O diabo no corpo

O diabo no corpo Raymond Radiguet




Resenhas - O diabo no corpo


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Jess 03/02/2024

Radiguet escreveu um chef-d??uvre, um livro que traz nos detalhes as dificuldades de se amar, sobretudo quando falta a maturidade e a responsabilidade com os outros.

O narrador, mais maduro e mais conhecedor agora do seu poder de manipulação, nos conta a história de como amou no auge da adolescência. Mas o que chama de amor talvez devesse ou pudesse ter outro nome: poder. Não se tratava apenas do amor de Marthe, mas de tê-la à disposição, de subjugá-la, de fazê-la refém.

Ao menos, a crueldade da sua narrativa nos faz perceber que existe um padrão em certas relações, o qual é mantido por séculos de tradição e costumes.

Gostei da frieza da história, do distanciamento dos personagens, de como todos se mostraram piedosos e, ainda que temerosos, de como ajudaram um casal que vivia prodigiosamente na iminência de um futuro incerto e caótico.
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@letravermelha 26/01/2024

Amei ! Escritor jovem é prodígio.
"Eu desejava ser logo bastante forte para poder passar sem o amor, não precisando assim sacrificar nenhum de meus desejos, Eu ignorava que, servidão por servidão, mais vale ser vassalo do coração que ser escravo dos sentidos."

Publicado pela primeira vez em 1923, " obra-prima de um romancista de dezessete anos", Raymond Radiguet colocou tudo de si nesta obra e no seu personagem principal. Ambos viveram as mesmas aventuras amorosas , em idades iguais. 
Uma experiência notável na qual Radiguet presencia quando jovem , define bem todo o enredo: "um casal a se balançar no barco. Eles oscilam cada vez mais forte e mais alto, inebriados , e as junções do balanço gemem. De repente, a cadeia se rompe". 

Essa é a história de um jovem adolescente, entre 14 e 16 anos ,que se apaixona por uma mulher mais velha e comprometida. Casada com um soldado combatendo na guerra , eles vivem um amor proibido , pouco importando o escândalo e a tragédia iminentes. Oque poderia ser algo pouco convencional,  mas comum , torna-se a aflição de ambos. 
Despertando em si e no leitor um turbilhão de sentimentos, os amantes levam essa aventura até as últimas consequências. Um final não restando dúvida que, como saiu na imprensa na época, Radiguet era um adolescente prodígio ao compor essa que seria sua obra prima.

O que dita o tom da narrativa é a ambivalencia do amor desse jovem, que ora ama , ora odeia. De tanto amar , amava cada vez menos . Então percebido a falta desse amor tornava a amá-la. como alguém que passa diversas vezes pelo mesmo objeto no quarto , deixa de nota-lo , e tendo esquecido sua existência, torna a percebê-lo novamente.

O autor revela as nuances terríveis que podem adotar um amor juvenil, oriundo de um rapaz muito inteligente e precoce, mas imoral e cínico,  perverso e manipulador ,  quando este encontra uma apaixonada mulher inocente , ainda que mais velha. Radiguet revela como essa junção não poderia ter outro fim se não trágico. A infelicidade é certa e o tormento é inevitável.

Uma novela inteligente e emocionante,  principalmente se tratando de um adolescente de dezessete anos . Não atoa foi aplaudida pela crítica. Super recomendo!
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Kvvvnn 01/01/2024

Bom
Um romance denso e substancial, que não falha nas figuras centrais e mantém um enredo consistente. Desde o início, apresenta um elemento intrigante e o desenvolve. O fim me surpreendeu; não imaginava que o autor teria as bola para isso.
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Sara 30/11/2023

Um jovem autor
Um garoto, jovem demais para aventuras românticas e egoísta demais para se ter uma amante. Maduro em demasia para sua idade mas imaturo para a vida.

Essa é a história de um jovem rapaz que tem aventuras românticas com uma mulher casada e não conhece os limites da decência e do decoro.

Radiguet tem um modo único de cativar o leitor.

Ele tinha apenas dezessete anos quando escreveu este livro.
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Caroline Vital 30/10/2023

Lido em 2019. Adorei. Um romance bastante Machadiano.
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Bia França 08/10/2023

Sim, é um amor juvenil, mas isso não tira a caracteristica de manipulador que o protagonista apresenta desde muito cedo, além de ser extremamente egoista e por vezes cruel. Não, isso não é infantil. O autor consegue nos passar a agonia que paira sobre qualquer amor cladestino, será que ama, não ama, quer desistir mas ão tem coragem para assumir ou sumir, será que algo deu errado, foram descobertos, ansiedade, dramas além da medida... pensamentos estapafurdios. Enfim o autor apesar de jovem conseguiu escrever um romance realmente bom, com liberdade e crueza que poucos são capazes. E tem outra caracteristica prodigiosa: cheio de passagens dignas de reflexão para a vida. Vários já foram citados, mas gostaria de citar esse trecho por conter certa dose de psicanálise (conhecimentoesse que nos faz surpreender ainda mais com o jovem autor): "Os momentos em que não podemos estar mentindo são precisamente aqueles em que mais mentimos, sobretudo a nós mesmos." O fim trágico era previsível... de algum modo esses tipos de amores sempre o são. E aí de quem vê nisso uma simples sem vergonhice, como disse Radiguet é porque lhes "falta imaginação".
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Rafaela.Cruz 16/04/2023

Tão novo?
? e com uma escrita tão dramática e tocante. Seria genial se tivesse mais tempo. Gostei bastante. Nos leva a pensar sobre sociedade de modos distintos.
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Charleees 28/03/2023

O DIABO NO CORPO - Raymond Radiguet

Raymond Radiguet, escreveu o romance entre seus 16 e 18 anos. Morreu precocemente de febre tifóide aos 20 anos, em 1923.

Assim como o personagem do livro em questão, a vida de Radiguet foi intensa, embora breve. Começou sua incursão literária com um livro de poemas - As Faces em Fogo depois veio O diabo no Corpo que foi bastante elogiado pela crítica, embora a sociedade da época tenha se chocado com o teor da história e O Baile do Conde d'Orgel publicado postumamente, tudo isso fez com que a vida curta do escritor parecesse tão maior do que foi.

A forma como Radiguet escreve O diabo no Corpo também o faz parecer mais velho e sabedor de mais coisas da vida, visto que o mesmo foi escrito na adolescência do escritor.

A história no primeiro momento é simples: um colegial na passagem dos 15 para os 16 anos se apaixona por uma mulher um pouco mais velha que ele, Marthe de 19 anos. No começo da história ela está noiva de um soldado e logo se casa, o marido é combatente na Primeira Guerra Mundial e justamente esse fato de o grande enganado da história ser um soldado da Guerra que não agradou a sociedade que ainda lidava com as cicatrizes do difícil período.

O livro é todo trágico e a relação do casal é extremamente doentia a ponto do jovem desejar que o marido de Marthe morra na guerra para que assim possam viver o amor entre os dois livremente, desejar que a amada se suicide como prova do amor que sente por ele.
O livro vai tratar das relações amorosas no seu estado quase que beirando a loucura. Não é um livro de grande enredo, mas é a forma como Radiguet o escreve que torna tudo melhor.

Talvez seja verdade que o amor é a mais violenta forma de egoísmo - página 118
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Ramon 11/03/2023

...
"Um homem desregrado que vai morrer e não suspeita, subitamente ordena tudo à sua volta. Sua vida muda. Ele arruma os papéis. Levanta-se cedo, deita-se em boa hora. Renuncia a seus vícios. Os parentes e amigos se felicitam. Daí sua morte brutal parecer tanto mais injusta. Ele ia ser feliz"
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arthur966 04/11/2022

nada se parece menos às coisas do que aquilo que lhes é bem próximo. um homem que esteve perto da morte acredita conhecê-la. no dia em que ela se apresenta, por fim, ele não a reconhece: "não é ela", diz ao morrer.
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Ster 03/02/2022

O romance descreve o amor em descoberta de maneira natural, não deixando de ser intenso. Todos os sentimentos descritos, todas as incertezas, as dores e a submissão ao desejo - não somente físico, foram muito bem captados pelo autor, qual sinto muito por não ter tido a chance de vivenciar o real sucesso de sua obra. De fato, "ele ia ser feliz".
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Catarine Heiter 19/10/2021

Um romance intenso e imaturo entre dois jovens, cujo desfecho trágico e previsível se aproxima daqueles que mais abomino em livros do gênero. Tinha tudo para eu não gostar, mas eu amei! A linguagem direta, enfática; me fez sentir toda a angústia deste amor “infantil”. Que texto brilhante! A pouca idade do autor e a relação biográfica estabelecida com a obra só a fez crescer aos meus olhos. Pouco me importei se eu já sabia como tudo iria terminar; pois assim como eles, eu estava ali sentindo a insegurança, a inexperiência, as oscilações de humor e, acima de tudo, a intensidade típica dos amores imaturos!

Esta leitura foi motivada pelo Desafio DLL 2021, na categoria ‘Clássico’
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Rafa 16/06/2021

É impressionante como um autor tão jovem, de apenas 17 anos, conseguiu escrever uma obra tão marcante, com personagens tão vivos e uma narrativa tão cativante.

Virou um dos meus livros favoritos, recomendo a todos lerem um dia caso tenham mínima curiosidade.
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Alê | @alexandrejjr 03/04/2021

Pecado íntimo

Amar perdidamente alguém é um ato de coragem. Mas amar perdidamente um amor proibido, como é o caso das traições, é um pecado íntimo. E essa é a proposta de “O diabo no corpo”.

Raymond Radiguet nos deixou jovem demais. Falecido aos 20 anos, pouco tempo depois do lançamento de “O diabo no corpo”, sua estreia na literatura, o autor foi um prodígio do qual nunca conheceremos o futuro promissor que o aguardava. Mas não será preciso.

O romance (ou novela?, nunca saberei distinguir) gira em torno de um jovem com 16 anos que se apaixona por uma mulher mais velha - mas não tão mais velha - que se casa com um soldado que está na guerra. A premissa romântica clássica é enganadora, pois o livro oferece muito mais que amor e tragédia, fórmula shakespeariana de sucesso que arrebata corações e atravessa séculos.

Narrando em primeira pessoa, Radiguet oferece pontos de vista maduros para um jovem estudante francês no início do século XX. São várias as dúvidas que permeiam o amor proibido: há uma idade certa para amar alguém? E o nosso amor, para ser verdadeiro, deve pertencer a outra pessoa? A quem de fato cabe uma traição, ao traído ou ao traidor? São questões profundas que talvez até os mais velhos dos amantes não saibam responder. Além disso, leitores que marcam compulsivamente trechos, preparem-se: são várias as belas e curtas frases com fundo filosófico, mostrando que não importa o tamanho de um bom livro.

“O diabo no corpo” é permeado de romantismo, mas que nem por isso deixa de apresentar questões naturais (e reais) para todos que se deparam com esse sentimento incontrolável chamado amor. Com um final competente, mas previsível, Radiguet mostra que os grandes amores e os grandes amantes ainda são mais interessantes na ficção do que na realidade. Afinal, como lembra o tradutor Paulo César de Souza no posfácio, quando questionaram Radiguet sobre a sua falta de vivência para escrever sobre tal experiência amorosa, o autor respondeu: “Mas gostaria de saber em que idade se pode dizer: ‘Eu vivi’. Esse uso do tempo passado não implica logicamente a morte? Por mim, creio que em qualquer idade, mesmo a mais tenra, já vivemos e começamos a viver.” É preciso dizer mais alguma coisa?
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laiscguima 25/03/2021

Livro curto e com uma boa prosa, recomendo como leitura para um fim de semana de descanso.
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