando que a repercussão da obra destruiria sua reputação e sua carreira. E a obra de fato suscitou polêmicas e teve alguns poemas censurados por serem considerados imorais.

Por conter referências a Poe, Dante, Virgílio, Ésquilo e outros autores, As flores do mal chegou a ser acusado de plágio. Mas a originalidade desses poemas basta para derrubar qualquer suspeita. Eles também trazem inúmeras referências aos mitos gregos e cristãos, e contam, inclusive, com uma inusitada oração a Satã.

Rompendo prematuramente com o romantismo, que era o movimento predominante na época, essa surpreendente seleção de poemas trata de temas inovadores como morte, miséria, crime, prostituição, cadáveres, sonhos, anjos e demônios, doença, prazeres e - seja de forma explícita ou velada - muito sexo.

Esses textos, muitas vezes depressivos ou melancólicos, outras vezes ácidos e irônicos, são capazes de despertar no leitor uma miríade de sentimentos de angústia, tristeza e inquietude mesclados com pitadas de diversão. Sendo extremamente criticado por "não terem um propósito", os poemas dessa coletânea cumprem exatamente o propósito estabelecido pelo autor: Extrair do Mal a beleza; encontrar no medo e na loucura a poesia.
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Max 15/05/2023

O "maldito"...
Obra prima do poeta "maldito" francês, Charles Baudelaire.
Ele era aquele típico poeta, sensível, sofredor, boêmio, marginal. Contendo temas polêmicos, muito à frente de sua época, foi incompreendido pelo público e crítica. O que chega ao nosso tempo é uma obra atemporal, sólida e muito original. Como em todo livro de poesia, é necessário a atenção para apreciar as pérolas espetaculares que se encontram aqui e ali.
Tendo eu um francês sofrível, nesta edição primorosa, bilíngue, vale destacar a também inspiradora tradução feita por Mário Laranjeira, um deleite!
Super recomendo! ?
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Amanda 16/11/2022

.
?dá um tempo, ó minha dor, controla tua agressividade.

tu querias a noite; Aí está; ela vem descendo;

uma atmosfera sombria já envolve quase toda a cidade,

uns encontram a paz; outros seguem padecendo.?
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