Felipe 27/12/2020
King pra quem não gosta de terror
A indústria editorial é dividida em segmentos. Um deles é o da literatura do horror, o qual não apenas seduz jovens leitores como os fidelizam e os mantém mesmo após amadurecerem e envelhecerem. O objeto principal da literatura do horror é o medo. Dos autores do gênero, Stephen King é, sem sombra de dúvidas, um dos mais importantes. Atualmente, ele é considerado o mestre do terror da contemporaneidade.
Autores do gênero têm no preconceito contra o terror um grande obstáculo para obterem êxito comercial. Aqui no Brasil, embora fiel, o nicho é bem modesto. O preconceito é compreensível: por que ler um livro de um gênero tão violento em meio a um mundo cuja violência já é enorme?
Há controversas em relação a isso. Contudo, é ele que explica por que muitas pessoas se recusam a ler narrativas de terror. Uma delas foi Naomi King, filha de Stephen King, que aos 13 anos temia livros de terror. Stephen King, nesse contexto, escreve “Os Olhos do Dragão”, obra aqui resenhada.
A história contada no livro é bem diferente do que Stephen King costuma entregar aos seus leitores. Tudo se passa no reino de Delain, que tinha Roland como rei. Ele era considerado um rei mediano, e na época no qual o enredo do livro se passa já tinha 70 anos.
Roland se casou bem tarde. Sua mãe governou Delain por muito tempo. Aos 50 anos, Roland ainda não tinha filhos. Um rei sem herdeiros era um grande problema. Para solucionar o problema, Roland escolhe uma mulher com a qual se casaria. Sasha era o nome da escolhida.
A esposa do rei tinha 17 anos de idade, 33 anos a menos que ele. Roland chegou a idade que possuía sem grande conhecimento sobre o processo de reprodução humana. Tinha, também, problemas com a ereção, precisando tomar porções preparada por Randall Flagg, mago conselheiro, para resolvê-los. Roland e Sasha dormiam em quartos separados.
Quatro anos após o casamento, rei e rainha têm o seu primeiro filho, Peter. A ocasião não precisou das porções de Randall Flagg. Peter era um menino bastante talentoso e tinha grande afeição de seus pais. Thomas, o segundo filho de Roland e Sasha, não teve a mesma sorte: por não possuir os mesmos talentos de Peter, não conseguiu conquistar a mesma afeição de seu pai.
O nascimento de Thomas ocorreu à custa da morte de Sasha durante o parto. Desde o nascimento de Peter, Sasha desejava que o seu primogênito se tornasse rei de Delain. A educação que Peter recebeu se baseou nessa pretensão.
Contudo, Randall Flagg, que nutre grande antipatia por Sasha, se opunha a isso e desejava que Thomas fosse coroado rei em lugar de Peter. Flagg era perverso e estava disposto a causar a ruína de Peter. O traiçoeiro mago conseguiria atingir o seu objetivo?
Em “Os Olhos do Dragão”, vi King escrever uma história de um jeito completamente diferente de seus outros livros. A sua narrativa é bastante similar à de Howard Pyle em “O Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda”. A influência das lendas arturianas não está somente no modo como o enredo do livro aqui resenhado é contado, mas em seu próprio processo criativo.
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