Ronaldo Thomé 06/07/2022
Eu Sou Viúvo de Quem?
Mais uma bela surpresa da nossa literatura contemporânea - e totalmente nacional! Fabrício Carpinejar se tornou famoso nos últimos anos pelo
seu bom trabalho literário, principalmente contos e crônicas.
Este seu exemplar pende para a prosa poética, entregando um belo resultado, onde se nota um vigor literário, boas imagens visuais e um bem vindo frescor. Carpinejar, aqui, encarna um personagem sofrido, triste e revoltado, revirando suas entranhas em busca de uma resposta que nunca vem - quem é aquela que ele amou? Por que houve o abandono - e quem abandonou quem?
O livro é todo voltado para a dor e a decepção amorosa, evocando aquele sentimento de perda e degradação que acompanha um homem abandonado, e que deixou de buscar os sentidos de sua vida. De início, os textos se mostram meio repetitivos, até meio cansativos; no entanto, a obra e seus textos parecem crescer e se desenvolver, de modo que da metade para frente muitos chavões e lugares comuns são substituídos por ideias bem originais, interessantes.
Em suma: um bom trabalho, que vale muito a pena, podendo ser lido para passar o tempo, ou mesmo para boas reflexões.
Recomendado para: quem quer um trabalho poético com densidade, mas ao mesmo tempo leveza, e que possa acompanhar você em mais de uma situação. Nesse primeiro contato com Carpinejar, a palavra que vem à mente é versatilidade.
Nota: 8,0 de 10.