Fulana Leitora 04/10/2013
Resenha por Karine Leôncio
Desculpem, Fulanos! A resenha saiu atrasada. Parece que o universo conspirou contra para que eu não terminasse de ler Bruxos e Bruxas. Mas como todo mundo diz... Antes tarde do que nunca!
Então ali ia eu. Pegando Bruxos e Bruxas para ler e fazer essa resenha que vai soar mais como uma crítica e PÁ! Este livro é uma incógnita para mim. A capa, maravilhosa eu acho, é quente. Os adolescentes, segundo o mundo, sabem o que é quente. E dizem por aí que Bruxos e Bruxas está pegando fogo. Eu diria que sim e diria que não... Bruxos e Bruxas me deixou satisfeita, mas não completamente. Frustrante, mas audacioso. Ah, é complicado. Mas como posso começar?
Bruxos e Bruxas, do poderoso James Patterson em parceria com Gabrielle Charbonnet é um livro facilmente amado e facilmente odiado. Ele dividiu opiniões. É fácil encontrar resenhas que o vangloriam e que o colocam na lama. Agora, o que você vai achar deste livro vai depender da sua expectativa e do seu estado de espírito. Você pode molhar as calças ou querer jogá-lo no lixo após a leitura. Isso soa louco? Pergunte a James Patterson!
O livro é infanto-juvenil. Então, muita calma nessa hora! Se você já leu muita coisa, vai achá-lo fraco. Mas se não for com muita sede ao pote ele será capaz de cumprir seu propósito.
Numa noite, os irmãos Allgood (tudo de bom, só no nome) – o loiro atlético e lindo, mas que não sabe disso, Whit, e a ruivinha, sardentinha e baixinha mas que odeia esses apelidos, Wisty, foram levados de sua casa acusados de bruxaria. Mas calma, a coisa é pior que isso. Todas as crianças e adolescentes... jovens, são automaticamente levados para a prisão acusados de bruxaria. Isso porque a Nova Ordem um partido político que quer mudar o mundo acabando com as artes e a instabilidade, liderada pelo Único que é o Único, acredita que crianças, adolescentes e jovens são perigosas para o mundo.
Mas até aí, a sinopse é instigante. James Patterson e a Charbonnet poderiam ter erguido toda uma filosofia em que questionassem a bruxaria a qual as crianças estavam sendo acusadas. Afinal, há magia dentro de nós, certo? Somos nós que mudamos o mundo? É exatamente o espírito jovem, sua instabilidade emocional, os erros cometidos e suas lições que evoluem o mundo. A arte e o entretenimento são dominados por nós, não é verdade? James escreveria um livro sensacional. Só que não.
Na verdade, porque em Bruxos e Bruxas a magia existe. O Único prende, julga, mata e tortura crianças acusando-as de bruxaria só por capricho e insanidade, sim por causa disso. Mas a magia existe. Na prisão, os irmãos Allgood acabam se descobrindo realmente bruxos. Habilidades no estilo X-Men: Pegam fogo, lançam raios, ficam invisíveis, flutuam, transformam pessoas em animais, atravessam portais... enfim. A distopia fantástica e toda sua mitologia criada por Patterson e Charbonnet é boa. Na verdade, é excelente, mas nada que uma narrativa ruim com uma escrita estranha para estragar, certo?
A narrativa em primeira pessoa, intercalada por Wisty (a irmã) e Whit (o irmão) me fez voltar a ler a capa algumas vezes para ter certeza que era James Patterson que escrevia aquilo. E mesmo que o livro seja uma parceria, onde foi parar o James Patterson neste livro? Se você nunca leu nada dele... então você não vai passar por isso. Mas pra quem leu fica o incômodo.
Porém, eu disse que Bruxos e Bruxas dividiu opiniões. Então, vamos aos pontos negativos.
Primeiro: a infantilidade dos protagonistas é irritante. Metáforas idiotas e piadinhas fora de hora que me faziam acreditar que eles tinham 10 e 11 anos, não 15 e 18! E santo Deus, a menina pega fogo, lança raios pela mão, fica invisível, o garoto flutua e ainda assim não chegam a concluir que são bruxos rapidamente? Como assim, mãe?! O relacionamento deles não é bem definido. Você não chega a se simpatizar muito com deles.
Segundo: A narrativa dos capítulos curtíssimos são idênticas entre Wisty e Whit. Quase sempre, enquanto eu lia eu precisava reler o nome no topo do capítulo para lembrar quem narrava. Pois são idênticas, não se vê diferenças. Os irmãos possuem personalidades iguais embora haja uma diferença de idade entre eles.
Terceiro: O romance podia ter ajudado no livro. Mas só piorou tudo porque faltou bastante dos personagens secundários.
Quarto: Não, chega de pontos negativos, pois ainda há pontos positivos.
Eu disse que Bruxos e Bruxas dividiu opiniões. E ele também dividiu a minha!
Primeiro: As cenas de ação são boas, ou mais que boas até, porque néé... James Patterson. São as cenas de ação que salvaram minha leitura. O que me fez começar AMANDO o livro porque começou com um sequestro assustador. E nestas cenas, Patterson não deixou a peteca cair.
Segundo: A mitologia desta distopia fantástica é inteligente, embora mal explicada. Há todo um mundo onde há bruxos, magias, livros e varinhas que não chegam a um Harry Potter, mas ainda assim... prende. Dimensões e subdimensões inexplorados, Terra das Sombras, Submundo... enfim, realidades interessantes. Isso também sustentou minha leitura.
Terceiro: O FINAL. É instigante. Um verdadeiro empurrão para você acordar.
E... putz, chega a ser engraçado, mas foi quando a narrativa ficou mais interessante e me deixou esperando curiosa demais por sua sequência, O Dom. Que tem um D com um azul sinistro na capa que me deixou babando.
“Então, tudo bem por aí, onde quer que você esteja? Escute, por favor: viva o momento, não se preocupe com o que vai acontecer depois. É o seu cérebro, a sua vida, a sua atitude... Vai lá e encha a sua vida de visões e sons e ideias que são maiores que você. A história já nos contou, isso sem falar nessa realidade doida de agora, o que pode acontecer se simplesmente ficarmos quietos e fizermos apenas o que as outras pessoas mandam. E não se preocupe demais com o Whit e comigo. Notícias sobre o que acontece depois vão dar um jeito de chegar até você. Prometo! E eu sou uma bruxa assustadora que cumpre suas promessas.”
O que me deixou com uma pergunta interessante: Como O Dom se sairá? James e Gabrielle podem simplesmente estraçalhar tudo ou salvar a trilogia, até onde eu sei. O final de Bruxos e Bruxas te diz, em outras palavras:
“Ei, isso pode não ter sido como você esperava, mas em O Dom você vai se apaixonar por mim. Ou não.”
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