jonathanrausch 07/04/2022
Era uma vez
O autor narra como se estivesse contando a história para uma criança, e realmente o foi. O livro foi escrito para Naomi King, filha caçula de King e uma das personagens da trama.
A escrita de King, independente do gênero, sempre é primordial, não foi diferente nesta obra. O autor intercala memórias de uma forma ímpar, que a criança mais curiosa do mundo talvez não consiga dormir, ah, e o pai ficaria com raiva de King por ter colocado tantos "e depois" de forma tão sutis quanto narrativa, mas que embora não enjoativos atiçam nosso querer continuar.
A história gira em torno d'Os Olhos do Dragão, como todos os contos de fadas também giram em torno de um objeto/objetivo primordial. Não diria que é o melhor conto de fadas que já foi escrito, mas não perde nada quanto história e curiosidade para continuar nesse mundo do livro que, talvez, seja visualizado na Saga a Torre Negra.
Roland, um rei mediano, tem dois filhos com dois anos (ou três) de diferença entre eles. Um dos filhos nasceu graças a Flagg, um dos vilões principais do universo de King. A história gira em torno de um incidente entre esta família, no qual a mãe também tem grande papel na história quanto aos costumes que deu ao primogênito. É uma história cheia de simbolismos, principalmente freudianos, pois King ama colocar elementos da psicanálise/psicologia em suas obras, mas aqui as insere de forma sútil, mas muito presente para quem tem um entendimento mediano da teoria.
Vale a pena a leitura para quem nunca leu nada do autor, mas vale ainda mais para quem quer desbravar a Torre Negra,
[Spoiler]
pois tem conexão mínima com a saga, e talvez não tão mínima quando falamos de personagens, e não só por Flagg...