Miguel.Moreira 24/08/2021
Forrest Gump - o contador de histórias
Forrest Gump é uma narrativa em primeira pessoa, que conta a história de vida de um herói de guerra, um jogador de futebol americano, enxadrista, jogador de ping pong, empreendedor, e acima de tudo, um idiota como Forrest se auto denomina.
Apesar da história ser claramente fictícia, a mensagem do livro é demasiadamente nobre e cheia de esperança nas pessoas, principalmente naquelas que mais desprezamos, como uma pessoa de QI baixo (eu pessoalmente sou uma pessoa um pouco arrogante quanto a isso, pois critico demais as pessoas em meus pensamentos quando vejo um "idiota", um ignorante ou alguém que simplesmente não entende sobre um assunto simples).
No decorrer do livro eu pensei diversas vezes que seria apenas uma história de uma pessoa altruísta, que é oprimido pela sociedade, mas é idiota demais para perceber o desprezo das pessoas, ou percebe, porém concorda com a crítica dos seus opressores, e usa isso a seu favor.
Cada capítulo, praticamente é uma história nova, e um acontecimento inédito na vida de Forrest, que nos faz pensar ser um livro meramente passageiro, já esses ocorridos variam de um encontro com o presidente da República, até uma sobrevivência espacial seguida de um trabalho agrícola para uma tribo cabinal, que de fato é muito fantasioso para ser real.
Só por esses pontos de um livro para passaro tempo, eu daria 4 estrelas, pois mostra uma vida corrida de uma pessoa de QI baixo, extremamente educada e que fala aquilo que pensa quando dá na telha. Mas essa obra de arte me surpreendeu nos dois últimos capítulos.
Apesar das conquistas, Forrest simplesmente não está satisfeito, pois falta algo em sua vida, algo que claramente sabemos quem é, e também sabemos o motivo o tempo todo. Isso mostra que mesmo com sua força de vontade, e a atitudede fazer por si próprio e ainda por cima conseguir realizar seus feitos, algo não está ao alcance por consequência de algumas atitudes, que não façamos julgamentos de nenhum dos lados, pois é compreensível.
[POSSÍVEIS SPOILERS]
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Claro que estou falando de Jenny Curran, já que ela é um ponto crucial para o livro inteiro, e percebi diferentes fases da personalidade dessa garota que vez ou outra eu senti simpatia, e muitas páginas senti raiva, repugnância e desejei o fim dessa personagem diversas vezes.
Mas o que seria deste ícone, imune às pessoas más sem Jenny Curran?
Apesar de milionário, faltava Janny na vida dele, então Forrest larga sua vida de empreendedor e vai tirar umas férias com seu amigo Sue, que é um orangotango muito perfeito, e apesar de ser um animal sem inteligência, se mostra um verdadeiro amigo ao retribuir a bondade de Gump para com o macaco desde o primeiro encontro de ambos.
Alguns acontecimentos cruciais vêm a ocorrer nesse final para entender o livro, mas de fato o ponto chave foram as 3 últimas páginas.
Forrest largou sua vida boa, e voltou a fazer moedas com música, que era o suficiente para ele sobreviver sem necessidades. Viu Jenny casada com outro cara, mas ficou surpreso de seu filho ter o mesmo nome "Forrest". E nos três últimos parágrafos ele faz uma reflexão que derruba qualquer pessoa que estiver lendo.
Ele reflete a vida que teve, pensa em como as coisas poderiam ter sido, e em tudo que poderia ter feito diferente, mas sendo idiota ou não, Forrest não se arrepende em nada de não ter tido uma vida monótona.
O livro é perfeito, e me trouxe mais empatia para a vida, por esse final, eu daria mais que cinco estrelas.