Mia Fernandes 29/09/2017
Alma Katsu me ganhou com este livro, posso dizer, seguramente, que este é o melhor da trilogia
Quando terminei de ler Refém da Obsessão em apenas 72 horas, cheguei a pensar seriamente que virei uma componente da família de Adair. A segunda parte da trilogia Taker é tão potente e arrasadora que você só fica saciado quando finalmente chega ao final, mas aí, a criatividade e sagacidade de Alma Katsu te puxam de novo e então você fica remoendo a espera do derradeiro final da série.
O segundo livro da trilogia continua exatamente de onde parou o primeiro. Lanny vive com Luke agora, e devido à influência deste, ela esta decidida a deixar o passado para trás, e assim doa parte de seus tesouros históricos para vários museus de arte, neste momento, é quando ela sente que Adair está de volta. Lanore não sabe como ele pode ter saído da sua prisão de pedras, mas agora tem a noção de que cada segundo parada num mesmo lugar pode ser fatal e levá-la para mais perto dele. Então é necessário fugir o mais rápido possível, e de preferência, sem bagagem extra.
Apesar de deixar Luke para trás, o médico não está disposto a perder assim tão fácil sua garota, e fará de tudo para encontrá-la e protegê-la. Sendo que agora não somente a sua vida está em risco, como também, de suas amadas filhas. Já que toda maldade de Adair está prestes a explodir de maneira bem catatônica.
Do outro lado do oceano, Adair ressurge das pedras devido à demolição do seu antigo casarão. Com roupas que parecem mais fantasia hoje em dia, Adair consegue encontrar um de seus súditos bem perto daquelas redondezas, o ganancioso Jude. Com esse tempo afastado do seu mestre, ele criou um sólido investimento financeiro, e agora com a volta de Adair, ele não esta disposto a voltar a ser uma marionete nas mãos deste sociopata.
Como Adair ficou tanto tempo preso na escuridão e podendo a cada momento sucumbir à loucura, essas provações não serviram para prepará-lo para o mundo atual. Tudo que ele conhecia, a sua crença e seu poder sobre os seus súditos não surtem tanto efeitos agora. Tendo que aprender como se vive no ano 2010, com suas tecnologias, que mais parecem engenhocas e contratempos, o impedindo de cumprir o seu único objetivo: encontrar Lanore, a única pessoa, que ele subestimou na vida.
A raiva e o ódio serviram como uma tábua de proteção para suportar esses 200 anos de prisão imposta, mas estes sentimentos que fervilharam na sua mente e nas suas ações começam a perder a força quando ele percebe que algo dentro dele mudou. Que ele está terrivelmente mudado. Um sentimento poderoso ameaça mudar para sempre tudo aquilo que ele acredita, e agora, movido por esse sentimento, ele precisa lutar contra a sua natureza e ir atrás da pessoa que foi capaz de causar esta mudança impossível.
Como Adair é o foco principal do livro e foi um dos motivos que me fizeram não largar Ladrão de Almas, está aí o motivo de devorar este livro com tanta facilidade. Apesar de que nenhuma ação deste personagem e de nenhum outro possa ser facilmente perdoada e muito menos a suas personalidades destruídas, existe um sentimento que ligam eles todos: amor. Todos estão em busca deste sentimento, e é este, que torna a vida de imortal mais suportável e a maneira de reparar os erros de quando eram mortais. E finalmente, Adair, tem a chance de pode reparar todas as suas maldades, mas será que milênios de maldade podem ser debitados neste frágil sentimento?
Alma Katsu em Refém da Obsessão mostra a tortura que vivem os súditos de Adair, não somente de Lanore, mas aprofundando as crises de outros personagens, como o atormentado Savva, o fanático Alej e a impiedosa Tilde. A vida de cada um deles, depois do aprisionamento heroico feito pela dupla Lanny e Jonathan, mostra como o “presente” de Adair agiu em cada um deles. Senti falta de Dona, espero vê-lo no último livro.
Além de acompanhar a busca de Adair pela Lanny, a história ainda está recheada de flashbacks tanto da história de Adair (mais do seu passado nebuloso) e também de Lanore (os rumos que ela tomou junto com Jonathan depois da prisão de Adair, por exemplo). Essa ida ao passado, não prejudicou a evolução da trama, só a tornou ainda mais atraente.
Alma Katsu me ganhou com este livro, posso dizer, seguramente, que este é o melhor da trilogia. O primeiro foi morno, o segundo quente. Será que o terceiro sairá arrancando a pele de tão quente?
p.s: Alguém sabe onde posso encontrar o volume final desta trilogia?
XOXO
Mia Fernandes.